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Mostrando postagens de julho, 2023

Aviso, chegada e entendimento

Reunião pública de 25/4/60 Questão nº 160 A intervenção franca do Plano Espiritual, no Plano Físico, pode ser admitida no conceito popular como embaixada portadora de metas decisivas, a definir-se em três períodos essenciais: aviso, chegada e entendimento. De Swedenborg a Andrew Jackson Davis, surpreendemos a mediunidade ativa, sob as ordens da Esfera Superior, no aviso da renovação necessária. E se pequenas disparidades são registradas no verbo dos obreiros em serviço, é justo lembrar que na interpretação da realidade, quanto na interpretação da música, a expressão isolada varia, conforme as peculiaridades do instrumento. Em 1848, no vilarejo de Hydesville, inicia-se publicamente a chegada dos comandos da sobrevivência. Os emissários desencarnados, quais familiares há muito tempo ausentes da própria casa, alcançam a moradia terrestre, batendo freneticamente à porta. Na residência dos Fox não faltam nem mesmo as palmas de quem chega e de quem recepciona, entre a menina Kate e o Espírit...

Traços da Caridade

Agradeço contente, alma querida, Tudo o que tens me dado, Quando segues comigo, lado a lado, Entre as rampas da vida. Lembro-me sim… Revejo-me criança… Surgiste, de mansinho, E ofereceste-me ao caminho Alívio, reconforto, alegria e esperança. Quantas vezes, depois,, vieste a mim Para me abençoar e esclarecer, Na presença de paz da bondade sem fim, Não consigo dizer. Agradeço-te a doce discrição… Chegas sem que eu te peça...Vens e me auxilias Sem pedir qualquer conta dos meus dias, Sem olhar meus defeitos como são… Ao tépido clarão do teu sorriso, O trabalho se põe a recompor. Restauras-me na fé, quase que de improviso Com teus gestos de amor. Nunca me perguntas o que sou e o que fiz Nem se recebo a proteção de alguém, Queres ver-me feliz Porque, em tudo, te esmeras para o bem. Não tens informação, quanto ao sítio onde moro Nem a trilha real que me conduz, Mas sabes quando choro Para arrancar-me às trevas e devolver-me à luz!… Caridade!… Louvado seja Deus Que te criou, acima da razão, P...

Inquietações e complicações

A existência terrestre, no fundo, é um estágio do espírito imperecível no campo das forças físicas em constante mutação. Daí as complexidades que apresenta. À feição do aluno na escola, a criatura recebe lições na Terra, através dos problemas. Dificuldade superada, experiência adquirida. Disso procede o imperativo da serenidade do discernimento em todas as observações e decisões que venhamos a assumir na seara do mundo. Quantas aflições se nos debitam unicamente à invigilância, seja nos desvarios do raciocínio, seja nos exageros da sensibilidade? Em todos os momentos de acerbidade e aspereza do cotidiano, confiemo-nos ao Infinito Poder da Criação de que nos achamos totalmente envolvidos, em qualquer ponto do Universo. Não existem questões insolúveis para a Divina Providência, e, dentro de semelhante convicção, aprendamos a satisfazer os compromissos que as circunstâncias nos reservem, sem superestimar ou subestimar os acontecimentos que nos cerquem. Equilíbrio edificante e paciência op...

Simpatia

Compadece-te de quem se aproxima. Não te encarceres nas aparências. Ha risadas que disfarçam soluços. Muita veste custosa esconde feridas. O legislador que te parece feliz muita vez gemerá em desespero silencioso. O administrador que passa, indiferente, carrega na cabeça tão esfogueantes problemas que deixou de saudar-te. O expositor de ensinamentos sublimes que se te afigura a cavaleiro das vicissitudes humanas caminhará, talvez, cada dia, atormentado de tentações. O titulado que respira sob o apreço público, pela elevação cultural e profissional a que se guindou, em muitas ocasiões transporta consigo amargas experiências. O comerciante que supões regalado, na mesa opípara, guarda provavelmente o estômago ulceroso, com extrema dificuldade para comer. O artista que presumes campeão do prazer, porque trabalha sorrindo, quase sempre possui no coração um vaso de lágrimas. A mulher que julgas vaidosa, porque anda adornada, em muitas circunstâncias chora por dentro, crucificada no martírio ...

