Humildade do coração
“Bem-aventurados os pobres de espírito”: – proclamou o Senhor. Nesse passo, porém, não vemos Jesus contra os tesouros culturais da Humanidade, mas, sim, exaltando a humildade de coração. O mestre recordava-nos, no capítulo das bem-aventuranças, que é preciso trazer a mente descerrada à luz da vida para que a sabedoria e o amor encontrem seguro aconchego em nossa alma. Hoje, como antigamente, somos defrontados, em toda parte, pelas escrituras encarceradas nos museus acadêmicos, cristalizadas nos preconceitos ruinosos, mumificadas em pontos de vista que lhes sombreiam a visão e algemadas a inutilidade do raciocínio ou do sentimento, engrossando as extensas fileiras da opressão. Imprescindível clarear o pensamento, diante da natureza, e aceitar a extrema insignificância em que ainda agitamos, perante o Universo. Jesus induzia-nos a esquecer a paralisia mental, em que, muitas vezes, nos comprazemos, inclinando-nos à adoção da simplicidade por norma de ascensão ...