20 novembro 2020

Cada existência


Cada existência
Monet rebocando um barco, Honfleur, 1864

É como se retivéssemos esperanças, procurando explodir, e, por essa razão, sofres a impossibilidade transitória de alcançar o ideal a que te propões.

Queres realizar os melhores sonhos, aspiras ao estudo edificante do Universo, anseias atingir as culminâncias da Ciência e da Arte, atormentas-te pela aquisição da felicidade e choras pela integração da própria alma no amor supremo… 

Entretanto, quase sempre tens ainda o coração preso à dívida, à feição do diamante engastado ao seixo.

Há problemas que solicitam toda uma existência de renúncia constante, para que o fio do destino se alimpe e desembarace.

À vista disso, não desertes da prova que te segrega, temporariamente, na grande tribulação.

O lar pejado de sacrifícios, a família consanguínea a configurar-se por forja ardente, a viuvez expressando exílio, a obrigação qual golilha atada ao pescoço, o compromisso em forma de algema e a moléstia semelhando espinho na própria carne constituem liquidações de longo prazo ou ajuste de contas a prestações, para que a liberdade nos felicite.

Resgata, pois, sem revolta, o próprio caminho.

Enquanto há inquietação na consciência, há resto a pagar.

Agradece, assim, as dificuldades e as dores que te rodeiam.

Cada existência, no plano físico, pode ser um passo adiante, que te projete na vanguarda de luz.

Misericórdia na Justiça Divina, consolações inefáveis, braços amigos, diretrizes renovadoras e auxílio constante não te faltam, em tempo algum; contudo, está em ti mesmo aceitar, adiar, reduzir, facilitar ou agravar o preço da tua libertação.

Emmanuel, do livro Justiça Divina, psicografado por Chico Xavier

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