A Dor

A dor é a nossa companheira até o momento de nossa integração total com a Divina Lei. Recebe-nos no mundo, oculta nos berços enfeitados, espreita-nos no colo materno e segue-nos a experiência infantil... Depois, observa-nos a mocidade, misturando seus raios, quase sempre incompreensíveis, com os nossos cânticos de esperanças e, atravessado o pórtico de nossa comunhão com a madureza espiritual, incorpora-se à nossa luta de cada instante... Respira conosco, infatigavelmente marcha ao nosso lado, passo a passo, e, ainda que não queiramos, lê, sem palavras para o nosso coração, a cartilha da experiência. Então, algo renovador se realiza dentro de nós, sem que percebamos, e, um dia, comparece em nossa estrada, conduzindo-nos à morte e à aparente separação; mas, se aceitamos as bênçãos do seu apostolado sublime, converte-se, a estranha companheira dos nossos destinos, em suave benfeitora, preparando-nos para a vitória divina, de vez que só ela é bastante forte e bastante serena para sustenta...

Renascimento

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Não aguardes o lance da morte para atender, em ti mesmo, à grande renovação. Se a chama de tuas esperanças mais caras surge agora reduzida a pó e cinza, aproveita os resíduos dos sonhos mortos por adubo à nova sementeira de fé e caminha para diante, sem descrer da felicidade. Muitos desertam do quadro escabroso em que o Céu lhes permite a quitação com as Leis Divinas, deitando-lhe insultos, como se se retirassem de província infernal, mas voltarão a ele, em momento oportuno, com lágrimas de tardio arrependimento, para reajustar suas disposições, quando poupariam larga quota de tempo se lhe buscassem compreender as lições ocultas. Outros muitos fogem de entes amados, reprochando-lhes a conduta e anatematizando-lhes a existência, qual se se ausentassem de desapiedados verdugos; no entanto, voltarão, igualmente mais tarde, a tributar-lhes paciência e carinho, a fim de curar-lhes as chagas de ignorância e ajudá-los no pagamento de débitos escabrosos, entendendo, por fim, que teria...

Tempo alheio

Pensa no valor do tempo. Quando não sejas a pessoa chamada a essa ou àquela confidência, se não podes comunicar a alguém o que tens a dizer, no máximo de dez minutos, é aconselhável te sente para escrever a esse alguém, uma carta para ser lida em momento oportuno. Espírito Emmanuel, do livro Recados do Além, psicografado por Chico Xavier.

Cooperação

Para que alguém dirija com êxito e eficiência uma empresa importante, não lhe basta a nomeação para o encargo. Exige-se-lhe um conjunto de qualidades superiores para que a obra se consolide e prospere. Não apenas autoridade, mas direção com discernimento. Não só teoria e cultura, mas virtude e juízo claro de proporções. Dilatados recursos nas mãos, a serviço de uma cabeça sem rumo, constituem tesouros nos braços da insensatez, assim como a riqueza sem orientação é navio à matroca. Quem governa emitirá forças de justiça e bondade, trabalho e disciplina, para atingir os objetivos da tarefa em que foi situado. Quando o poder é intemperante, sofre o povo a intranquilidade e a mazorca, e, quando a inteligência não possui o timão do caráter sadio, espalha, em torno, a miséria e a crueldade. Daí, conhecermos tantos tiranos nimbados de grandeza mental e tantos gênios de requintada sensibilidade, mas atolados no vício. No mundo íntimo, a vontade é o capitão que não pode relaxar no mister que lh...

