Reflexões
De todas as dedicações terrestres, a mais sublime é aquela que nasce do devotamento maternal.
Acompanhamos nossos filhos, por uma disposição indevassável de Deus, entre flores ou espinhos, entre luzes ou charcos, para darmos, em favor deles, o próprio coração.
Não existem dois tesouros no campo da alma.
Quem prefere as fantasias douradas da carne, cedo acorda aqui, no mundo dos espíritos, em dolorosa e indefinível pobreza!
A fonte da graça espiritual é propriedade daqueles que, desde o mundo, se unem ao Senhor.
Nem sempre, enquanto nos demoramos no mundo, sabemos aproveitar a riqueza da fé!
Supomos que a religião é uma ideia que deve permanecer escravizada aos nossos caprichos e exigências, esperando que as suas forças representativas gravitem ao lado de nossos desejos.
Basta, porém, um passo além do túmulo, para compreendermos a verdade.
Se não lapidamos o coração, sobrevém para nós a tormenta.
São os votos mal cumpridos, as promessas olvidadas, as tarefas ao abandono, os compromissos relegados ao esquecimento e a ânsia doentia de colher sem plantar e de auferir lucros sem esforço, na grande jornada em que junto de nossos amigos e adversários, tanto poderíamos realizar em nosso proveito!
Bendigamos a luta!…
Sem ela – a energia viva que nos orienta para cima – que seria de nossas imperfeições? Que seria do ferro bruto sem o fogo da forja incandescente?
Ajudemo-nos uns aos outros com paciência.
Aqui reconhecemos que mais vale sofrer e servir sem descanso, que regalar-se a alma no mundo, na expectativa injustificável de permanência num céu que devemos trabalhar, ainda muito, para merecer.
Espírito Adelaide Coutinho, do livro Cartas do Coração, psicografado, por Chico Xavier.