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Mostrando postagens de dezembro, 2023

Petições de Natal

Senhor!… Quando criança, Só surgia o Natal, Eu te enfeitava o nome em flores de papel E te rogava em oração, Tomada de esperança, Que me mandasses por Papai Noel Uma boneca diferente, Que caminhasse à minha frente Ou falasse em minha mão… Noutro tempo, Senhor, Jovem pisando alfombras cor-de-rosa, De cada vez que ouvia Anúncios de Natal, Deslumbrada de sonho, eu te pedia Um castelo de amor e fantasia Para o meu ideal. Depois… Mulher cansada, Quando via o Natal, brilhando à porta, Minha pobre ansiedade quase morta Multiplicava preces E suplicava que me desses, Na velha angústia minha, A ilusão de ser amada, Embora, ao fim da estrada, Fosse triste e sozinha. Hoje, Senhor, Alma livre, no Além, onde o consolo me refaz, Ante a luz do Natal, novamente acendida, Agradeço-te, em paz, Contente e enternecida, As surpresas da morte e as lágrimas da vida!… E, se posso implorar-te algo à bondade, Nunca me dês aquilo que eu mais queira. Dá-me a tua vontade E o dom da compreensão, Entre a humildade ve...

O Evangelho

Entre a Manjedoura e o Calvário, guarda-se a lição eterna do Cristo. Na primeira, ergue-se a humildade, clarificando o caminho dos homens; no segundo, erguem-se a esperança e a resignação na Providência Divina. Nesses dois capítulos, imensos pela sua expressão simbólica, encerra-se todo o monumento de filosofias do Cristianismo. Vinte séculos decorreram. Os primeiros mártires da fé edificaram as bases da doutrina do Crucificado sobre a face do mundo. Uma luz poderosa irradiava-se da cruz, iluminando as estradas da evolução em todo o Planeta. Todos os deuses do politeísmo romano desapareceram dentro do novo conhecimento da verdade. A poesia grega, que ainda era a fonte essencial da inspiração do mundo, teve as suas bases regeneradas pela doce lição da Divina Vítima. Mas, a ambição de domínio sobrepõe-se ao sacrifício e ao martírio. O imperialismo romano não tardou a se manifestar, travestido nas mitras episcopais e a grande lição do Calvário foi esquecida, no abismo das exterioridades r...

Natal na aldeia

Soluços da alma contente… Doce visão do Natal!… Deus vos salve eternamente, Lembranças de Portugal! Natal!… O trigo na Azenha, Água correndo a cantar!… A lareira pede lenha, Fagulhas brincam no ar. Natal! Ah! Saudade minha!… Cantiga do coração!… A teleiga de farinha Amassa a estriga do pão. Na sombra que envolve a terra, Outeiros acendem lume. Do braçal que se descerra Chegam vagas de perfume. À janela, erguem-se vozes… —“Pastores ternos, quem sois?…” Meninos voam às nozes; Quanta alegria depois!… Na sala que se alvoroça, Surge um velho sem ninguém. Diz o dono: —“A casa é vossa E a mesa é vossa também… Provida e grande candeia Faz luz sob o teto morno: Espalha-se em toda a aldeia O alegre cheiro de forno. Há canções claras e puras, Nas sabes tintas de breu: —Glória ao Senhor nas Alturas!… Hosanas!… Jesus nasceu!… Um mocho pia de leve No velho beiral vizinho… Não sei se é chuva ou se é neve Que o vento lança ao caminho!…   Meia-noite!… Dons supremos!… Calam-se os próprios lebréus. R...

Mensagem do Natal

“Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens”. (Lucas, 2:14). O cântico das legiões angélicas, na Noite Divina, expressa o programa do Pai acerca do apostolado que se reservaria ao Mestre nascente. O louvor celeste sintetiza, em três enunciados pequeninos, a plataforma do Cristianismo inteiro. Glória Deus nas Alturas, significando o imperativo de nossa consagração ao Senhor Supremo, de todo o coração e de toda a alma. Paz na Terra, traduzindo a fraternidade que nos compete incentivar, no plano de cada dia, com todas as criaturas. Boa Vontade para com os homens, definindo as nossas obrigações de serviço espontâneo, uns à frente dos outros, no grande roteiro da Humanidade. O Natal exprime renovação da alma e do mundo, nas bases do Amor, da Solidariedade e do Trabalho. Dantes, os que se anunciavam, em nome de Deus, exibiam a púrpura dos triunfadores sobre o acervo de cadáveres e despojos dos vencidos. Com o Enviado Celeste, que surge na Manjedoura, temos o Div...

