O Fenômeno de Aporte

96. Este fenômeno só difere dos que tratamos acima pela intenção benévola do Espírito que o produz, pela natureza dos objetos quase sempre graciosos e pela maneira suave e quase sempre delicada porque são transportados. Consiste no transporte espontâneo de objetos que não existem no lugar da reunião. Trata-se geralmente de flores, algumas vezes de frutos, de confeitos, de joias etc.
97. Digamos logo que esse fenômeno é dos que mais se prestam à imitação e portanto é necessário estar prevenido contra o embuste. Sabe-se até onde pode chegar a arte da prestidigitação ante experiências desse gênero. Mesmo, porém, que não tenhamos de enfrentar um profissional, poderíamos ser facilmente enganados por uma manobra hábil e interessada. A melhor de todas as garantias é o caráter, a honestidade notória, o desinteresse absoluto da pessoa que obtém esses efeitos. Em segundo lugar, no exame atento de toda as circunstâncias em que os fatos se produzem. Por fim, no conhecimento esclarecido do Espiritismo, único meio de se descobrir o que houvesse de suspeito.
98. A teoria do fenômeno de transporte e das manifestações físicas em geral foi resumida, de maneira notável, na seguinte dissertação de um Espírito, cujas comunicações trazem o cunho incontestável da profundeza e da lógica. Muitas delas aparecerão no curso desta obra. Ele se dá a conhecer com o nome de Erasto, discípulo de São Paulo, e como Espírito protetor do médium que lhe serve de intérprete:
É indispensável, para obter fenômenos dessa ordem, dispor de médiuns que chamarei de sensitivos, ou seja, dotados no mais alto grau de faculdades medianímicas de expansão e de penetrabilidade. Porque o sistema nervoso desses médiuns, facilmente excitável, por meio de certas vibrações, projeta profusamente ao seu redor o fluido animalizado.
As naturezas impressionáveis, as pessoas cujos nervos vibram a menor emoção, a mais leve sensação que a influência moral ou física, interna ou externa, sensibiliza, são as mais aptas a se tornarem excelentes médiuns de efeitos físicos de tangibilidade e de transporte. Com efeito, seu sistema nervoso, quase inteiramente desprovido do invólucro refratário que isola esse sistema na maioria dos encarnados, torna-as apropriadas ao desenvolvimento desses diversos fenômenos. Assim, com um sujeito dessa natureza, e cujas demais faculdades não sejam hostis à mediunização, mais facilmente se obterão os fenômenos de tangibilidade, os golpes nas paredes e nos móveis, os movimentos inteligentes, e até mesmo a suspensão no espaço da mais pesada matéria inerte. Com maior razão, os mesmos resultados serão obtidos se, em vez de um médium, se dispuser de numerosos e igualmente bem-dotados.
Mas da obtenção desses fenômenos à obtenção dos chamados transportes há todo um abismo. Porque, neste caso, não só o trabalho do Espírito é mais complexo, mais difícil, como ainda o Espírito só pode operar com um único aparelho medianímico. Isso quer dizer que muitos médiuns não podem contribuir simultaneamente para a produção do mesmo fenômeno. Acontece mesmo, ao contrário, que a presença de certas pessoas antipáticas ao Espírito operador entrava radicalmente a sua ação. A esses motivos que, como se vê, são importantes, acrescentemos que os transportes exigem sempre maior concentração, e ao mesmo tempo maior difusão de certos fluidos que só podem ser obtidos por médiuns muito bem-dotados, médiuns, numa palavra, cujo aparelho eletromedianímico seja bem condicionado.
Em geral, os fenômenos de transporte são e continuarão a ser excessivamente raros. Não preciso demonstrar porque eles são e serão menos frequentes que os demais fenômenos de tangibilidade; do que já ficou dito podeis deduzi-lo. Aliás, esses fenômenos são de tal natureza que além de nem todos os médiuns servirem para produzi-los, nem todos os Espíritos podem também realizá-los. É necessário que exista entre o Espírito e o médium uma certa afinidade, uma certa analogia, numa palavra, uma determinada semelhança que permita à parte expansível do fluido perispirítico (1) do encarnado misturar-se, unir-se, combinar-se com o do Espírito que deseja fazer o transporte. Essa fusão deve ser de tal maneira que a força dela resultante se torne por assim dizer una: da mesma maneira que uma corrente elétrica, agindo sobre o carvão produz um foco, uma claridade única. Porque essa união, essa fusão, perguntareis? É que, para a produção desses fenômenos, é necessário que as propriedades essenciais do Espírito agente sejam aumentadas com algumas das propriedades do mediunizado. Porque o fluido vital, apanágio exclusivo do encarnado, deve obrigatoriamente impregnar o Espírito agente. Só então ele pode, por meio de algumas propriedades do vosso ambiente, desconhecidas para vós, isolar, tornar invisíveis e movimentar alguns objetos materiais e mesmo os encarnados.
(1) – Vemos que quando se trata de exprimir uma ideia nova, para a qual a língua não possui termo, os Espíritos podem perfeitamente criar neologismos. Estas palavras: elefromedianímico, perispirítico, não são nossas. Aqueles que nos criticam por havermos criado as palavras espírita, espiritismo, perispírito, que não tinham termos análogos, poderão agora fazer a mesma crítica aos Espíritos. (Nota de Kardec)