Oração perante Jesus

Senhor! Agradecemos os professores de bondade e paciência, compreensão e tolerância que nos concedes, através de todos aqueles que nos transmitem os ensinamentos que nos legaste. E manifestamos ao teu amparo a nossa gratidão pelos examinadores que nos envias, na pessoa de nossos familiares e companheiros, adversários e observadores, para que se nos verifique o grau de aproveitamento das tuas mensagens de paz e amor. Entretanto, Jesus, entre aqueles que nos induzem a procurar as virtudes que ainda não possuímos, e aqueles outros que nos destacam os defeitos e as deficiências que ainda carregamos, nós te pedimos força e coragem para sermos simples e humildes, a fim de praticarmos as tuas lições. Espírito Emmanuel, do livro Paz, psicografado por Chico Xavier.

Decálogo da desobsessão

Não permita que ressentimento ou azedume lhe penetrem o coração. Abençoe quantos lhe censuram a estrada sem criticar a ninguém. Jamais obrigue essa ou aquela pessoa a lhe partilhar os pontos de vista. Habitue-se a esperar pela realização dos seus ideais, trabalhando e construindo para o bem de todos. Abstenha-se de sobrecarregar os seus problemas com o peso inútil da ansiedade. Cesse todas as queixas ou procure reduzi-las ao mínimo. Louve, mas louve com sinceridade, o merecimento dos outros. Conserve o otimismo e o desprendimento da posse. Nunca se sinta incapaz de estudar e de aprender, sejam quais forem as circunstâncias. Esqueçamo-nos para servir. Espírito André Luiz, do livro Paz e Renovação, psicografado por Chico Xavier.

Boas maneiras

 “E assenta-te no último lugar.” – Jesus. (Lucas, 14:10.)   O Mestre, nesta passagem, proporciona inolvidável ensinamento de boas maneiras.  Certo, a sentença revela conteúdo altamente simbólico, relativamente ao banquete paternal da Bondade Divina; todavia, convém deslocarmos o conceito a fim de aplicá-lo igualmente ao mecanismo da vida comum.  A recomendação do Salvador presta-se a todas as situações em que nos vejamos convocados a examinar algo de novo, junto aos semelhantes. Alguém que penetre uma casa ou participe de uma reunião pela primeira vez, timbrando demonstrar que tudo sabe ou que é superior ao ambiente em que se encontra, torna-se intolerável aos circunstantes.  Ainda que se trate de agrupamento enganado em suas finalidades ou intenções, não é razoável que o homem esclarecido, aí ingressando pela vez primeira, se faça doutrinador austero e exigente, porquanto, para a tarefa de retificar ou reconduzir almas, é indispensável que o trabalhador fi...

Mãezinha

Quando o Pai Celestial precisou colocar na Terra as primeiras criancinhas, chegou à conclusão de que devia chamar alguém que soubesse perdoar infinitamente. De alguém que não enxergasse o mal. Que quisesse ajudar sem exigir pagamento. Que se dispusesse a guardar os meninos, com paciência e ternura, junto do coração. Que tivesse bastante serenidade para repetir incessantemente as pequeninas lições de cada dia. Que pudesse velar, noites e noites, sem reclamação. Que cantarolasse, baixinho, para adormecer os bebês que ainda não podem conversar. Que permanecesse em casa, por amor, amparando os meninos que ainda não podem sair à rua. Que contasse muitas histórias sobre a vida e sobre o mundo. Que abraçasse e beijasse as crianças doentes. Que lhes ensinasse a dar os primeiros passos, garantindo o corpo de pé. Que os conduzisse à escola, a fim de que aprendessem a ler. Dizem que nosso Pai do Céu permaneceu muito tempo, examinando, examinando…  e, em seguida, chamou a Mulher, deu-lhe o tít...

Conclusões

Estuda, ensina, esclarece, Mas foge à palavra oca. Apenas colher vazia Acaba ferindo a boca. O bem reúne três modos: Caridade – obrigação; Benevolência – dever; Esmola – devolução. Abriga-te na humildade, Não busques mundana estima. O ouro afunda no mar. A palha fica por cima. Espírito Regueira Costa, do livro Orvalho de Luz, psicografado por Chico Xavier.

