Adversários
Quando o Mestre nos recomendou amor aos inimigos, não nos induziu à genuflexão improdutiva à frente dos nossos adversários. Ninguém precisa oscular o lodo escuro do pântano a fim de auxiliá-lo. Ninguém necessita introduzir um espinho no próprio coração, a pretexto de aniquilar-lhe a expressão dilacerante. O Senhor pede entendimento. Imaginemo-nos na posição dos nossos inimigos, gratuitos ou não, e observemos como seria a nossa conduta se estivéssemos em lugar deles. Permanecerá o nosso adversário em nossa posição de madureza espiritual quando conseguirmos examiná-lo com segurança moral? Terá tido as mesmas oportunidades de que já dispomos para conhecer a verdade e semear o bem? Guardaríamos o coração sem fel se nos demorássemos na posição onde se encontram, muitas vezes, dominados pela ignorância ou pelo desespero? Assumiríamos conduta diferente daquela que lhes assinala as atividades, se fôssemos constrangidos a atravessar a zona empedrada em que jornadeiam? Dificilmente chegaríamos a...