Conto de Natal

A noite é quase gelada… Contudo, Mariazinha É a menina de outras noites Que treme, tosse e caminha… Guizos longe, guizos perto… É Natal de paz e amor. Há muitas vozes cantando: —Louvado seja o Senhor!. A rua parece nova Qual jardim que floresceu. Cada vitrine enfeitada Repete: Jesus nasceu! Descalça, vestido roto, Mariazinha lá vai… Sozinha, sem mãe que a beije, Menina triste, sem pai. Aqui e ali, pede um pão… Está faminta e doente. —Vadia, sai depressa! É o grito de muita gente. —Menina ladra! – outros dizem: —Fuja daqui, pata feia! Toda criança perdida Deve dormir na cadeia! Mariazinha tem fome E chora, sentido em torno O vento que traz o aroma Do pão aquecido ao forno. Abatida, fatigada, Depois de percurso enorme, Estira-se na calçada… Tenta o sono, mas não dorme. Nisso, um moço calmo e belo Surge e fala, doce e brando: —Mariazinha, você Está dormindo ou pensando? A pequenina responde, Erguendo os bracinhos nus: —Hoje é noite de Natal, Estou pensando em Jesus. —Não recorda mais algu...

Crônica do Natal

Desde a ascensão de Herodes, o Grande, que se fizera rei com o apoio dos romanos, não se falava na Palestina senão no Salvador que viria enfim… Mais forte que Moisés, mais sábio que Salomão, mais suave que David, chegaria em suntuoso carro de triunfo para estender sobre a Terra as leis do Povo Escolhido. Por isso, judeus prestigiosos, descendentes das doze tribos, preparavam-lhe oferendas em várias nações do mundo. Velhas profecias eram lidas e comentadas, na Fenícia e na Síria, na Etiópia e no Egito. Dos confins do Mar Morto às terras de Abilena, tumultuavam notícias da suspirada reforma… E mãos hábeis preparavam com devotamento e carinho o advento do Redentor. Castiçais de ouro e prata eram burilados em Cesareia, tapetes primorosos eram tecidos em Damasco, vasos finos eram importados de Roma, perfumes raros eram trazidos de remotos rincões da Pérsia… Negociantes habituados à cobiça cediam verdadeiras fortunas ao Templo de Jerusalém, após ouvirem as predições dos sacerdotes, e filhos ...

Encontro Divino

Quando o aprendiz desditoso Contemplou toda a luz Que o Mestre lhe trazia, A Terra transformou-se Aos seus olhos em pranto. Renovado e feliz Reconheceu que a lama Era adubo sublime; Notou em cada espinho Uma vara de flores E descobriu que a dor, Em toda parte, é dádiva celeste. Assombrado, Viu-se, enfim, tal qual era Um filho de Deus-Pai Ligado em si à Humanidade inteira. Descortinou mil sendas para o bem No chão duro que lhe queimava os pés. Encontrou primaveras Sob o frio hibernal E antegozou colheitas multiformes Na sementeira frágil e enfermiça. Deslumbrando, Sentiu nas flores, estrelas mudas, Nas fontes, bênçãos do céu exiladas no solo, E nas vozes humildes da natureza O cântico da vida À Bondade Imortal.  Abrira-se-lhe n’alma o Grande Entendimento… Não conseguiu articular palavra À frente do mistério. Somente o pranto De alegria profunda Orvalhou-lhe o semblante em êxtase divino. E, desde então, Passou a servir sem cessar, Dentro de indevassável silêncio, Qual se o Mestre e e...