Ao médium consciente

O Livro dos Médiuns — Questão 166 Se a incorporação consciente é o campo de atividade que o Senhor te confia, na prática mediúnica, encontras, em verdade, a perseverança como sendo o maior imperativo de apoio e a dúvida sem proveito, por perigo maior. Convence-te, porém, de que o serviço paciente, a pouco e pouco, dirimirá, em definitivo, todas as tuas vacilações. Sê persistente no dever a cumprir e dias virão, nos quais distinguirá, em ti, de forma irretorquível, a legitimidade do fenômeno através de provas simples e várias: 1. Manifestações por teu intermédio de personalidade que desconheces, identificadas por outros participantes da sessão. 2. Comunicações de familiares e amigos por tuas faculdades, ofertando-te valores irrecusáveis de identidade. 3. Ocorrências de sensação íntima na abordagem inicial desse ou daquele manifestante que, para surpresa tua, interrompe o transe, afasta-se e se comunica incontinenti por outro médium, na mesma reunião, revelando as mesmas ideias e o mesmo...

Prece dos Obreiros

Jesus! Abençoa, por acréscimo de misericórdia, o templo que nos deste à sementeira da fraternidade e ao culto da oração. Conserva-nos no entendimento de Teus princípios e auxilia-nos a procurar-te, para que não estejamos perdidos no labirinto de nós mesmos. Condutor, indica-nos o roteiro. Justo dos justos, endireita-nos os passos. Benfeitor, socorre-nos. Orientador, clareia-nos o caminho. Mestre, corrige-nos a lição. Na alegria, sê nosso equilíbrio. No sofrimento, sê nosso apoio. Alimenta-nos o coração nas fontes do Teu amor, para que o nosso pensamento não seja simples cálculo. Inspira-nos a palavra para que a nossa boca não fira. Resguarda-nos as mãos no trabalho construtivo, para que o mal não nos domine. Induze-nos à humildade, para que a nossa fé não seja vã. Faze-nos compreender, Senhor, acima de tudo, que esta casa pertence, primeiramente, aos necessitados do corpo e do espírito, que nos concedeste como sendo a família de nossos próprios irmãos. Seja, assim, a caridade o móvel d...

Esclarecendo o problema da morte dentro de nova concepção da vida

Desaparecimento dos antigos mistérios que cercavam o fato natural — Morte, simples fase da vida — as palavras do apóstolo Paulo: "Planta-se o corruptível,  nasce o incorruptível". A compreensão exata do fenômeno da morte, em seu verdadeiro sentido, em sua verdadeira significação, é uma das mais belas contribuições do Espiritismo para o homem dos nossos dias. No passado, principalmente nas grandes civilizações orientais, o homem desfrutou de elevada compreensão do sentido da vida, e consequentemente da morte. Mas essa compreensão era ainda perturbada pela falta do esclarecimento científico do problema. Apresentava-se envolta na ganga mística ou teológica do mistério. A sobrevivência constituía uma certeza, mas uma certeza de tipo enigmático, de consequências imprevisíveis. Os mortos não eram ressuscitados, não eram homens tão somente desprovidos do corpo físico, mas almas de um mundo desconhecido. O Espiritismo, como explica Allan Kardec em "A Gênese", vindo depois d...

A Carne e o Homem

Clamou a Carne ao Homem: – Foge à lida! Embriaga-te e sonha! Tudo é nada… A Terra é a nossa vinha iluminada E eu sou a tua noiva apetecida… E o pobre cavaleiro, em desabrida, Sobre o corcel da mente incontentada, Gozou, riu-se e fugiu à luz da estrada, Procurando o prazer, de alma insofrida. Mas veio um dia o Tempo e disse: – Para! E alterando-lhe a face nobre e rara, Deu-lhe a velhice, amargurosa e dura. E, ofegando na Carne, quase morta, O Homem triste caiu vencido, à porta Do jazigo abismal da sepultura. Espírito Anthero de Quental, em Nosso Livro, psicografado por Chico Xavier.