Não me é permitido, por agora, desvendar-vos as leis particulares que regem os gases e fluidos que nos envolvem. Mas antes que os anos se escoem, antes que uma existência do homem seja concluída, a explicação dessas leis e desses fenômenos ser-vos-á revelada. E vereis surgir e se desenvolver uma nova variedade de médiuns, que cairão num estado cataléptico particular ao serem mediunizados.
Vede de quantas dificuldades está cercada a produção dos transportes. Podeis logicamente concluir que os fenômenos dessa espécie são bastante raros, como já disse, e com mais razão que os Espíritos se prestam muito pouco a produzi-los, porque isso exige de sua parte um trabalho quase material, que lhes causa aborrecimento e fadiga. Além disso, acontece que muito frequentemente, malgrado sua energia e sua vontade, o estado do próprio médium lhes opõe uma barreira intransponível.
É portanto evidente, e não tenho dúvida que o aceitais, que os fenômenos sensíveis de golpes, movimentos e levitação são de natureza simples, realizando-se pela concentração e a dilatação de certos fluidos, e podem ser provocados e obtidos pela vontade e o trabalho de médiuns aptos, quando secundados por Espíritos amigos e benevolentes, enquanto os fenômenos de transporte são complexos, de natureza múltipla, exigindo a existência de condições especiais. Esses fenômenos só podem ser realizados por um só Espírito e um único médium e necessitam, além dos recursos para a produção da tangibilidade, uma combinação muito especial para isolar e tomar invisíveis o objeto ou os objetos a serem transportados.
Nota: – O problema da tangibilidade refere-se ao Espírito, que através da combinação de seus fluidos com os do médium consegue o grau de materialização necessária para tocar e sentir os objetos. Estes são naturalmente tangíveis, mas o Espírito não tem o sensório físico para senti-los. Por isso necessita, como diz Erasto, impregnar-se do fluido vital do médium, que lhe dá a tangibilidade ou a possibilidade de agir sobre os objetos materiais e movimentá-los. (N. do T.)

