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Mostrando postagens de abril, 2024

Mediunidade e imperfeição

Repara quantas vezes necessitas de perdão e de auxílio. Erraste na oficina em que dignificas o próprio nome, mas não vacilas em pedir novas oportunidades de serviço e de confiança. Deves quantia importante e não podes pagar no momento certo; contudo, não hesitas rogar o beneficio da moratória. Sofres com as faltas do filho que a vida te confiou; no entanto, esperas regenerá-lo em novas experiências. Amas profundamente alguém que o vício ainda ensombra; entretanto, não temes lhe avalizar os compromissos de reajuste. Encontrarás, porém, aqueles que não sofreram bastante para escusar as deficiências alheias, habitualmente empoleirados nas altas janelas das torres de marfim a que se acolhem para contar as feridas dos que passam na rua da provação. Exigem que os outros sejam modelos completos de heroísmo e grandeza moral, mas não se dispõem a minorar-lhes o fardo de aflições que transportam. Acusam a Terra como sendo um presídio de chagas, mas comem-lhe o pão, inicialmente elaborado no trat...

Cartazes do Mundo

A palavra é bela e santa, No grande plano da paz, Mas a força que a levanta O sacrifício é que faz. Marcelo Gama O mundo, por onde vais, Embora as leis da mudança, Pertence, cada vez mais,  A quem lhe der esperança. Noel de Carvalho A Terra é uma embarcação Do Pensamento Divino…  Da marcha na Imensidão Só Deus sabe o destino. Boris Freire Guarda contigo esta nota De contexto lapidar: Fracasso não é derrota, É dom de recomeçar. Gil Amora Há tempos, não sei, a fundo, O que se passa na Terra: Se a guerra curtindo o mundo, Se o mundo curtindo a guerra. Lulu Parola Prossegue e insiste no bem, Sofre, luta e segue acima…  Não há dívida da Terra Para quem se desanima. Pedro Silva Vista de muito distante, A Terra é um globo impreciso Com cabeça de gigante E coração sem juízo. Sylvio Fontoura Quem queira ser salvador, Salve o mundo para o bem, Sou apenas cantador, Não posso salvar ninguém. Leandro Gomes de Barros O progresso continua Nas trilhas da evolução; O homem já vai a Lua, M...

Ação pessoal

Cumprindo o meu dever:  Fazer sempre algo mais.  No exame de mim mesmo:  Aceitar-me e servir.  Quanto aos outros:  Dar auxílio e respeito.  Nas lutas dia-a-dia:  Trabalhar e esquecer-me.  Ante o mal que apareça:  Calar, buscando o bem.  Fazer perante Deus:  O melhor que eu puder.  Espírito Emmanuel, do Livro Tocando o Barco, psicografado por Chico Xavier.

Desfiles

Talvez já tenhas notado Os desfiles da beleza, Música, aplauso, surpresa E lindas jovens em flor… Outros desfiles repontam: Crianças na passarela Para a escolha da mais bela, No talento e no vigor!… Surgem desfiles de modas, Tecidos e figurinos, Manequins de gestos finos, De nobreza singular… Mais além, sob perfumes De recintos multicores, Temos desfiles de flores, Joias da terra a brilhar!… Mas outros desfiles passam Constantemente na rua, A privação continua Buscando lixo e papel; Guardando meninos frágeis Seguem mães amarguradas, Há doentes nas calçadas, Tragando abandono e fel… Se acompanhas, onde estás, A caravana dos tristes, Fita os quadros a que assistes, Que rogam socorro e luz… Não hesites… Vem conosco, Estende a mão a quem chora… Esse grupo, estrada afora, É dos irmãos de Jesus. Espírito Maria Dolores, do livro Tesouro da Alegria, psicografado por Chico Xavier. 

