O apostolado da medicina
Deixou para seus colegas o retrato do verdadeiro médico que deseja fazer da medicina um apostolado.
Aqui transcrevemos seus conceitos inseridos num de seus livros:
— “Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de escolher hora, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito lhe bate à porta.
O que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar-se fatigado, ou por ser alta noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro; o que sobretudo pede um carro a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro, — esse não é médico, é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu espírito, a única que jamais se perderá nos vais-e-vens da vida.
Que página formosa, emocionante, digna de um apóstolo!
Deveria ser lida e relida por quantos fazem da medicina um negócio lucrativo, por isto mesmo que sem assistência espiritual, enterram os talentos e agravam suas missões. Seus doentes saem de seus consultórios mais doentes, mais descrentes, mais desesperados...
Os verdadeiros Médicos, como os verdadeiros professores, procuram curar e encaminhar Espíritos ao Roteiro do Bem, à disciplina do Amor, ao carreiro da Caridade. E tornam-se cada vez mais ricos da amizade dos clientes e alunos, das bênçãos de Deus, adquirindo uma boa consciência e a Paz do dever cumprido como sucedera com o caroável Médicos dos pobres.