Todos vós, espíritas, compreendeis as minhas explicações e percebeis perfeitamente o que seja essa concentração de fluídos especiais para produzir a mobilidade e a tactilidade da matéria inerte. Aceitais isso, como aceitais os fenômenos da eletricidade e do magnetismo, tão análogos aos mediúnicos, que são por assim dizer, a confirmação e o desenvolvimento daqueles. Quanto aos incrédulos e aos sábios, estes piores que aqueles, nada tenho para convencê-los e nem me interessam. Serão convencidos um dia pela evidência dos fatos, porque terão de se curvar ante o testemunho unânime dos fenômenos espíritas, como já tiveram de fazer em relação a outros fenômenos que a princípio rejeitaram.
Para resumir: se os fenômenos de tangibilidade são frequentes, os de transporte são muito raros, porque as condições para a sua produção são bastante difíceis. Em consequência, nenhum médium pode dizer: em tal hora ou em tal momento obterei um aporte, porque muitas vezes o próprio Espírito se encontra impedido de fazê-lo. Devo acrescentar que esses fenômenos se tornam duplamente difíceis em público, onde quase sempre se encontram os elementos energeticamente refratários que paralisam os esforços dos Espíritos e com mais forte razão a ação do médium.
Sabei que, pelo contrário, esses fenômenos quase sempre se produzem espontaneamente nas reuniões particulares, no mais das vezes à revelia dos médiuns e sem que se espere, dando-se muito raramente quando aqueles estão prevenidos. Disso deveis concluir que há motivo legítimo de suspeita todas as vezes que um médium se vangloria de obtê-los a vontade ou de dar ordens aos Espíritos como se fossem seus empregados, o que é simplesmente absurdo. Tende ainda por regra que os fenômenos espíritas não servem para espetáculos e para divertires curiosos. Se alguns Espíritos se prestam a isso, só pode ser através de fenômenos simples e não dos que, como o transporte, exigem condições excepcionais.
Lembrai-vos, espíritas, que se é absurdo repelir sistematicamente todos os fenômenos de além-túmulo, também não é prudente aceitá-los a todos de olhos fechados. Quando um fenômeno de tangibilidade, de aparição, de transporte se verifica espontaneamente e de improviso, aceitai-o. Mas nunca será demasiado repetir: não aceiteis nada cegamente. Que cada fato seja submetido a um exame minucioso, aprofundado e severo. Porque, acreditai-me, o Espiritismo, tão rico de fenômenos sublimes e grandiosos, nada tem a ganhar com essas insignificantes manifestações que hábeis prestidigitadores podem imitar.
Nota: – Nada aceitar cegamente nem fazer alarde de fenômenos corriqueiros ou de natureza duvidosa, suscetíveis de ser imitados por trapaceiros, é uma condição de boa divulgação Doutrina. Erasto adverte contra as infrações dessa regra, que até hoje se verificam por toda parte. O Espiritismo, que se funda na verdade, não precisa de recursos fúteis. (N. do T.)

Bem sei o que ireis me dizer: que esses fenômenos são úteis para convencer os incrédulos. Mas sabei que, se não tivésseis outros meios de convicção, não teríeis hoje a centésima parte de espíritas com que podeis contar. Falai aos corações: é esse o caminho da maioria das conversões sérias. Se achais conveniente, para certas pessoas, utilizar-vos dos fenômenos materiais, pelo menos apresentai-os de tal maneira que não possam dar motivo a falsas interpretações. E, sobretudo, observai as condições normais desses fenômenos, porque apresentados de maneira imprópria eles servem de argumentos para os incrédulos, em vez de convencê-los.
Erasto

99. Esse fenômeno apresenta uma particularidade bem característica: a de que alguns médiuns só o obtêm em estado sonambúlico, o que facilmente se explica. O sonâmbulo apresenta um desprendimento natural, uma espécie de isolamento do Espírito e seu perispírito em relação ao corpo, que deve facilitar a combinação dos fluidos necessários. É o caso dos transportes que presenciamos.
As questões seguintes foram apresentadas ao Espírito que os produzia, mas suas respostas às vezes se ressentem da sua falta de conhecimentos. Submetemo-las ao Espírito Erasto, muito mais esclarecido do ponto de vista teórico, que as completou com anotações bastante judiciosas. Um é o artesão, outro é o sábio. A própria comparação dessas duas inteligências é um estudo instrutivo, pois demonstra que não basta ser Espírito para tudo compreender.
1. Queres dizer-nos por que os transportes que produzes só se realizam durante o sono magnético do médium?
 – Por causa da natureza do médium. Os fatos que produzo quando ele dorme, poderiam igualmente produzir no estado de vigília de outros médiuns.
2. Por que demoras tanto a trazer os objetos, e por que excitas a cobiça do médium, excitando-lhe o desejo de obter o objeto prometido?
 – Necessito de tempo para preparar os fluidos que servem ao transporte. Quanto à excitação, muitas vezes, tem apenas o fim de divertir os presentes e a sonâmbula.
Nota de Erasto: – O Espírito que respondeu sabe apenas isso. Não tem consciência do motivo dessa excitação da cobiça, que provoca instintivamente e sem compreender-lhe o efeito. Ele pensa divertir, quando na verdade estimula, sem o saber, maior emissão de fluido. É uma decorrência das dificuldades que o fenômeno apresenta, dificuldades maiores quando ele não é espontâneo, e particularmente com certos médiuns.

