Além da carne
Depois da morte do corpo: A frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade. A opinião caridosa que formulamos acerca dos outros, converter-se-á em recurso de benignidade da Justiça Divina, no exame dos nossos erros. O pensamento de fraternidade e compreensão com que nos recordamos do próximo transformar-se-á em fator de nosso equilíbrio. O gesto de auxílio aos irmãos do nosso caminho oferecer-nos-á sublime colheita de alegria. Mas, igualmente, além-túmulo: A maledicência de nossa alma e de nossa boca será tremendo espinheiro a provocar-nos dilacerações e feridas. A nossa indiferença para com as amarguras do próximo aparecerá por desolada geleira à frente dos nossos passos. A nossa preguiça surgirá como sendo terrível gerador de miséria. A nossa crueldade exibirá, na tela de nossas consciências, a constante repetição dos quadros deploráveis de nossos delitos e de nossas vítimas, compelindo-nos à aflitiva demora em escuras ...