19 março 2021

Simplifiquemos


Depois das considerações por nós tecidas, em torno da fortuna amoedada na Terra, examinemos aquela riqueza de inutilidades que todos devemos alijar, a fim de entrarmos na posse dos tesouros do espírito.

Por toda parte, vemos o excesso de particularidades e bagatelas, de caprichos e ilusões que absorvem o tempo e desfiguram a vida.

Há ricos de ouro tão inutilmente preocupados com os patrimônios que lhes não pertencem, como há pobres flagelados sem proveito pela obsessão da necessidade.

Há homens inteligentes tão obcecados pelas maneiras de expressão que chegam a olvidar a lavoura de luz que lhes cabe atender, tanto quanto, há pessoas de ambiente rústico, tão atormentadas pelas ideias de inferioridade intelectuais que passam as horas, entre a revolta e o desespero, alheias às preciosas oportunidades de cultura e aprimoramento que lhes enobrecem a estrada.

Vemos jovens, tão engodados pelas seduções da carne moça, que mais se assemelham a flores envenenadas e velhos tão absurdamente entregues à lamentação e à tristeza que mais se parecem espinheiros de sofrimento, quando a uns e outros pede a existência testemunhos de compreensão e atividade, educação e serviço.

Seja onde for, lembremo-nos de que as horas são recursos Divinos que não devemos reter em vão.

Na abastança ou na carência, na direção ou na subalternidade, na juventude ou na madureza, simplifiquemos o caminho e aprendamos a trabalhar.

Todos somos ricos de alguma coisa que precisamos movimentar na exaltação do Bem.

Ainda mesmo as criaturas mais duramente provadas no mundo, quais sejam aquelas que se prendem ao leito de imobilidade física e tortura mental, são ricas do ensejo de ensinar paciência e calma, entendimento e fé viva.

Empobreçamo-nos de aflição inútil, olvidemos o luxo dos detalhes vazios e, abraçando a simplicidade, onde estivermos, valorizemos as riquezas de Deus que repousam em nossas mãos.

Atende, enquanto é hoje, ao círculo de trabalho que te coube no imenso pomar da vida e guarda a certeza de que do teu suor e do teu carinho na lavoura do Eterno Bem, nascerá, em teu favor, o celeiro de alegria e vitória com que te enriquecerás no Abençoado Amanhã.

 

Emmanuel, do livro Perante Jesus, psicografado por Chico Xavier

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