3. A produção do fenômeno depende da natureza especial do médium, e seria possível obtê-lo com mais facilidade e presteza por outro médium?
 – A produção do fenômeno depende da natureza do médium, e só se pode produzi-lo por meio de médiuns dessa natureza. Para a presteza, vale-nos muito o hábito adquirido no trato frequente do mesmo médium.
4. A influência das pessoas presentes pode embaraçá-lo de alguma maneira?
 – Quando há incredulidade e oposição, da parte delas, podem criar-nos sérias dificuldades. Preferimos realizar nossas experiências com pessoas crentes e versadas no Espiritismo. Mas não quero dizer, com isso, que a má vontade nos pudesse paralisar por completo.
5. Onde pegaste as flores e os bombons que trouxeste?
 – As flores, nos jardins, onde elas me agradem.
6. E os bombons? O confeiteiro deve ter percebido a sua falta?
 – Tomo-os onde quero. O confeiteiro não percebeu nada, porque pus outros no lugar.
7. Mas os anéis têm preço; onde os tomaste? Não ficou prejudicado aquele de quem os tiraste?
 – Tirei-os de lugares que ninguém conhece, e o fiz de maneira que não prejudicará a ninguém.
Nota de Erasto: – Creio que o fato foi explicado de maneira incompleta, por falta de conhecimento do Espírito que respondeu. Sim, pode ter havido no caso um prejuízo real, mas o Espírito não quis passar por haver desviado alguma coisa. Um objeto só pode ser substituído por outro idêntico, da mesma forma e do mesmo valor. Assim, se um Espírito tivesse a possibilidade de substituir um objeto tirado, não haveria razão para o tirar, pois poderia dar o que serve de substituto.

8. É possível transportar flores de outro planeta?
 – Não, para mim isso não é possível.
 – (A Erasto) Outros Espíritos teriam esse poder? – Não, isso não é possível em razão das diferenças de meio ambiente.
9. Podereis transportar flores de outro hemisfério; dos trópicos por exemplo?
 – Desde que seja da Terra, posso.
10. Os objetos que trouxeste podereis fazê-los desaparecer e devolvê-los?
 – Tão bem como os trouxe; posso devolvê-los, se quiser.
11. A produção do fenômeno de transporte não te exige um sacrifício, não te causa dificuldades?
 – Não nos causa nenhuma dificuldade quando temos a devida permissão. Poderia causar-nos muitas se quiséssemos produzi-los sem estar autorizados.
Nota de Erasto: – Ele não quer dizer que é penosa embora o seja, pois é forçado a realizar uma operação por assim dizer material.

12. Quais as dificuldades que encontras?
 – Nenhuma além das más disposições fluídicas, que podem ser contrárias.
13. Como trazes o objeto? Carregando-o com as mãos?
 – Não; envolvo-o em mim mesmo.
Nota de Erasto: – Ele não explica claramente a sua operação, pois na verdade não envolve o objeto na sua pessoa. Como o seu fluido pessoal pode dilatar-se, é penetrável e expansível, ele combina uma porção desse fluido com uma porção do fluido animalizado do médium, e é nessa mistura que oculta e transporta o objeto. Não é certo dizer, portanto, que o envolve nele mesmo.

