Perguntas sobre o futuro

7. Os Espíritos podem nos desvendar o futuro?
 – Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente, esse é um problema sobre o qual sempre insistis para obter resposta precisa. Trata-se de um grave erro, porque a manifestação dos Espíritos não é meio de adivinhação. Se insistirdes numa resposta ela vos será dada por um Espírito leviano. Temos dito isso a todo instante. (Ver O Livro dos Espíritos, Conhecimento do futuro, n° 868)
8. Às vezes, entretanto, alguns acontecimentos futuros não são anunciados espontaneamente pelos Espíritos de maneira verídica?
 – Pode acontecer que o Espírito preveja coisas que considera conveniente dar a conhecer, ou que tenha por missão revelar-vos. Mas é nesses casos que mais devemos temer os Espíritos mistificadores, que se divertem fazendo predições. É somente pelo conjunto das circunstâncias que podemos julgar o grau de confiança que elas merecem.
9. De que espécie de predições devemos mais desconfiar?
 – De todas as que não forem de utilidade geral. As predições pessoais podem, quase sempre, ser consideradas falsas.
10. Com que fim os Espíritos anunciam espontaneamente acontecimentos que não se realizam?
 – Na maioria das vezes para se divertirem com a credulidade, com o terror ou a alegria que causam, pois riem do desapontamento. Entretanto, essas predições mentirosas têm às vezes um fim mais sério: o de experimentar as pessoas a que são dirigidas, verificando a maneira porque as recebem, a natureza dos sentimentos bons ou maus que despertam.
OBSERVAÇÃO – Tal seria, por exemplo, o anúncio do que pode excitar a cupidez ou a ambição, com a morte de uma pessoa, a perspectiva de uma herança etc.

11. Por que os Espíritos sérios, quando fazem pressentir um acontecimento, geralmente não marcam a data? Por que não podem ou não querem?
 – Por uma e outra razão. Eles podem, em certos casos, fazer pressentir um acontecimento: é então um aviso que vos dão. Quanto a precisar a época, muitas vezes não o devem fazer; muitas vezes também não o podem, porque eles mesmos não sabem. O Espírito pode prever um fato, mas o momento preciso pode depender de acontecimentos que ainda não se deram e só Deus o conhece. Os Espíritos levianos, que não têm escrúpulo de vos enganar, indicam os dias e as horas sem se importarem com a verdade. É por isso que toda predição circunstanciada deve ser considerada suspeita.
Ainda uma vez nossa missão é a de vos fazer progredir e vos ajudamos quanto podemos. Os que pedem aos Espíritos superiores a sabedoria jamais serão enganados. Mas não penseis que perdemos o nosso tempo com as vossas futilidades e a vos ler a sorte. Deixamos isso a cargo dos Espíritos levianos, que se divertem com isso como moleques travessos.
A Providência pôs limites às revelações que podem ser feitas aos homens. Os Espíritos sérios guardam silêncio sobre tudo o que lhes é proibido revelar. Quem insiste para obter uma resposta se expõe às mistificações dos Espíritos inferiores, sempre prontos a aproveitar as oportunidades de explorar a vossa credulidade.
OBSERVAÇÃO – Os Espíritos veem ou pressentem por indução os acontecimentos futuros. Veem que se realizam num tempo que não medem como nós. Para precisar a época da ocorrência teriam de identificar-se com a nossa maneira de calcular a duração, o que nem sempre julgam necessário. Essa, quase sempre, a causa dos erros aparentes

(6) O problema do tempo está bem definido em “A Gênese”, CAP. VI, nº. 2: “O tempo é a sucessão das coisas”. No próprio plano material o tempo varia de um lugar para outro e mais ainda de um mundo para outro. O tempo do mundo espiritual é forçosamente diferente do nosso. (N. do T.)

12. Não existem homens dotados de faculdade especial para ver o futuro?
– Sim, aqueles cuja alma se desprende da matéria. E nesse caso e o Espírito que vê. Quando convém, Deus lhes permite revelar algumas coisas para o bem. Mas ainda existem mais impostores e charlatães. Essa faculdade se tornará mais comum o futuro.
(7) A precognição, profecia ou visão do futuro é uma faculdade da alma, que só pode exercê-la quando se desprende total ou parcialmente do corpo. Essa a razão porque os parapsicólogos atuais não conseguem descobrir a maneira de controlá-la como se faz com as faculdades sensoriais, para aplicá-la na vida prática. (N. do T.)

13. Que pensar dos Espíritos que se divertem predizendo a alguém a sua morte, com dia e hora fixados?
– São brincalhões de mau gosto, de excessivo mau gosto, que só querem divertir-se com o susto que pregam. Nunca se deve preocupar com isso.
(8) Esses brincalhões de mau gosto pregam outras peças semelhantes: anunciam, às vezes até por meio de visões, desastres que não acontecem, nascimento de crianças aleijadas e assim por diante. As pessoas de fé não se deixam atemorizar confiando em Deus. (N. do T.)

14. Mas como é que certas pessoas são avisadas por pressentimento da época da sua morte?
– Na maioria das vezes é o próprio Espírito que o sabe nos seus momentos de liberdade e a pessoa conserva a intuição quando acordada. É por isso que essas pessoas, estando já preparadas, não se assustam nem se comovem. Para elas, essa separação do corpo e da alma é apenas uma mudança de situação, ou se preferirdes um exemplo vulgar, é como tirar uma roupa grosseira para vestir uma de seda. O medo da morte diminuirá à medida que se propagar a convicção espírita.
(9) O texto francês diz: “les croyances spirites”, geralmente traduzido ao pé da letra. Em francês a palavra crença tem aplicações diversas das nossas. No caso acima trata-se de convicção. (N. do T.)

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