09 maio 2024

O exemplo da árvore


Dizem que quando a primeira árvore apareceu na Terra, trazia do Pai Celestial a recomendação de alimentar o homem e auxiliá-lo, em nome do Céu, por todos os meios que lhe fosse possível. 
Resolvida a cumprir a ordenação do Senhor, certo dia foi visitada por um ladrão, perseguido pela Justiça.
Ele sentia fome e, por isso, furtou-lhe vários frutos. 
Em seguida, decepou-lhe muitos galhos, deles fazendo macia cama para descansar e refazer-se. 
A árvore não se agastou com o assalto. Parecia satisfeita em ajudá-lo e até se mostrava interessada em adormecê-lo, agitando harmoniosamente as folhas, tangidas pelo vento. 
Erguendo-se, fortalecido, o pobre homem ouviu o ruído dos acusadores que o buscavam e, angustiado, sem saber que rumo tomar na várzea deserta, notou que o nobre vegetal, em silêncio, como que o convidava a asilar-se em seus ramos.
Imediatamente, à maneira de um menino, o infeliz escalou o tronco e escondeu-se na copa farta.
Os guardas vieram e, desistindo de encontrá-lo em razão da busca infrutífera, retiraram-se para lugarejo distante.
Foi então que o desventurado desceu para o solo, impressionado e comovido, reparando que se achava à frente de humilde mensageira do Céu.
Roubara-lhe os frutos e mutilara-lhe as frondes; entretanto, oferecera-lhe, ainda, seguro abrigo. 
O homem infeliz começou a meditar no exemplo da árvore venerável, incumbida por Deus de cooperar na distribuição do alimento de cada dia na Terra, e, nela reconhecendo verdadeira emissária do Céu, que lhe saciara a fome e lhe dispensara maternal proteção, abandonou o mal em que se havia mergulhado e passou a ser outro homem. 

Espírito Meimei, do livro Pai Nosso, psicografado por Chico Xavier.

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