Indicação de Pedro

“Aparte-se do mal, e faça o bem; busque a paz, e siga-a.” - Pedro. (I Pedro, 3:11.) A indicação do grande apóstolo, para que tenhamos dias felizes, parece extremamente simples pelo reduzido número de palavras, mas revela um campo imenso de obrigações. Não é fácil se apartar do mal, consubstanciado nos desvios inúmeros de nossa alma através de consecutivas reencarnações, e é muito difícil praticar o bem, dentro das nocivas paixões pessoais que nos empolgam a personalidade, cabendo-nos ainda reconhecer que, se nos conservarmos envolvidos na túnica pesada de nossos velhos caprichos, é impossível buscar a paz e segui-la. Cegaram-nos males numerosos, aos quais nos inclinamos nas sendas evolutivas, e acostumados ao exclusivismo e ao atrito inútil, no desperdício de energias sagradas, ignoramos como procurar a tranquilidade consoladora. Esta é a situação real da maioria dos encarnados e de grande parte dos desencarnados que se acomodam aos círculos do homem, porque a morte física não solucion...

O Livro dos Espíritos

Contém Os Princípios da Doutrina Espírita Sobre a natureza dos seres do mundo incorpóreo, suas manifestações e suas relações com os homens, as leis morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade. ESCRITO DE ACORDO COM O DITADO E PUBLICADO POR ORDEM DOS ESPÍRITOS SUPERIORES. Por ALLAN KARDEC.   Esta obra, como o indica seu título, não é uma doutrina pessoal: é o resultado do ensino direto dos próprios Espíritos sobre os mistérios do mundo onde estaremos um dia, e sobre todas as questões que interessam à Humanidade; eles nos dão, de algum modo, o código da vida, ao nos traçarem a rota da felicidade futura. Não sendo este livro fruto de nossas ideias, visto que, sobre muitos pontos importantes tínhamos uma maneira de ver bem diversa, nossa modéstia nada sofreria com os nossos elogios; preferimos, no entanto, deixar falar os que estão inteiramente desinteressados por esta questão. O Courrier de Paris , de 11 de julho de 1857, publicou sobre este livro o seguinte artigo...

Mehemet-Ali, antigo paxá do Egito

16 de março de 1858. 1-O que vos motivou a atender ao nosso apelo? “Para vos instruir.” 2-Estais contrariado por vir até nós e responder às perguntas que vos desejamos fazer? “Não; as que tiverem, por fim, vossa instrução, eu o consinto.” 3-Que prova podemos ter de vossa identidade e como poderemos saber se não é um outro Espírito que toma vosso nome? “Para que serviria isso?” 4-Sabemos, por experiência, que os Espíritos inferiores muitas vezes se utilizam de nomes supostos; é por isso que vos fizemos essa pergunta. “Eles utilizam também as provas; mas o Espírito que toma uma máscara também se revela por suas próprias palavras.” 5-Sob que forma e em que lugar estais entre nós? “Sob a que leva o nome de Mehemet-Ali; perto de Ermance.” 6. Gostaríeis que vos déssemos um lugar especial? “A cadeira vazia.” (Perto dali havia uma cadeira vazia, à qual não se tinha prestado atenção). 7-Tendes uma lembrança precisa de vossa última existência corporal? “Não a tenho ainda precisa; a morte me deix...

Na edificação

Os ociosos de todos os tempos sempre encontram infinitos recursos, para escapar ao círculo das obrigações que lhes competem. Comumente, estão queixosos e desalentados. Para eles, os melhores cargos estão providos, no templo de serviço em que trabalham; as maiores realizações já foram levadas a efeito; as estações do ano trazem variações decisivas que os compelem à permanência no lar; as relações sociais são algemas que os agrilhoam às longas conversações, os menores sintomas de enfermidade constituem ensejo a dilatadas teorias sobre diagnoses diversas. Estão rodeados de obstáculos e não realizam coisa alguma. Gastam fortunas para que ninguém os aborreça e se alguém lhes pede contas dessa ou daquela edificação, explicam que não tiveram sorte, essa sorte por eles transformada num gênio cego que distribui os favores divinos, a torto e a direito. Assim acontece, igualmente, no campo das realizações de ordem espiritual. É incontável o número de pessoas que se aproximam das fontes espiritist...

