Solar Bezerra de Menezes

Luiz Montolfano, Diretor do Solar Bezerra de Menezes, sediado nas imediações do Campo de S. Cristóvão, lutava para receber subvenções atrasadas dos cofres da Prefeitura do Estado da Guanabara.
Tantas vezes havia ido àquela Tesouraria. As desculpas eram as mesmas; não há verba, aguarde mais uns dias. E isto durava um ano. E as crianças sob sua guarda passavam sérias privações, tanto mais que havia abrigado mais algumas dezenas de crianças confiando-se naquela ajuda financeira.
Como tentando um último esforço, fez uma Prece ao Espírito de Bezerra e compareceu à repartição incumbida do pagamento.
O serventuário que o atende, lhe pergunta em altas vozes qual é o nome de sua instituição:
— Solar Bezerra de Menezes.
— Não, não há ainda nenhuma ordem de pagamento. Luiz Montolfano, desanimado, vai sair, quando um dos chefes da sessão levanta-se e vai ao seu encontro.
— O senhor falou no nome de Bezerra de Menezes. Que há com ele?...
Luiz Montolfano contou-lhe o que sucedia. Há um ano, vinha tentando receber as subvenções atrasadas...
— Não sabia, meu amigo, que se tratava de uma Instituição com o nome de Bezerra de Menezes. Por gratidão ao seu Espírito, de quem já recebi tantas graças, sou obrigado a trabalhar pela sua causa. Deixe comigo o número do protocolo e vou sindicar. Volte amanhã para saber do resultado.
No dia seguinte, Luiz Montolfano voltou e, com surpresa e emoção, viu na tesouraria a ordem de pagamento das subvenções. E até hoje não encontrou mais obstáculos...
O nome de Bezerra de Menezes abriu-lhe todas as portas.

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