Se semeias com amor, não te espante a terra eriçada de espinhos... Que seria da lavoura sem o arado firme e prestimoso, que opera a renovação? Que seria da vida, sem a persistência da boa vontade? Ergue-te cedo, cada dia, e espalha os grãos do entendimento e do serviço. Provavelmente, surgirão, cada hora, mil surpresas inquietantes. As ruínas consequentes do temporal, o bote da serpente oculta, os seixos pontiagudos da estrada, a soturna visão do pântano, a guerra sem tréguas contra os animálculos daninhos, os calos dolorosos das mãos e dos pés, a expectativa torturante, são o que vive em sua luta diária o semeador que se decide a trabalhar... Recompensas? Não aguardes a remuneração da Terra. O mundo está repleto de bocas famintas que devoram o pão, sem cogitar dos sacrifícios ou das lágrimas que lhe deram origem. Enquanto peregrinares entre os homens, o teu prêmio virá do perfume das flores, da luminosa vestidura da paisagem ou do caricioso beijo do vento. Se semeias com a...