Espíritos errantes

Quanto às suas qualidades íntimas, os Espíritos pertencem a diferentes ordens, que percorrem sucessivamente à medida que se depuram. Como estado, podem estar encarnados, isto é, unidos a um corpo num mundo qualquer; ou errantes, ou seja, despojados do corpo material e aguardando nova encarnação para se melhorarem. Os Espíritos errantes não formam uma categoria especial; é um dos estados em que podem se encontrar. O estado errante ou de erraticidade não constitui inferioridade para os Espíritos, pois que nele os podemos encontrar de todos os graus. Todo Espírito que não está encarnado é, por isso mesmo, errante, à exceção dos Espíritos puros que, não tendo mais encarnação a sofrer, estão no seu estado definitivo. Como a encarnação é um estado transitório, a erraticidade é, em verdade, o estado normal dos Espíritos e esse estado não é necessariamente uma expiação para eles. São felizes ou desventurados conforme seu grau de elevação e segundo o bem ou mal que hajam praticado. Allan Kardec...

Diatribes

Diatribe (crítica severa e mordaz) Certamente algumas pessoas esperam encontrar aqui uma resposta a certos ataques pouco respeitosos, dos quais a Sociedade, nós pessoalmente, e os partidários do Espiritismo, em geral, temos sido vítimas nos últimos tempos. Pedimos que se reportem ao artigo sobre a polêmica espírita , que encabeça o nosso número de novembro último, em que fizemos profissão de fé a esse respeito. Apenas acrescentaremos algumas palavras, já que não nos ocupamos com discussões ociosas. Os que têm tempo a perder para sorrir de tudo, mesmo daquilo que não compreendem, tempo para a maledicência, para a calúnia ou para o deboche, que fiquem satisfeitos: não lhes criaremos nenhum obstáculo. A Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, composta de homens honrados pelo saber e por suas posições, tanto franceses quanto estrangeiros, médicos, escritores, artistas, funcionários, oficiais, negociantes etc., recebendo diariamente as mais altas notabilidades sociais e correspondendo-se...

A infância

Comunicação espontânea do Senhor Nélo, médium, lida na Sociedade em 14 de janeiro de 1859: Não conheceis o segredo que, na sua ignorância, escondem as crianças. Não sabeis o que são, nem o que foram, nem em que se tornarão. E, contudo, as amais e as prezais como se fossem uma parte de vós mesmos, de tal sorte que o amor de uma mãe pelos filhos é reputado como o maior amor que um ser possa ter por outro ser. De onde vem essa doce afeição, essa terna benevolência que os próprios estranhos sentem por uma criança? Vós o sabeis? Não. É isso que vos quero explicar. As crianças são seres que Deus envia em novas existências; e, para que elas não possam se queixar de sua grande severidade, dá-lhes toda a aparência da inocência; mesmo numa criança de natureza má seus defeitos são cobertos pela inconsciência de seus atos. Essa inocência não é uma superioridade real sobre aquilo que foram antes; não, é a imagem do que deveriam ser; e, se não o são, unicamente sobre elas recairá a culpa. Mas não fo...

Fenômeno de bicorporeidade

Um dos membros da Sociedade nos comunica uma carta de um de seus amigos, de Bolognesur-Mer, na qual se lê a passagem seguinte. Essa carta está datada de 26 de julho de 1856. "Meu filho, desde que o magnetizei, por ordens de nossos Espíritos, tomou-se um médium muito raro, pelo menos foi o que me revelou em seu estado sonambúlico, no qual o colocara a seu pedido, no dia 14 de maio último, e quatro ou cinco vezes depois. "Para mim, está fora de dúvida que meu filho desperto conversa livremente com os Espíritos que deseja, por intermédio de seu guia, que chama familiarmente seu amigo; que, à sua vontade, transporta-se em Espírito para onde deseja, e disso vou citar-vos um fato, do qual tenho as provas escritas nas mãos. “Há justamente um mês de hoje, estávamos os dois na sala de jantar. Eu lia o curso de magnetismo do senhor Du Potet, quando meu filho toma o livro e o folheia; chegado a um certo lugar, seu guia lhe disse ao ouvido: Leia isso. Era a aventura de um doutor da Améri...

