Diante das tentações / In the face of temptations
Tentado à permanência nas trevas, embora de pés sangrando, dirige-te para a luz.
Enquanto não atravesse o suor e o cansaço da plantação, lavrador algum amealha a colheita.
Até que atinjamos, um dia, o clima do reino angélico, seremos almas humanas, peregrinos da evolução nas trilhas da eternidade.
Aqui e ali, ouviremos cânticos de exaltação à virtude e, louvando-a, falaremos por nossa vez, acentuando-lhe os elogios.
Entretanto, manda a sinceridade nos vejamos por dentro, e por dentro de nós ruge o passado, gritando injúrias contra as nossas mais belas aspirações.
Toma, porém, o facho que o Cristo te coloca nas mãos e clareia a intimidade da consciência, parlamentando contigo mesmo.
Hora a hora, esclareçamos a nós próprios, tanto quanto nos lançamos no ensino aos outros.
Reparando os caídos em plena viciação, inventaria as próprias fraquezas e perceberás que, provavelmente, respirarias agora numa enxerga de lodo, não fosse a migalha do conhecimento que te enriquece.
Diante dos que se desvairam na crítica, observa a facilidade com que te entregas aos julgamentos irrefletidos e pondera que serias igualmente compelido ao braseiro da crueldade, não fosse algum ligeiro dístico da prudência que consegues mentalizar.
À frente daqueles que se envileceram na carruagem do ouro ou da influência política, recorda quantas vezes a vaidade te procura, por dia, nos recessos do coração e reconhecerás que também forçarias as portas da fortuna e do poder, caso não fosse o leve fio de responsabilidade que te frena os impulsos.
Analisando os que sofrem na tela da obsessão, pensa nos reiterados enganos a que te arrojas e compreenderás que ainda hoje chorarias nas angústias do manicômio, não fosse a pequenina faixa de serviço no bem a que te afeiçoas.
Perante os companheiros atolados no crime, anota a agressividade que ainda trazes contigo e concluirás que talvez estivesses na penitenciária, amargando aflitiva sentença, não fosse o raiúnculo de oração que acendes na própria alma.
E as lutas que te marcam a rota assinalam também o campo de serviço em que ainda estagias junto aos desencarnados da nossa esfera de ação.
Situemo-nos no lugar dos que erram e nosso raciocínio descansará no abrigo do entendimento.
Nenhum lidador vinculado à Terra se encontra integralmente livre das tendências inferiores.
Todos nós, ante a sublimidade do Cristo, somos almas em libertação gradativa, buscando a vitória sobre nós mesmos.
E se a estrada para semelhante triunfo se chama “caridade constante para com os outros”, o primeiro passo de cada dia chama-se “compaixão”.
Espírito Emmanuel, do livro Religião dos Espíritos, psicografado por Chico Xavier.
In the face of temptations
Tempted to remain in darkness, though your feet are bleeding, turn towards the light.As long as he doesn't go through the sweat and fatigue of the plantation, no farmer hoards the harvest.
Until we reach, one day, the climate of the angelic realm, we will be human souls, pilgrims of evolution on the paths of eternity.
Here and there, we will hear songs of praise to virtue and, praising her, we will speak in turn, emphasizing her praise.
However, sincerity commands us to see ourselves from the inside, and inside us the past roars, screaming insults against our most beautiful aspirations.
But take the torch that Christ puts in your hands and clarify the intimacy of your conscience, talking to yourself.
Hour by hour let us enlighten ourselves as much as we throw ourselves into teaching others.
Repairing the fallen in full addiction, you would invent your own weaknesses and you will realize that, probably, you would now breathe on a bed of mud, if it weren't for the crumb of knowledge that enriches you.
In the face of those who are critical, observe the ease with which you surrender to thoughtless judgments and consider that you would be equally compelled to the brazier of cruelty, were it not for some slight couplet of prudence that you can mentalize.
In front of those who have debased themselves in the carriage of gold or political influence, remember how many times vanity seeks you, each day, in the recesses of the heart and you will recognize that you would also force the doors of fortune and power, if it weren't for the light thread of responsibility that curbs your impulses.
Analyzing those who suffer on the screen of obsession, think about the repeated mistakes that you throw yourself and you will understand that even today you would cry in the anguish of the asylum, if it weren't for the small band of service in the good to which you are attached.
In front of your companions mired in crime, he notes the aggressiveness you still carry with you and you will conclude that perhaps you would have been in the penitentiary, suffering an afflictive sentence, were it not for the prayer rayuncle you light in your own soul.
And the struggles that mark your route also mark the field of service in which you are still interns with the disembodied in our sphere of action.
Let us put ourselves in the place of those who err and our reasoning will rest in the shelter of the understanding.
No earthbound worker is entirely free from lower tendencies.
All of us, before the sublimity of Christ, are souls in gradual liberation, seeking victory over ourselves.
And if the road to such a triumph is called “constant charity towards others”, the first step of each day is called “compassion”.
Emmanuel Spirit, from the book Religion of Spirits, psychographed by Chico Xavier.
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