Apontamentos de Amigo

No término de nossas atividades, na reunião da noite de 13 de outubro de 1955, foi nosso amigo André Luiz (espírito) quem compareceu, através do médium, induzindo-nos à serenidade e à coragem, com a mensagem seguinte:

Amigos,
Em vossos dias cinzentos, lembrai aqueles irmãos que perambulam nas trevas.
Padecendo as pedras da estrada, recordai os que se encontram atados ao leito imóvel.
Sob o aguaceiro das provas, não vos esqueçais dos que estão soterrados na lama das grandes culpas.
Diante da mesa pobre, refleti nos companheiros sob o flagelo da fome.
Sofrendo a roupa escassa, contemplai as criaturas que a expiação veste de chagas.
Entre as alfinetadas dos dissabores, não olvideis os que tombam sob o punhal da grande miséria.
Não vos aconselheis com a desesperação.
Não vos acomodeis com a rebeldia.
Esperar com paciência, ofertando ao caminho o melhor de nós, é o segredo do grande Triunfo.
O tempo que faz a noite é o tempo que traz o dia.
Para escalar a montanha salvadora, fitemos quem brilha à frente!…
Para não cairmos, aniquilados pelo desânimo, na marcha de cada dia, reparemos quem chora na retaguarda!…
A luta é um instrumento divino.
Não a menosprezeis!…


Com estas palavras, apresentamos à nossa casa a irmã Francisca Júlia da Silva (espírito), que, havendo atravessado aflitivas provações, à morte do corpo físico, atualmente se propõe trabalhar no combate ao suicídio.
Rogamos, assim, alguns minutos de silêncio, a fim de que ela possa transmitir sua mensagem.

André Luiz, do livro Vozes do Grande Além psicografado por Chico Xavier

Logo após André Luiz retirar-se, a poetiza anunciada tomou as possibilidades mediúnicas, com maneiras características, e pronunciou o belo soneto que ela própria intitulou com o expressivo apelo: – Lutai!

Lutai!

Por mais vos fira o sonho, a rajada violenta
Do temporal de fel que enlouquece e vergasta,
Suportai, com denodo, a fúria iconoclasta
E o granizo cruel da lúrida tormenta.

Carreia a dor consigo a beleza opulenta
Da verdade suprema, eternamente casta;
Recebei-lhe o aguilhão que nos lacera e arrasta,
Ouvindo a voz da fé que vos guarda e apascenta.

De alma erguida ao Senhor varai a sombra fria! …
Por mais horrenda noite, há sempre um novo dia,
Ao calor da esperança – a luz que nos enleva…

A aflição sem revolta é paz que nos redime.
Não olvideis na cruz redentora e sublime
Que a fuga para a morte é um salto para as trevas.

Francisca Júlia da Silva, do livro Vozes do Grande Além psicografado por Chico Xavier

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