As cartas do Dr. Guillon Ribeiro II

Nosso distinto confrade Thomas Menezes, estimado Espírita da cidade de Petrópolis, onde dirige, com segurança, o Centro Espírita Bezerra de Menezes, compareceu à nossa residência especialmente para louvar os Lindos Casos de Chico Xavier que, ao seu dizer, lhe confortavam muito, e para nos mostrar, dentre outras, uma carta do Dr. Guillon Ribeiro, que transcrevemos abaixo, como testemunho do que afirmamos: que esse nosso saudoso irmão, através de suas cartas, evangelizou muitos corações e resolveu casos dolorosos de muitos irmãos. Nosso caro irmão Thomas Menezes, em 1933, atravessava uma situação difícil, como se compreenderá da resposta que recebeu. Pôs em prática os conselhos recebidos e conseguiu solucionar sua situação.
E, hoje, decorridos 26 anos, pode afirmar que Jesus, por intermédio do Dr. Guillon Ribeiro, o ajudou, e lhe deu o remédio de que precisava. Leiamos, pois, a carta, com atenção e carinho, tanto mais que revela lições importantes e que se atualizam com os nossos dias:

Rio, 31 de janeiro de 1933
Prezado irmão Thomas Menezes.
Paz em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Recebi sua estimada carta de 14 do corrente e vivamente me penalizaram as rudes provas por que tem passado pessoalmente, bem como os demais membros da sua família, provas de que nela me informa e que culminaram em ficar o seu irmão Eugênio com as faculdades mentais perturbadas.
Não sei se o amigo conhece alguma coisa da Doutrina Espírita. Como quer que seja, procure conhecê-la bem, porque só ela explica racionalmente essas e todas as outras vicissitudes de ser das dores e dos sofrimentos que lhe são peculiares, em face da justiça, da misericórdia e do amor infinito de Deus, nosso Criador e Pai. Só ela nos dá a conhecer o que é a existência corpórea, em seu verdadeiro significado, o que representa, como fator do progresso de nossos Espíritos, objetivando a realização do destino único para que ele nos criou a todos – a suprema felicidade, que alcançaremos quando chegarmos à perfeição moral. Ainda mais: só por ela conhecerá todo o valor da prece e aprenderá a valer-se desta, para atrair o amparo, a assistência, e o auxílio dos bons Espíritos que, como mensageiros do Senhor, são os distribuidores das esmolas do seu coração boníssimo.
Digo-lhe isto porque na prece feita de coração, com fervor e humildade, é que o amigo e os que o rodeiam encontrarão o conforto de que necessitam, o bálsamo para as feridas que se lhes tem aberto na alma e as energias morais indispensáveis a enfrentarem com paciência, resignação e humildade as provações que ainda lhes estejam reservadas, certos de que, se Deus, que é bom, que é infinitamente bom, permite que as soframos, Ele a cuja revelia não cai um só fio de cabelo das nossas cabeças, é que elas são úteis e necessárias aos nossos Espíritos, a fim de que estes sejam o que devem ser, correspondendo aos seus desígnios, isto é, verdadeiros filhos seus, pela observância da lei suprema, que enfeixa em si todas as leis emanadas da sua onisciência, a que nos prescreve amá-lo acima de todas as coisas, amando ao próximo como a nós mesmos, perdoando a todos e sempre para sermos perdoados de nossos erros, culpas, faltas e crimes, oriundos todos do orgulho e do egoísmo, que são os nossos maiores inimigos. Fazendo-nos ter olhos de ver somente as coisas da vida material, em detrimento da vida espiritual, que é a verdadeira vida, o orgulho e o egoísmo são a causa principal das nossas decepções, aflições e amarguras. E a força nos faltará sempre para combatê-los, para deixarmos de ser escravos, para deixarmos de ser, pelo ascendente deles, filhos do pecado e nos tornamos filhos de Deus pela posse das virtudes que lhe são opostas, se não recorrermos continuamente à prece, entendendo-a no seu verdadeiro significado e fazendo-a, não de lábios apenas, mas com verdadeiro sentimento cristão. Ponha em prática estes conselhos e verá como a alegria sã voltará ao seu Espírito e dos que lhe são caros.
Quanto ao seu irmão Eugênio, o Espírito amigo a quem consultei sobre ele, respondeu o seguinte:
“Alma sem a força da fé, não resistiu à prova. Só um trabalho espiritual, feito com a unção do sentimento da caridade, e com absoluta confiança em Deus, poderá curá-la. Mas, para isso, é indispensável que ele esteja num meio afetuoso e calmo, sem o que não haverá possibilidade de bom êxito. Lá onde se acha não melhorará, ao contrário, piorará cada vez mais.
Para os membros da sua família, imploro a Deus coragem e resignação nas suas provas.
A isso, nada me resta acrescentar, depois do que acima deixei dito.
O que lhe posso afirmar é que a Jesus e a nossa Mãe Santíssima rogarei com fervor o bálsamo do amor e da misericórdia de seus corações amantíssimos, para o amigo e para todos os membros da sua família.
Paz, humildade e fé.
Fraternas e cordiais saudações do irmão e amigo,

Guillon Ribeiro.

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