A Primeira Semana Espírita do Brasil nasce de um sonho premonitório

Já contamos, em crônica constante de nosso livro — De Irmão para Irmão —, como nascera a Primeira Semana Espírita do Brasil, que, hoje, se multiplica pelos brasis afora e tem dado tão bons resultados, unindo mais e mais os Espíritas e possibilitando que Irmãos que se desconheciam se conheçam, se estimem e se unam na Tarefa Redentora do Espiritismo cristão.
De janeiro a junho de 1939 passamos, constantemente, sobressaltado, em oração e vigilância permanentes.
O Vigário de Três Rios, pelo púlpito da Matriz, diariamente, nos atacava, atacando o Espiritismo.
De uma feita, ameaçou até incendiar o Lar Manoel Pessoa de Campos, dependência valiosa do Grupo Espírita Fé e Esperança.
Não o fez, porque irmãos de outras crenças, interpondo-se-lhe, com coragem e energia, fizeram naufragar-lhe os intentos malfazejos...
No mês de junho, numa noite, ao deitarmos, pedimos ao Espírito querido de Bezerra de Menezes uma orientação a respeito.
Dormimos, e, pelo sonho, recebemo-la.
Assistimos, em sonho, a uma Sessão Espírita. Em cada noite, falava um Orador e sobre determinado tema, justamente dos focados pelo Vigário no seu Sermão costumeiro, como sejam sobre o Inferno, a Reencarnação, etc.
Acordamos satisfeito. Colocamos os companheiros de Diretoria a par do Sonho e, acordes conosco, de 24 a 30 de junho, realizamos a Primeira Semana Espírita do Brasil, que deu um resultado esplêndido, inesperado.
Foram estes os Oradores, que convidamos e compareceram Manuel Quintão, dia 24, que falou sobre João Batista e o Problema da Reencarnação.
Dr. Henrique Andrade, dia 25, que dissertou sobre Que é Espiritismo; 
Ramiro Gama, em substituição ao Prof. Leopoldo Machado, que, dia 26, falou sobre O Inferno Perante a Razão; 
Dr. Carlos Imbassahy, dia 27, que prelecionou a favor da tese — A Moral, a Filosofia e a Ciência Espíritas; 
O Dr. J. C. Moreira Guimarães, dia 28, que falou algo de sua prova, ressaltando O Espiritismo à Luz dos Fatos;
O Dr. Armindo de Carvalho, de Juiz de Fora, dia 29, que conferenciou sobre A Fé Cega e a Fé Raciocinada;
O Dr. Guillon Ribeiro, dia 30, que se fez representar pelo confrade José Passos, que terminou a bela Semana, focando o tema Fora da Caridade não há Salvação.
Uma assistência enorme superlotava a Praça do Jardim fronteiro à Matriz, das 19 às 20 horas, de 24 a 30, para ouvir os Missionários que o Vigário escalava para falarem sobre os temas dos Espíritas.
Depois das 20 horas, essa enorme assistência e outra de espiritistas enchiam o salão do Grupo Espírita Fé e Esperança, de 24 a 30, com a curiosidade de saber como defenderiam os oradores Espíritas as teses programadas, truncadas e pobremente defendidas pelos Missionários...
O Espiritismo, em seu aspecto geral, foi suficientemente explicado, documentado, contentando a todos.
O triunfo e a catequese foram gerais.
O grupo ganhou novos sócios, muitos colaboradores e sinceros adeptos.
O Vigário acabou silenciando...
Mais uma vez, venceu, sem ferir, a Causa Santa de Jesus!

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