Aforismos espíritas

Sob esse título daremos, de vez em quando, pensamentos avulsos que em poucas palavras resumirão certos princípios essenciais do Espiritismo. I. Aqueles que julgam se preservar da ação dos Espíritos maus ao se absterem das comunicações espíritas, assemelham-se a crianças que imaginam evitar um perigo colocando uma venda nos olhos. Tanto vale dizer que é preferível não saber ler e escrever para não se ficar exposto às más leituras ou a escrever tolices. II. Todo aquele que recebe más comunicações espíritas, verbais ou por escrito, está sob uma má influência. Tal influência se exerce sobre ele, quer escreva ou não. A escrita oferece-lhe um meio de assegurar-se da natureza dos Espíritos que atuam sobre ele. Se estiver bastante fascinado para não os compreender, outros poderão lhe abrir os olhos. III. É preciso ser médium para escrever absurdos? Quem garante que entre todas as coisas ridículas ou más que são impressas não haja um escritor, impulsionado por algum Espírito zombeteiro ou malev...

O louquinho de Bayonne

Em nosso último número dissemos algumas palavras a  respeito dessa estranha manifestação de aparições. Tais informações nos tinham  sido dadas de viva voz e muito sucintamente por um de nossos assinantes, amigo da família onde os fatos ocorreram. Ele nos havia  prometido detalhes mais circunstanciados e devemos à sua cortesia  as informações que nos transmitiu por carta. Essa família reside perto de Bayonne e as cartas foram escritas pela própria mãe da mocinha, uma criança de seus 10 anos, a um filho que reside em Bordeaux, pondo-o a par do que se passava em sua casa. Este último teve o trabalho de transcrevê-las para nós, a fim de não ser contestada a sua autenticidade; é uma atenção pela qual lhe somos infinitamente reconhecidos. Concebe-se a reserva com que envolvemos os nomes das pessoas, reserva que fazemos por lei observar, a menos que sejamos formalmente autorizados a divulgá-los. Nem todos se preocupam em atrair a multidão de curiosos. Àqueles para os quais ...

Correspondência

Loudéac, 20 de dezembro de 1858. Senhor Allan Kardec, Felicito-me por ter-me posto em relação convosco por meio do gênero de estudos a que mutuamente nos entregamos. Há mais de vinte anos eu me ocupava com uma obra que deveria se intitular Estudo sobre os germens . Essa obra devia ser especialmente fisiológica; entretanto, minha intenção era demonstrar a insuficiência do sistema de Bichat, (Xavier Bichat, 1771–1802, anatomista e fisiologista francês) que não admite senão a vida orgânica e a vida de relação. Queria provar que existe um terceiro modo de existência, que sobrevive aos dois outros em estado não orgânico. Esse outro terceiro modo nada mais é que a vida anímica, ou espírita , como chamais. Numa palavra, é o gérmen primitivo que engendra os dois outros modos de existência, orgânica e de relação. Também queria demonstrar que os germens são de natureza fluídica, bidinâmicos, atrativos, indestrutíveis, autógenos e em número definido, tanto em nosso planeta quanto em todos os meio...

À Sua Alteza o Píncipe G - continuação

Podem os Espíritos revelar o futuro? Os Espíritos não conhecem o futuro senão em razão de  sua elevação. Os inferiores nem mesmo o seu próprio futuro conhecem e, com mais forte razão, desconhecem o dos outros. Os  Espíritos superiores o conhecem, mas nem sempre lhes é permitido  revelá-lo. Em princípio, e por um sábio desígnio da Providência, o  futuro nos deve ser ocultado. Se o conhecêssemos, nosso livre-arbítrio seria tolhido. A certeza do sucesso tirar-nos-ia a vontade de fazer qualquer coisa, porque não veríamos a necessidade de nos darmos a  esse trabalho; a certeza de uma desgraça nos desencorajaria. Todavia, há casos em que o conhecimento do futuro pode ser útil, embora,  nessa situação, jamais possamos ser juízes. Os Espíritos no-lo revelam quando o julgam conveniente e quando têm a permissão de  Deus. Então o fazem espontaneamente e não a pedido nosso. É preciso esperar com confiança a oportunidade e, sobretudo, não insistir  em caso de ...

