Ódio e paciência
Não farias explodir uma bomba dentro de casa, comprometendo a vida daqueles que mais amas. No entanto, por vezes não vacilamos em detonar a dinamite da cólera, aniquilando as energias dos companheiros que nos trazem apoio e cooperação. Nesse sentido, vale destacar que cada um de nós desempenha papel determinado na construção do benefício comum. E se contamos na execução dos nossos deveres com amigos abnegados, capazes do mais alto sacrifício em nosso favor, temos, ainda, nas linhas da existência, aqueles espíritos que se erigem à condição de nossos credores, com os quais ainda não nos quitamos de todo, no terreno das contas pessoais, transferidas à contagem de hoje pelo saldo devedor de passadas reencarnações. Ocultos na invisibilidade, por efeito da diferença vibratória no estado específico da matéria sutil em que se localizam, quando desencarnados ou mesmo revestidos na armadura de carne e osso, no plano físico, eles se instalam na sombra da antipatia sistemática ou da perseguição gratuita, experimentando-nos com persistência admirável os propósitos e testemunhos de melhoria interior.
É assim que vamos vencendo em exames diversos, opondo valores morais entesourados na alma ao assédio das provas, como sejam paciência na adversidade, resistência na dor, fé nos instantes de incerteza e generosidade perante as múltiplas solicitações do caminho. Chega, porém, o dia em que somos intimados ao teste da dignidade pessoal. Seja pelo dardo do insulto ou pelo espinho da desconsideração, somos alvejados no amor-próprio e, se não dispomos suficientemente de humildade e compaixão, eis que a altivez ferida se assemelha em nós ao estopim afogueado de que a cólera irrompe em fuzilaria de pensamentos descontrolados, arruinando-nos preciosas edificações espirituais do presente e do futuro. Estejamos alertas contra semelhante poder fulminativo, orando e abençoando, servindo e desculpando, esquecendo o mal e restaurando o bem.
Espírito Emmanuel, do livro O homem coração, psicografia de Chico Xavier.
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