10 agosto 2021

Entre hoje e amanhã


Reflete no companheiro que chega cansado e desiludido a esmolar-te simpatia e consolo.

Sabes, talvez, nas mínimas particularidades, tudo o que lhe terá ocorrido. Provavelmente conheces que se trata de alguém, carregando os grilhões da culpa. Alguém que sobraça pesada carga de remorsos a lhe atenazarem o coração. 

Mentaliza, no entanto, o que faria Jesus se procurado por ele: ouvi-lo-ia com generoso interesse, descobrir-lhe-ia algum tópico de bondade ou saberia, destacar-lhe essa ou aquela qualidade elogiável, de modo a descerrar-lhe alguma porta mental de bom-ânimo, auxiliando-o a caminhar para a frente. 

Diante dos irmãos que te busquem solicitando conforto depois de quedas e desenganos, não te disponhas à condenação ou censura. 

Pensa no bem que haverão feito, nos impulsos nobres que lhes presidiram os atos e renova-lhes a confiança em si mesmos.

Compadece-te, sobretudo, daqueles que se demoram nos problemas da culpa sem possibilidades imediatas de solução. 

Não necessitas reprovar-lhes diretriz e conduta.

Eles já se reconhecem marcados, por dentro, a fogo de angústia e não te procuram para que lhes agraves a dor. Suplicam-te paz e refazimento, auxílio e apoio à própria libertação. 

Recorda em quantas ocasiões teremos sido amparados pela bondade do Cristo de Deus que, frequentemente, nos toma o leve fio da intenção correta para transformá-lo em vigoroso apetrecho de socorro a nós próprios e não menospreze, seja a quem seja.

Importa, ainda, considerar que muitas vezes no campo da ocorrência que se reprove presentemente, nascerá o acontecimento que nos colherá louvor no futuro. 

Além disso, nós todos, os espíritos em evolução nos climas da Terra, somos ainda portadores de imperfeições e deficiências por vencer, de permeio com obstáculos íntimos a serem necessariamente transportados, com créditos e débitos, erros e acertos no livro da própria vida. E, por isso mesmo, em matéria de apoio espiritual, se hoje é o nosso momento de compreender e de dar, amanhã será talvez o nosso dia de pedir e de receber. 


Emmanuel, do livro Mãos Marcadas psicografado por Chico Xavier 

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