Desejo correcional
Um irmão, residente em Pedro Leopoldo, encontrava-se com o Chico, à beira do caminho da Fazenda Modelo, vez por outra.
Era um obstinado. Como que procurava o Médium para lhe experimentar a paciência. Não acreditava na reencarnação. E apresentava seus argumentos ilógicos. E atrás deste, outros assuntos vinham à tona, obstinando-se o nosso irmão nos seus pontos de vista incoerentes…
O Chico, humildemente, lhe explicava o erro em que insistia e, principalmente, o de não querer esquecer mágoas e perdoar seus adversários, que ele mesmo os arranjava com sua teimosia irreverente.
Os conselhos, a paciência entremostrada, nada convencia o inveterado birrento, que tinha lá seu modo diferente de ver as coisas e assim ficava e com isto experimentava os nervos de seus irmãos de trabalho.
Um dia, já cansado de ser tentado e, entrevendo no encontro provocado, um abuso, disse-lhe o Chico, séria e amorosamente:
—Sabe de uma coisa, vim pelo caminho pensando em você e desejando-lhe um bom remédio, isto é, uma reencarnação na qual tenha uma progenitora bem brava para lhe dar, de quando em quando, umas boas chineladas, a fim de deixar de ser tão teimoso com as coisas santas.
O desejo correcional fez sorrir o irmão obstinado, que acabou sentindo-lhe a sinceridade e deixando de ser teimoso e estorvo no caminho do querido Médium.
Este caso contou-nos o Irmão Manoel Diniz.