27 agosto 2021

Na partilha do bem


Não te detenhas a reclamar, quando a oportunidade te faculta repartir.
Muitos estimarão a largueza da praça, deitando cáustico verbal sobre aqueles que se elevaram à responsabilidade da evidência pública ou fabulando negativamente em torno das ocorrências do dia, sem perceber que poderiam converter o próprio tempo em amparo aos semelhantes.
Caminharás, porém, no dever de servir.
Compreenderás que uma hora vazia é valor depredado na edificação do bem coletivo, tanto quanto o pão desperdiçado é furto indireto, à mesa daqueles irmãos que enfrentam a ameaça da fome.
Reconhecerás que a obrigação de repartir é lei universal para todas as criaturas.
Reparte o sol os benefícios de suas forças, reparte a fonte os donativos de suas águas.
Divide igualmente os teus recursos, quaisquer que eles sejam, para multiplicar a felicidade comum.
Concederás um raio de luz da tua fé a cada um daqueles que a descrença conserva na noite do desânimo; transmitirás teus conhecimentos elevados aos companheiros que a ignorância congrega na sombra; estenderás o talento da coragem aos que perderam a esperança; partilharás teu dinheiro com as vítimas da penúria…
Farás mais ainda. Promoverás o teu enriquecimento moral na prática dos princípios superiores que assimilas e aumentarás a tua prosperidade a fim de repartir o bem, cada vez mais.
Não te voltes para trás, para enumerar as rosas do louvor ou os espinhos da ingratidão.
Ajuda e segue adiante, na certeza de que basta o privilégio de oferecer aos outros o melhor do que és e o melhor do que fazes.
Muitos acusam ou se queixam.
Sê tu a voz que abençoa e a mão que auxilia.
E se alguém te reprova ou te não entende, serve mesmo assim, recordando que, adiante de nós, caminha sempre o Infinito Amor d’Aquele que é a vida de nossas vidas e que se oculta, incompreendido e silencioso, na sílaba única com que se nos apresenta sob o nome de Deus.

Emmanuel, do livro Mãos Marcadas psicografado por Chico Xavier

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