Rogativa de Natal

Senhor Jesus! Quando chegaste à Terra, através dos panos da manjedoura, aguardava-te a Escritura como sendo a luz para os que jazem assentados nas trevas!… E, em verdade, Senhor, as sombras dominavam o mundo inteiro… Sombras no trabalho, em forma de escravidão… Sombras na justiça, em forma de crueldade… Sombras no templo, em forma de fanatismo… Sombras na governança, em forma de tirania… Sombras na mente do povo, em forma de ignorância e de miséria… Pouco a pouco, no entanto, ao clarão de tua infinita bondade, quebraram-se as algemas da escravidão, transformou-se a crueldade em apreciáveis direitos humanos, transmudou-se o fanatismo em fé raciocinada, converteu-se a tirania em administração e, gradualmente, a ignorância e a miséria vão recebendo o socorro da escola e da solidariedade. Entretanto, Senhor, ainda sobram trevas no amor, em forma de egoísmo! Egoísmo no lar… Egoísmo no afeto… Egoísmo na caridade… Egoísmo na prestação de serviço… Egoísmo na devoção… Mestre, dissipa o nevoeiro...

Cartão de Natal

Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!… Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, quais se trouxesse uma harpa de ternura escondida no peito. Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta. Ainda que não quisesse, lembrar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternas que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeições que te parecem distantes. Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a glória; entretanto, vergas-te ao peso das lágrimas que te desafogam o coração… É que Ele te fala no íntimo, rogando perdão para os erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas. Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo!… Sorri de novo...

Súplica de Natal

Na noite de 22 de dezembro de 1955, finalizávamos as tarefas da reunião e as atividades do ano, quando José Xavier, o nosso companheiro de sempre, nos anunciou a presença da poetisa Cármen Cinira que, segundo a palavra do nosso amigo, vinha orar conosco. Fizemos silêncio e, em breves minutos, com a voz e com os gestos que lhe são característicos, Cármen Cinira ocupou o canal psicofônico, emocionando-nos intensamente com a oração que abaixo transcrevemos. Senhor, tu que deixaste a rutilante esfera Em que reina a beleza e em que fulgura a glória, acolhendo-te, humilde, à palha merencória Do mundo estranho e hostil em que a sombra ainda impera! Tu que por santo amor deixaste a primavera Da luz que te consagra o poder e a vitória, Enlaçando na Terra o inverno, a lama e a escória Dos que gemem na dor implacável e austera… Sustenta-me na volta à escura estrebaria Da carne que me espera em noite rude e fria, Para ensinar-me agora a senda do amor puro!… E que eu possa em teu nome abraçar, reno...

Oração do Natal

Senhor Jesus. Há quase dois milênios, (mensagem recebida no final da década de 30) estabelecias o Natal com a tua doce humildade na manjedoura, onde te festejaram todas as harmonias da natureza. Reis e pastores vieram de longe, trazendo-te ao berço pobre o testemunho de sua alegria e de seu reconhecimento. As estrelas brilharam com luz mais intensa nos fulgores do céu e uma delas destacou-se no azul do firmamento, para clarificar o suave momento de tua glória. Desde então, Senhor, o mundo inteiro, pelos séculos afora, cultivou a lembrança de tua grande noite, extraordinária de luz e de belezas diversas. Agora, porém, as recordações do Natal são muito diversas. Não se ouvem mais os cânticos dos pastores, nem se percebem os aromas agrestes na Natureza. Um presépio do século XX seria certamente arranjado com eletricidade, sobre uma base de bombas e de metralhadoras, onde aquela legenda suave do “Gloria in excelsis Deo” seria substituída por um apelo revolucionário dos extremismos político...