Santuário vivo

Em verdade, quando atingirmos o grande entendimento, prescindiremos dos refúgios de pedra para o serviço de adoração a Deus. Perceberemos, nessa altura da romagem evolutiva, que a melhor demonstração de fé viva será sempre aquela a expressar-se em forma de serviço aos semelhantes, na sublimação de nós mesmos, e por isso encontraremos em nosso veículo de manifestação o templo mais adequado às nossas relações com o Pai Celestial. Comecemos a prática renovadora, oficiando no culto à verdadeira fraternidade, e nossa existência, decerto, assumirá diferente feição, diante daqueles que nos rodeiam. Consagremos o pensamento à grande compreensão que tudo dirige para o bem. Dediquemos a visão às qualidades mais nobres dos companheiros em luta, com esquecimento de prováveis chagas e cicatrizes. Ofereçamos ouvidos à boa palavra, guardando surdez, para a maledicência e para a leviandade. Hipotequemos as mãos ao trabalho incessante, no desempenho dos próprios deveres. Conduzamos os pés nas sendas da...

Direção

Recorda: Jesus nos ensinou que Deus é por nós e que todos devemos estar com Deus, através do amor uns pelos outros. Espírito Emmanuel, do livro Momentos de Paz, psicografado por Chico Xavier.

Em tarefa do amor

A tarefa de amor Resume-se em servir. Decide-te e começa… Une-te aos companheiros, Sem contar desenganos. Há irmãos que se queixam Outros se desanimam, Alguns te desaprovam, Muitos te desconhecem… Mas se segues com Deus Nunca te cansarás. Espírito Emmanuel, do livro Material de Construção, psicografado por Chico Xavier.

Sentimento, ideia e ação

Adulterar significa tisnar, viciar, mentir…   E nenhuma falta dessa espécie é mais lamentável que aquela de nossa deserção diante das Leis de Deus. Não podemos olvidar, por isto, que toda negação do bem começa em nosso íntimo, transformando-se, logo após, em ideia, para exteriorizar-se, em seguida, no campo da ação. Desse modo, podemos atender à justa autocrítica, analisando as nossas tendências ocultas e retificando os próprios hábitos, compreendendo que os nossos sentimentos fecundam, em nosso prejuízo, os resultados que nos caracterizam a marcha.   É assim que temos a preguiça sustentando a ignorância e a ignorância nutrindo a miséria… A malícia gerando a crueldade e a crueldade formando o crime… A suspeita criando a maledicência e a maledicência armando a calúnia…   A disciplina criando o trabalho e o trabalho presidindo o progresso… A bondade plasmando a cooperação e a cooperação construindo a beneficência… O amor inspirando a renúncia e a renúncia garantindo a felic...

Ternura maternal

I As paredes da casa em vão procuro, Quero dizer adeus e não consigo… Vejo apenas o vulto amargo e amigo Da morte que me estende o manto escuro. Choro a estirar-me, trêmulo, inseguro; O leito ensaia a pedra do jazigo… Padeço, clamo e indago a sós comigo, Qual pássaro que tomba contra um muro. A névoa espessa enreda o corpo langue. É o terrível crepúsculo do sangue Que me tinge de sombra os olhos baços; Mas surge alguém, no caos que me entontece, É minha mãe, que alonga as mãos em prece, Doce estrela brilhando nos meus braços!… II Ave que torna, em chaga, ao brando ninho, Ouço divina música na sala, É a sua voz celeste que me embala, Motes do lar que tornam de mansinho. Ergo-me agora… O corpo é o pelourinho De que me desvencilho por beijá-la… “Mãe! Minha Mãe!…” — suspiro, erguendo a fala, A soluçar de júbilo e carinho. —“Dorme, filho querido! Dorme e sonha!…” Nossa velha canção terna e risonha Regressa com beleza indefinida… Tomo-lhe os braços em que me acrisolo E durmo novamente no seu...