14. Transportarias com mesma facilidade um objeto mais pesado: de cinquenta quilos, por exemplo?
 – O peso nada é para nós. Trago flores porque elas podem ser mais agradáveis que um objeto volumoso.
Nota de Erasto: – É certo. Ele pode transportar cem ou duzentos quilos de objetos, porque a gravidade que existe para vós não existe para ele. Mas neste caso também ele não percebe o que se passa. A massa de fluidos combinados é proporcional à massa de objetos. Numa palavra: a força deve estar na proporção da resistência. Assim, se o Espírito só transporta uma flor ou um objeto leve, é frequentemente por não encontrar no médium ou nele mesmo os elementos necessários para um maior esforço.

15. Alguns casos de desaparecimento de objetos, por motivo ignorado, serão devidos aos Espíritos?
 – Isso acontece com frequência, muito mais frequentemente do que pensais, e poderia ser remediado pedindo-se ao Espírito a devolução do objeto.
Nota de Erasto: – É verdade, mas as vezes o que foi levado, levado está. Porque esses objetos que somem da casa são quase sempre levados para muito longe. Mas, como a subtração de objetos exige quase as mesmas condições fluídicas dos transportes, só pode se dar com a ajuda de médiuns dotados de faculdades especiais. Por isso, quando alguma coisa desaparecer, é mais provável que se deva ao vosso descuido que à ação dos Espíritos.

16. Há efeito da ação de certos Espíritos que consideramos como fenômenos naturais?
 – Vossos dias estão cheios desses fatos que não compreendeis, porque não pensastes neles, e que um pouco de reflexão vos faria ver com clareza.
Nota de Erasto: – Não se deve atribuir aos Espíritos o que é obra humana. Mas acreditai na sua influência oculta e constante, produzindo ao vosso redor mil circunstâncias, milhares de incidentes necessários à realização dos vossos atos e da vossa existência.
 
Nota: – Os Espíritos estão por toda a parte, são uma das forças da Natureza em constante ação no Universo. (Ver o no. 87 de O Livro dos Espíritos). A resposta de Erasto se refere a essa atividade natural dos espíritos, que agem também ao nosso redor e criam condições para o cumprimento dos nossos destinos. Não se trata de nada sobrenatural ou misterioso, mas de um aspecto da Natureza que o Espiritismo vem esclarecer. (N. do T.)

17. Entre os objetos usados nos transportes não há os que podem ser fabricados pelos Espíritos? Quer dizer: produzidos espontaneamente pelas modificações que eles podem provocar no fluido ou elemento universal?
 – Não por mim, que não tenho permissão para isso. Só um Espírito elevado pode fazê-lo.
18. Como introduziste outro dia esses objetos na sala que estava fechada?
 – Levei-os comigo, envolvidos por assim dizer, na minha substância. Não posso dizer mais, porque isso não é explicável.
19. Como fizeste para tornar visíveis esses objetos, que estavam invisíveis?
 – Tirei a matéria que os envolvia.
Nota de Erasto: – Não é a matéria propriamente dita que os envolve, mas um fluido tirado em parte do perispírito do médium e em parte (metade de cada um) do Espírito operador.

20. (A Erasto) – Um objeto pode ser transportado para um lugar fechado; numa palavra, o Espírito pode espiritualizar um objeto material de maneira que ele possa penetrar a matéria?
 – Esta questão é complexa. O Espírito pode tornar invisíveis os objetos transportados, mas não penetráveis. Não pode desfazer a agregação da matéria, o que seria a destruição do objeto. Tornando-o invisível, pode carregá-lo quando quiser e só o largar no momento conveniente para fazê-lo aparecer. Bem diverso o que se passa com os objetos que compomos. Nestes introduzimos apenas os elementos da matéria, e como esses elementos são essencialmente penetráveis como atravessamos os corpos mais densos com a mesma facilidade dos raios solares atravessando as vidraças, podemos perfeitamente dizer que introduzimos o objeto num lugar, por mais fechado que ele esteja. Mas isto somente nesse caso.
Nota: - Ver adiante, sobre a teoria da formação espontânea dos objetos, o cap. VIII, intitulado Laboratório do Mundo Invisível. (N. de Kardec).

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