Fé e vida

Por mais que sofras, guarda a fé em Deus e segue adiante, no caminho que a vida te deu a trilhar. A própria Natureza é um livro de confiança na Providência Divina. O sol continua brilhando. Não percas o otimismo. O trabalho é uma bênção. Age construindo. Quem serve aos outros, semeia paz e alegria para si mesmo. Não lastimes o inevitável. Se erraste, recomeça a empreitada de ação na qual te comprometeste. Não te lamentes, nem reclames. Não creias em vitória do bem, sem árduos problemas a resolver. Aconselha-te com a paciência em qualquer dificuldade. Convence-te de que a dor é sempre renovação para o bem. Evita os assuntos infelizes. Fala, auxiliando em favor da tranquilidade e da elevação. Aprende simplicidade, para que não te vergues ao peso de bagagens inúteis. Perdoa sempre. Auxilia aos outros, sem a preocupação de receber o amparo alheio. Tudo aquilo que fizermos agora, será aquilo que colheremos depois. Espírito Emmanuel, do livro Paz. Página recebida por Chico Xavier.

Preserva a ti próprio

“Vai, e não peques mais.” – Jesus. (João, 8:11.) A semente valiosa que não ajudas, pode perder-se. A árvore tenra que não proteges, permanece exposta à destruição. A fonte que não amparas, poderá secar-se. A água que não distribuis, forma pântanos. O fruto não aproveitado, apodrece. A terra boa que não defendes, é asfixiada pela erva inútil. A enxada que não utilizas, cria ferrugem. As flores que não cultivas, nem sempre se repetem. O amigo que não conservas, foge do teu caminho. A medicação que não respeitas na dosagem e na oportunidade que lhe dizem respeito, não te beneficia o campo orgânico. Assim também é a Graça Divina. Se não guardas o favor do Alto, respeitando-o em ti mesmo, se não usas os conhecimentos elevados que recebes para benefício da própria felicidade, se não prezas a contribuição que te vem de cima, não te vale a dedicação dos mensageiros espirituais. Debalde improvisarão eles milagres de amor e paciência, na solução de teus problemas, porque sem a adesão de tua vont...

Mensagem de Nilo Peçanha

Democracia – Fascismo – Comunismo Se difícil e inoportuna se torna aos espíritos a ação de se imiscuir nos problemas atinentes à iniciativa necessária dos homens, nada os impede de oferecer aos que ficaram na liça, despendendo energias na mesma atividade que constituiu o característico de suas existências sobre a face da Terra, auxiliando assim aos que avançam pela estrada evolutiva, os cabedais de suas experiências, única riqueza que lhes ficou das temporalidades desse mundo. Todos quantos amaram o Brasil, ofertando-lhe a vida, no que ela possuía de melhor, é claro que não poderiam permanecer indiferentes aos problemas da coletividade nacional. Uma questão grandiosa demais pela sua complexidade e importância deve preocupar a quantos se encarregaram do governo do povo para o povo; a política nacional infelizmente não vem encarando as suas obrigações austeras como se faz mister. No letargo que os poderes da força propiciam, ouvindo empolgada os cantos de sereia do partidarismo e do indi...

Melhorar para progredir

“E a um deu cinco talentos e a outro dois e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade… ” - Jesus. (Mateus, 25:15.) Melhorar para progredir – eis a senha da evolução. Passa o rio dos dons divinos em todos os continentes da vida, contudo, cada ser lhe recolhe as águas, segundo o recipiente de que se faz portador. Não olvides que os talentos de Deus são iguais para todos, competindo a nós outros a solução do problema alusivo à capacidade de recebê-los. Não te percas, desse modo, na lamentação indébita. Uma hora anulada na queixa é vasto patrimônio perdido no preparo da justa habilitação para a meta a alcançar. Muitos suspiram por tarefas de amor, confiando-se à aversão e à discórdia, enquanto que muitos outros sonham servir à luz, sustentando-se nas trevas da ociosidade e da ignorância. A alegria e o fulgor dos cimos jazem abertos a todos aqueles que se disponham à jornada da ascensão. Se te afeiçoas, assim, aos ideais de aprimoramento e progresso, não te afastes do trabalho que reno...