Como tratar os médiuns

Você pergunta a mim, Espírito desencarnado, qual a maneira adequada de tratar os médiuns. Alega que muitos passaram por seu clima individual, sem que pudesse compreendê-los. Começam a tarefa, entusiásticos, e, lestos, abandonam a sementeira. Alguns sustentam o serviço por algum tempo; outros, contudo, não vão além de alguns meses. Muitos se afastam, discretos, recuando deliberadamente, ao passo que outros tantos resvalam, monte abaixo, atraídos por fantasias tentadoras. Afirmando seu amor à doutrina que nos irmana agora, você indaga com franqueza: como tratar essa gente, para que o Espiritismo não sofra hiatos nas demonstrações da sobrevivência? Não tenho pretensões a ensaísta de boas maneiras. Malcriado quanto tenho sido, falece-me recurso para escrever códigos de civilidade, mesmo no “outro mundo”. Creio, todavia, que o médium deve receber tratamento análogo ao que proporcionamos a qualquer ser humano normal. Trata-se de personalidade encarnada, com obrigações de render culto diário ...

Por ti mesmo

Os companheiros são sempre alavancas de apoio que devemos agradecer a Deus. Diante, porém, das tarefas a realizar, não exijas tanto dos amigos queridos que te estendem amparo. Esse, talvez hoje, esteja doente. Aquele outro, provavelmente, estará faceando amargos problemas a resolver. Ergue-te, enquanto é tempo, e faze, por ti mesmo, o bem que possas. Espírito Emmanuel, em Livro de Respostas, psicografado por Chico Xavier.

No Domínio das Provas

“Ai do mundo par causa dos escândalos, porque é necessário que venham escândalos mas ai daquele por quem o escândalo vier.” - JESUS - Mateus, 18: 7. “É preciso que haja escândalo no mundo, disse Jesus, porque imperfeitos como são na Terra, os homens se mostram propensos a praticar o mal, e porque, árvores más, só maus frutos dão. Deve-se, pois, entender por essas palavras que o mal é uma consequência da imperfeição dos homens e não que haja, para estes, a obrigação de praticá-lo”. Cap. 8: 13. Imaginemos um pai que, a pretexto de amor, decidisse furtar um filho querido de toda relação com os revezes do mundo. Semelhante rebento de tal devoção afetiva seria mantido em sistema de exceção. Para evitar acidentes climáticos inevitáveis, descansaria exclusivamente na estufa, durante a fase de berço e, posto a cavaleiro, de perigos e vicissitudes, mal terminada a infância, encerrar-se-ia numa cidadela inexpugnável, onde somente prevalecesse a ternura paterna, a empolgá-lo de mimos. Não frequen...

Depois da ressurreição

Contou-nos um amigo que, logo após a ressurreição do Cristo, houve grande movimentação popular em Jerusalém. O fato corria de boca em boca. Sacerdotes e patriarcas, negociantes e pastores, sapateiros e tecelões discutiam o acontecimento. Em algumas sinagogas, fizeram-se ouvir inflamados oradores, denunciando a “invasão Galileia”. —Imaginem – exclamava um deles da tribuna, diante das tábuas da lei –, imaginem que a mulher mais importante do grupo, a que se encarregou da chamada mensagem de ressurreição, é uma criatura que já foi possuída por sete demônios. Em Magdala, todos a conhecem. Seu nome rasteja no chão. Como aceitar um acontecimento espiritual, através de pessoa desse jaez? Os galileus são velhacos e impostores. Naturalmente cansados da pesca, que lhes rende parcos recursos, atiram-se, em Jerusalém, a uma aventura de imprevisíveis consequências. É indispensável reajustar impressões. Moisés, o maior de todos os profetas, o salvador de nosso povo, morreu no monte sebo, contempland...

Dever e liberdade

A disciplina é alicerce da vida. A ordem é fundamento da Lei.   Quanto maior o primitivismo dos seres enfaixados no berço da evolução, com mais força registramos semelhante princípio. O minério, da gleba a que se acolhe, é transportado sem qualquer resistência para atender às lides do progresso. O verme arrasta-se no solo, cadaverizando-se nele de modo a fecundá-lo para que a semente germine. A árvore sofre o insulto da tempestade, produzindo sem exigência, em favor dos outros, os frutos que não consome. A ovelha cede a lã que lhe é própria ao reconforto alheio, tremendo ante o assalto do frio. Os elementos mais simples obedecem e auxiliam sem reclamar e todos eles, colados ainda à Terra, para ela se voltam humildes e submissos, representando crisálidas de consciência em sua expressão fetal, no colo da natureza. Todavia, o dever é diferente no homem, cuja cabeça se ergue dominadora na direção do infinito. De braços livres, não obstante chumbado à senda que perlustra, pode sentir e ...