À Sua Alteza o príncipe G.

Príncipe, Vossa alteza concedeu-me a honra de dirigir-me várias perguntas relativas ao Espiritismo. Tentarei respondê-las até onde o permita o estado dos conhecimentos atuais sobre a matéria, resumindo, em poucas palavras, o que o estudo e a observação nos ensinaram a respeito. Essas questões repousam sobre os próprios princípios da Ciência; para dar mais clareza à solução, é necessário ter em mente esses princípios. Permiti-me, pois, considerar o assunto de um plano um pouco mais elevado, estabelecendo como preliminares certas proposições fundamentais que, aliás, servirão de respostas a algumas de vossas indagações. Fora do mundo corporal visível existem seres invisíveis, que constituem o mundo dos Espíritos. Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas dos que viveram na Terra ou em outras esferas, e que se despojaram de seus invólucros materiais. Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Conseguintemente, os há bons e maus, esclareci...

O orgulho

Dissertação moral ditada por São Luís à senhorita Ermance Dufaux, em 19 e 26 de janeiro de 1858. I Um orgulhoso possuía alguns hectares de boa terra; estava vaidoso com as pesadas espigas que cobriam o seu campo, e não abaixava senão um olhar de desdém sobre o campo estéril do humilde. Este se levantava ao canto do galo, e passava o dia todo curvado sobre o solo ingrato; recolhia pacientemente as pedras, e ia jogá-las à beira do caminho; revolvia profundamente a terra e extirpava, penosamente, os espinheiros que a cobriam. Ora, seu suor  fecundou o campo e ele colheu o melhor trigo. No entanto, o joio crescia no campo do soberbo e sufocava o trigo, enquanto o senhor ia se glorificar da sua fecundidade, e olhava com um olhar de piedade os esforços silenciosos do humilde. Eu vos digo, em verdade, o orgulho é semelhante ao joio que sufoca o bom grão. Aquele dentre vós que se crê mais do que seu irmão, e que se glorifica de si, é insensato; mas é sábio esse que trabalha em si mesmo, c...

Utilidade de certas evocações particulares

As comunicações que se obtêm de Espíritos muito superiores, ou daqueles que animaram os grandes personagens da antiguidade, são preciosas pelo alto ensinamento que encerram. Esses Espíritos adquiriram um grau de perfeição que lhes permite abranger uma esfera de ideias mais extensa, penetrar mistérios que ultrapassam a capacidade vulgar da humanidade, e, por conseguinte, de nos iniciar, melhor do que outros em certas coisas. Não se segue disso que as comunicações de Espíritos de uma ordem menos elevada não tenham utilidade; longe disso: o observador nelas haure mais de uma instrução. Para se conhecer os costumes de um povo, é preciso estudá-lo em todos os graus da escala. Quem não o tivesse visto senão sob uma face, conhecê-lo-ia mal. A história de um povo não é a do seu rei e das sumidades sociais; para julgá-lo, é preciso vê-lo em sua vida íntima, em seus hábitos privados. Ora, os Espíritos superiores são as sumidades do mundo espírita; sua própria elevação os coloca de tal modo acima...

Um Espírito no enterro de seu corpo

Estado da alma no momento da morte. Os Espíritos sempre nos disseram que a separação da alma e do corpo não se faz instantaneamente; ela começa, algumas vezes, antes da morte real, durante a agonia, quando a última pulsação se faz sentir, o desligamento não está ainda completo; ele se opera mais ou menos lentamente segundo as circunstâncias, e até a sua inteira liberdade a alma experimenta uma perturbação, uma confusão que não lhe permite conscientizar-se de sua situação; está no estado de uma pessoa que desperta e cujas ideias são confusas. Esse estado nada tem de penoso para o homem cuja consciência é pura; sem saber explicar bem que vê, é calmo e espera sem medo o despertar completo; ao contrário, é cheio de angústias e de terror para aquele que teme o futuro. A duração dessa perturbação, dizemos nós, é variável; é muito menos longa naquele que, durante a vida, já elevou seus pensamentos e purificou sua alma; dois ou três dias lhe bastam, ao passo que, em outros, é preciso, algumas ...