Palavras da coragem

Quem vive no mundo de hoje, é comparável ao viajor que atravessa longa extensão de solo agressivo. À frente, cipoais de interesses inferiores impondo tropeços à marcha e, na retaguarda, conflitos bárbaros de viajantes outros procuram senhorear os recursos alheios na base da intromissão indébita. Os conflitos acabam gerando sofrimentos, protestos, reclamações, ameaças, fadigas, falências e desastres, rebeldia e desespero… É nesse clima de atritos constantes que o seguidor do Cristo é chamado a servir no plantio da paz e da libertação. Certamente que estarão todos armados de fraternidade e paciência, compreensão e tolerância para a execução das tarefas que lhes dizem respeito. No entanto, sobretudo, é preciso lembrar a cada um a coragem do Divino Mestre, que acima de tudo cultivava o amor e a verdade e que não se fez o Condutor dos Homens; não só pelo bem que fez, mas também pelo mal que deixou de fazer. Espírito Emmanuel, do livro Palavras da Coragem, psicografado por Chico Xavier.

O exemplo da fonte

Um estudante da sabedoria, rogando ao seu instrutor lhe explicasse qual a melhor maneira de livrar-se do mal, foi por ele conduzido a uma fonte que deslizava, calma e cristalina, e, seguindo-lhe o curso, observou: —Veja o exemplo da fonte, que auxilia a todos, sem perguntar, e que nunca se detém até alcançar a grande comunhão com o oceano. Junto dela crescem as plantas de toda a sorte, e em suas águas dessedentam-se animais de todos os tipos e feitios. Enquanto caminhavam, um pequeno atirou duas pedras à corrente e as águas as engoliram em silêncio, prosseguindo para diante. —Reparou? — disse o mentor amigo — a fonte não se insurgiu contra as pedradas. Recebeu-as com paciência e seguiu trabalhando. Mais à frente, viram grosso canal de esgoto arremessando detritos no corpo alvo das águas, mas a corrente absorvia o lodo escuro, sem reclamações, e avançava sempre. O professor comentou para o aprendiz: —A fonte não se revolta contra a lama que lhe atiram à face. Recolhe-a sem gritos e tran...

Em torno da prece

Nas ânsias da alma cativa As trevas da expiação, Oração é chama viva Em meio da escuridão. Nas águas da desventura. Aos urros do caos violento, Oração é nau segura, Varando monção e vento. Nos espinheiros de dor, Pés sangrando na subida, Oração é como a flor Deitando perfume e vida. Nos dias de céu convulso, Sob névoa densa e fria, Oração é novo impulso De esperança e de alegria. Seja na luta ensombrada, Seja na paz cristalina, Em todo passo da estrada, Oração é luz divina. Espírito Alexandre Braga, do livro Orvalho de Luz, psicografado por Chico Xavier.

Ao médium doutrinador

O Livro dos Médiuns – Questão 182  Meu Amigo. Considera na mediunidade uma poderosa alavanca de expansão do Espiritismo, reconhecendo, porém que a Doutrina Espírita e o serviço mediúnico são essencialmente distintos entre si. Todos os encarnados são médiuns e antigos devedores uns dos outros. Nunca destaques um gênero de mediunidade como sendo mais valioso que outro, sabendo, no entanto, que o exercício mediúnico exige especialização para produzir mais e melhores frutos e benefício de todos. A mediunidade existe sempre como fonte de bênçãos, desde que exercida com devotamento e humildade.   No burilamento de faculdades mediúnicas, situa a feição fenomênica no justo lugar para não te distraíres com superfluidades inconsequentes. O aspecto menos importante da mediunidade reside no próprio fenômeno.   Relaciona-te pois, com o fenômeno quando ele venha a surgir espontaneamente em tarefas ou reuniões que objetivem finalidades mais elevadas, que não o fenômeno em si, usando equ...

Não reproves

Não reproves o amigo Que te deixou na estrada.   Não lhe viste os conflitos, Antes de se afastar. Louva o Céu que te guarda Os pés na senda justa. De quem se foi, recorda Os bens que recebeste. Agradece o caminho Que o Senhor te assinala.   Da seara do amor Que saiu voltará.   Espírito Emmanuel, do livro O Essencial, psicografado por Chico Xavier.

