Com o açoite no braço

Vimos um homem sofrendo a prova da miséria, porque era doente e sem ninguém para o assistir.
O Chico pediu-lhe que nos mostrasse o braço direito. Tirou o paletó e nos colocou diante dos olhos um braço enorme com uns babados de carne mole, arroxeada, esquisita, mais parecendo um açoite enrolado, cheio de nós.
Saímos impressionadíssimos de seu quarto. Mais adiante, o Chico explicou-nos: este nosso irmão foi, no passado, um capataz muito mau. Com aquele braço direito açoitou infinidades de escravos, muitos dos quais desencarnaram, vítimas de sua impiedade. Voltou assim, como vocês o veem, trazendo no braço o que lhe está no espírito, que é como um eco dos açoites irados que deu, e daí o sofrimento indescritível das suas vítimas. 
Aqueles babados já estão endurecendo-se e acabarão cancerosos, trazendo-lhe sofrimentos medicamentosos, a fim de que, com isso, inicie o pagamento de suas grandes faltas.

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