Doenças da alma

Na forja moral da luta em que temperas o caráter e purificas o sentimento, é possível acredites estejas sempre no trato de pessoas normais, simplesmente porque se mostrem com a ficha de sanidade física. Entretanto, é preciso lembrar que as moléstias do espírito também se contam. O companheiro que te fala, aparentemente tranquilo, talvez guarde no peito a lâmina esbraseada de terrível desilusão. A irmã que te recebe, sorrindo, provavelmente carrega o coração ensopado de lágrimas. Surpreendeste amigos de olhos calmos e frases doces, dando-te a impressão de controle perfeito, que soubeste, mais tarde, estarem caminhando na direção da loucura. Enxergaste outros, promovendo festas e estadeando poder, a escorregarem, logo após, no engodo da delinquência. É que as enfermidades do espírito atormentavam as forças da criatura, em processos de corrosão inacessíveis à diagnose terrestre. Aqui, o egoísmo sombreia a visão; ali, o ódio empeçonha o cérebro; acolá, o desespero materializa fantasmas; ad...

Aos pequenos companheiros

Deus fez da vida um jardim, Fez do mundo o nosso lar, Onde aprendemos a amar Sua grandeza sem fim. Em todas as direções, Nas cidades, nos caminhos, No campo, no mar, nos ninhos, Há sempre grandes lições. No prazer, no sofrimento, Na noite longa e sombria, Na claridade do dia, Tudo e flor de ensinamento. Colhamos bênçãos de luz Nas lutas que a vida encerra O jardim é toda a terra,   O jardineiro é Jesus. Espírito João de Deus, do livro Jardim da Infância, psicografado por Chico Xavier, em 1946.

No Reino do Coração

Em verdade, asseverou Jesus que o Reino de Deus ainda não é deste mundo, no entanto, várias vezes, afirma que esse Reino permanece dentro de nós. Muitos aguardam a vinda espetacular do Céu à Terra, ignorando que a construção do Céu há de começar em nós, se nos propomos alcançar a Vida Perfeita. Não olvides o reino do coração, se anelas trabalhar pelo Reino do Cristo. Não podes sustar a perturbação que ruge em derredor de teus passos, entretanto, é possível apaziguar a própria alma e encontrar dentro dela um abrigo de serenidade e esperança. Não podes paralisar o verbo que fere e vergasta, mas, é fácil guardar o próprio espírito em silêncio para somente movimentá-lo na bondade que ajuda, compreende e perdoa. Não podes, sem dúvida, inventar, de repente, hospitais e escolas, lares e templos em que a coletividade enferma e sofredora encontre, de imediato, remédio e ensinamento, aconchego e fé viva, contudo, ainda hoje, é possível socorrer o parente desarvorado, amparar a criança infeliz, c...

Perigos

Guarda a própria alma na compreensão e na bondade para com todos, a fim de que o amor te preserve as fontes da vida. Muitos companheiros atravessam o campo humano, receando calamidades exteriores, amplamente desprevenidos contra os flagelos do mundo íntimo. Temem o fogo terrestre que a água consome e não se precatam contra o incêndio da discórdia que lhes destrói o templo doméstico. Apavoram-se diante de profetas inconsequentes, nada compatíveis com a misericórdia que nos preside a existência, e adormecem, desavisados, à frente dos deveres que a vida lhes confiou. Amedrontam-se, perante a bala mortífera que assalta o corpo frágil e perecível e entregam-se ao vírus da calúnia que lhes corrompe os tecidos sutis da alma. Recuam, espavoridos, ante a infestação da varíola ou do tifo que a medicina combate com segurança e aceitam sem murmurar as sugestões da preguiça e da indisciplina que lhes atormentam as horas. Referem-se a perigos remotos que talvez jamais lhes visitem a estrada e caminh...