Corações sem flores

Passávamos à frente de uma morada pertencente a pessoas instruídas e havidas por cuidadosas e educadas...
Um belo jardim, repleto de lindas e variadas flores, circundava-a, encantando-nos a vista e convidando-nos à contemplação repousante e aos bons pensamentos.
Um pobre esfarrapado e doente batia palmas. Desejava algo de seus moradores.
E, enquanto meditávamos no que víamos, banhando-nos na poesia daquelas flores tão vivas, tão belas e tão diversas, fomos despertado pelo barulho da porta que se abrira para deixar aparecer uma senhora, que assim despachara o pedinte e necessitado:
— Hoje, nada temos... Deus lhe favoreça...
0 mendigo, cabisbaixo, revelando sofrimento físico e moral, seguia seu caminho e Deus sabe o que lhe ia de amargores na alma...
Saímos de nosso enlevo e da nossa surpresa...
E meditamos: uma vivenda tão poética, parecendo retratar a alma boa de seus moradores e, no entanto, o contrário é que revelava...
À nossa mente, então, falava Joaquim Murtinho, reproduzindo conceitos felizes de uma página de seu belo Espírito e constante do livro — Falando à Terra, psicografado por Chico Xavier:
— Porque não multiplicar, em tomo de nós, os gestos de gentileza e de solidariedade, que simbolizam as flores do coração?”
Tantos lares, por aí, tendo à frente jardins magnificentes, enquanto seus proprietários ou moradores vivem sem flores nos corações!...

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