O futuro e o nada

Nós vivemos, nós pensamos, nós agimos — eis o que é positivo. E nós morremos — o que não é menos certo. Mas ao deixar a Terra para onde vamos? No que nos transformamos? Estaremos melhor ou pior? Seremos ainda nós mesmos ou não mais o seremos? Ser ou não ser — essa é a alternativa. Ser para todo o sempre ou nunca mais ser. Tudo ou nada. Viveremos eternamente ou tudo estará acabado para sempre. Vale a pena pensarmos em tudo isso? Toda criatura humana sente a necessidade de viver, de gozar, de amar, de ser feliz. Diga-se àquele que sabe que vai morrer que ele ainda viverá ou que a sua hora foi adiada. Diga-se, sobretudo, que ele será mais feliz do que já foi — e o seu coração palpitará de alegria. Mas de que serviriam essas aspirações de felicidade, se basta um sopro para dissipá-las? Haverá alguma coisa mais desesperadora do que essa ideia de destruição absoluta? (1) Sagradas afeiçoes, inteligência, progresso, saber laboriosamente adquirido, tudo seria destruído, tudo estaria perdido! Qu...

O filho do orgulho

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VII – Item 11 O melindre – filho do orgulho – propele a criatura a situar-se acima do bem de todos. É a vaidade que se contrapõe ao interesse geral. Assim, quando o espírita se melindra, julga-se mais importante que o Espiritismo e pretende-se melhor que a própria tarefa libertadora em que se consola e esclarece. O melindre gera a prevenção negativa, agravando problemas e acentuando dificuldades, em vez de aboli-los. Essa alergia moral demonstra má vontade e transpira incoerência, estabelecendo moléstias obscuras nos tecidos sutis da alma. Evitemos tal sensibilidade de porcelana, que não tem razão de ser. Basta ligeira observação para encontrá-la a cada passo: É o diretor que tem a sua proposição refugada e se sente desprestigiado, não mais comparecendo às assembleias. O médium advertido construtivamente pelo condutor da sessão, quanto à própria educação mediúnica, e que se ressente, fugindo às reuniões. O comentarista admoestado fraternalmente p...

Dieta Espiritual

Ergue-te cedo e bendize O sol da renovação. Começa o labor do dia No convívio da oração. Trabalha espontaneamente No que te cabe fazer. Espalha o serviço, em torno Além do próprio dever À frente de quem precise. Não transites de relance. Socorre, quanto puderes, Toda aflição que te alcance. Cultiva a intenção correta, Estende o braço cortês, Escuta com vigilância, E fala com sensatez… Esquece a própria pessoa, Mas, ante o bem coletivo, Ampara a causa de todos. Na compaixão de olho vivo. Atende aos tratos da vida, Na obrigação sem atraso. Defende a própria saúde, Comendo no prato raso, Bebe água limpa da fonte, Coloca o banho em rotina, Repousa durante a noite, No estudo e na disciplina. Se a mágoa chega e te fere, Exerce a bondade e vence-a. Todo conflito reclama Firmeza na paciência. Resguarda a paz em ti mesmo E, em todo mal imprevisto, Recorre ao receituário Do médico Jesus-Cristo. Espírito Casimiro Cunha, do livro Notícias do Além, psicografado por Chico Xavier.

Aplicação do Espiritismo

Queridos irmãos, lembremo-nos sempre de que o Espiritismo: Visto, pode ser somente fenômeno; Ouvido, pode ser apenas consolação; Vitorioso, pode ser somente festividade; Estudado, pode ser apenas escola; Discutido, pode ser somente sectarismo; Interpretado, pode ser apenas teoria; Propagado, pode ser somente movimentação; Sistematizado, pode ser apenas filosofia; Observado, pode ser somente ciência; Meditado, pode ser apenas doutrina; Sentido, pode ser somente crença. Não nos esqueçamos porém de que Espiritismo aplicado, é Vida Eterna com Eterna Libertação. A codificação trouxe ao mundo uma chave gloriosa, cuja utilidade se adapta a numerosas portas. Escolhamos com o Apóstolo, que hoje recordamos, o caminho da aplicação: TRABALHO, SOLIDARIEDADE, TOLERÂNCIA. De coração elevado a Jesus, não temos por agora divisa mais nobre a recordar. Vivei-a na fé consoladora. Espiritismo é Sol. Brilhai na sua luz. Espírito Emmanuel, em Nosso Livro, psicografado por Chico Xavier. Mensagem recebida em r...

