02 abril 2020

Burilamento



Cavando a procura de água
Imagem da internet
Meu pai trabalha até agora e eu trabalho também. – Jesus, João, 5:17

Muitas vezes entregas-te a melancólicas reflexões em torno de transformações espirituais que inutilmente intentaste.
Deste o máximo de abnegação ao filho estremecido para quem planejaste luminoso futuro, sem conseguir talvez arrancá-lo à rebeldia em que persiste; ofertaste a própria existência aos pais queridos, ornamentando-lhes o caminho de auxílio e ternura e, provavelmente, nem de leve pudeste arredá-los da discórdia a que jazem atrelados por longo tempo; situaste todo o coração no carinho por este ou aquele companheiro, aguardando-lhes em vão qualquer concurso nas tarefas edificantes que te felicitam a alma; empenhaste os mais nobres sentimentos na melhoria deste ou daquele grupo de entes amados, seja no lar ou na organização de serviço a que te afeiçoas e, por maior o esforço despendido, nada colheste até agora, senão amargura e negação.
Em meio do trabalho absorvente costumas interromper as próprias atividades, indagando de ti mesmo se vale a pena continuar no esforço renovador… Semelhante introdução ao desespero comumente aparece porque, em muitas ocasiões, experimentas o desencanto de quem cava num monte de pedras procurando debalde o fio d’água que lhe foge à sede, ou a fadiga de quem cruza o deserto, em todas as direções, sem achar caminho para a vanguarda libertadora… Ainda assim, persevera nos bons propósitos e colabora, quanto possível, pela consecução dos objetivos de fraternidade e aprimoramento a que devemos todos visar.
Uma pergunta só dar-nos-á reconforto: se Jesus, há milênios, trabalha por nós, para que tenhamos o pequenino clarão de conhecimento com que hoje tentamos dissipar as sombras que ainda trazemos, por que desanimar na obra de amparo aos que amamos, se apenas agora começamos a servir no terreno da luz?

Emmanuel, do livro Benção de Paz, psicografia de Chico Xavier

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