Sistema multiespírita ou poliespírita

Todos os sistemas que examinamos, sem excetuar os negativos, fundamentam-se em algumas observações, mas incompletas ou mal interpretadas. Se uma casa é vermelha de um lado e branca do outro, quem a vir só de um lado afirmará que é apenas vermelha ou branca e estará ao mesmo tempo errado e certo; mas quem a vir de todos os lados dirá que tem as duas cores e só ele estará realmente com a verdade. Acontece o mesmo com as opiniões sobre o Espiritismo: pode ser verdadeira sobre certos aspectos e falsa se a generalizarem, tomando como regra o que é apenas exceção, interpretando como tal o que é somente uma parte. Por isso dizemos que quem desejar estudar seriamente esta ciência deve aprofundar-se bastante e durante longo tempo, pois só o tempo lhe permitirá perceber os detalhes, notar as nuanças delicadas, observar uma infinidade de fatos característicos que serão como raios luminosos. Mas se permanecer na superfície expõe-se a julgar prematuramente e portanto de maneira errônea.
Vejamos os resultados gerais a que chegamos através de uma observação completa, e que hoje formam a crença, podemos dizer, da universalidade dos Espíritos, porque os sistemas restritivos não passam de opiniões isoladas:
1°. - Os fenômenos espíritas são produzidos por inteligências extracorpóreas, ou seja, pelos Espíritos.
2°. - Os Espíritos constituem o mundo invisível e estão por toda parte; povoam os espaços até o infinito; há Espíritos incessantemente ao nosso redor e com eles estamos em contato.
3°. - Os Espíritos agem constantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo moral, sendo uma das potências da Natureza.
4°. - Os Espíritos não são entidades à parte na Criação: são as almas dos que viveram na Terra ou em outros Mundos, desprovidas do seu envoltório corporal; do que se segue que as almas dos homens são Espíritos encarnados e que ao morrer nos tornamos Espíritos.
5°. - Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e de ignorância.
6°. - Estão submetidos à lei do progresso e todos podem chegar à perfeição, mas como dispõem do livre-arbítrio alcançam-na dentro de um tempo mais ou menos longo, segundo os seus esforços e a sua vontade.
7°. - São felizes ou infelizes, conforme o bem ou mal que fizeram durante a vida e o grau de desenvolvimento a que chegaram; a felicidade perfeita e sem nuvens só é alcançada pelos que chegaram ao supremo grau de perfeição.
8°. - Todos os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos homens, e o número dos que podem comunicar-se é indefinido.
9°. - Os Espíritos se comunicam por meio dos médiuns, que lhes servem de instrumento e de intérpretes.
10°. - Reconhecem-se a superioridade e inferioridade dos Espíritos pela linguagem: os bons só aconselham o bem e só dizem coisas boas; os maus enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância.
Os diversos graus porque passam os Espíritos constam da Escala Espírita (O Livro dos Espíritos, II parte, cap. VI, n°. 100). O estudo dessa classificação é indispensável para se avaliar a natureza dos Espíritos que se manifestam e suas boas e más qualidades.

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