Fenômenos e bênçãos

Examina a tua convicção começante. Se ela nasceu de fenômenos que te impressionaram a mente ou de benefícios que recolheste, agradece o concurso daqueles que te moveram à luz, mas não permaneças indefinidamente na ofuscação que te imobiliza no louvor admirativo, qual se te demorasse sob o efeito de longa hipnose. A natureza, em todas as plagas do Universo, é conjunto de fenômenos e bênçãos que nos desafiam o poder do estudo e a capacidade de gratidão. O Sol é um espetáculo constante da Inteligência Divina, ante os olhos da Humanidade Terrestre que, muito de longe, se lembra disso. A fonte é uma ocorrência de materialização das mais belas, sustentando o hálito das criaturas por saciar-lhes a sede, sem que isso habitualmente as comova. Emprega-te a compreender e servir. Entrega os enigmas do Planeta aos cuidados da ciência que os deslindará, na hora precisa, e medita no fenômeno de tua própria individualidade. Meçamos a nossa pequenez ante a grandeza da vida. Vejamo-nos quais somos. Não ...

Velha sombra

A grande e velha sombra que oculta habitualmente a candeia bruxuleante de nossa fé, muitas vezes, se exprime na espessa neblina da ociosidade mental, que nos entorpece os melhores impulsos para a construção do bem. Preguiça de pensar com a própria cabeça… Preguiça de sentir com o próprio coração… Preguiça de auxiliar… Preguiça de fazer… Preguiça de aprender… Preguiça de ensinar… Não acredites que bastaria a confissão em Cristo para dar aos outros o necessário testemunho de comunhão com o Evangelho de Amor e Luz. Em muitas ocasiões, a própria palavra é um asilo à preguiça despistadora, que se envolve no verbalismo fulgurante, para continuar arrojada à inutilidade e à prostração.   Que a nossa frase se estenda em abençoada luz, revelando o Eterno Benfeitor que nos rege os destinos, mas que não nos exonere do dever do exemplo vivo, de vez que apenas na linguagem convincente das obrigações corretamente cumpridas é que seremos entendidos pelos companheiros de jornada no grande caminho d...

Não sabem

Alguém te feriu? Desculpa e esquece. Aparece quem te insulta? Perdoa e silencia. Sofres perseguição? Cala-te e trabalha. Ofensas e agressões? Olvida e serve. Não passes recibo às afrontas. Prossegue fazendo o bem. Quantos se entregam ao mal não sabem o que fazem; esta afirmativa equivale a dizer que desconhecem quanto isso lhes custará. Espírito Emmanuel, do livro Momentos de Paz, psicografado por Chico Xavier.

Fé viva

A fé que apenas crê é uma luz estacionária no coração que a retém. Para comunicar-se com outro, porém, iluminando corações e levantando almas, a fé viva precisará deslocar-se, usando o carro das boas obras. Espírito Emmanuel, do livro Material de Construção, psicografado por Chico Xavier.

Vontade de Deus

Quando nos reportamos à vontade de Deus, referimo-nos ao controle da Sabedoria Perfeita que nos rege os destinos. E, observando nossa condição de espíritos eternos, acalentados pelo Infinito Amor da Criação, ser-nos-á sempre fácil reconhecer as determinações de Deus, em todos os eventos do caminho, a nosso respeito, já que a Divina Providência preceitua para cada um de nós: Saúde e não doença; Trabalho e não ócio; Cultura e não ignorância; Conciliação e não discórdia; Paz e não desequilíbrio; Tolerância e não intransigência; Alegria e não tristeza; Esperança e não desânimo; Conformidade e não desespero; Perdão e não ressentimento; Êxito e não fracasso; Fé e não medo destrutivo; Humildade e não subserviência; Intercâmbio e não isolamento; Disciplina e não desordem; Progresso e não atraso; Amor e não indiferença; Vida e não morte. Se dificuldades, sofrimentos, desacertos e atribulações nos agridem a estrada, são eles criações nossas, repercussões de nossos próprios atos de agora ou do pa...