19 junho 2022

Berço / Cradle


Excetuando-se os planos organizados para as obras especiais, em que Espíritos missionários senhoreiam as reservas fisiológicas para a criação de reflexos da Vida Superior entre os homens, impelindo-os a maior ascensão, todo berço de agora retrata o ontem que passou.

O caminho que iniciamos em determinada existência é o prolongamento dos caminhos que percorremos naquelas que a precederam.

Esfalfa-se a investigação científica na Terra, estudando o continuísmo biológico.

Núcleos de cromossomos e veículos citoplásmicos, fatores de ambiente e genealogias familiares são chamados pelos geneticistas à equação dos problemas da origem e é natural que de suas indagações surjam resultados notáveis, quais sejam aqueles que tangem aos caracteres morfológicos e às surpresas da adaptação.

O escalpelo da observação humana, porém, não consegue, por agora, ultrapassar o recinto externo da constituição orgânica, detendo-se no exame da conformação e da estatura, da pigmentação e do grupo sanguíneo, alusivos à filiação corpórea, já que os meandros da hereditariedade psíquica são, por enquanto, quase que integralmente inacessíveis à sondagem da inteligência terrestre.

É que as células germinais, por sementes vivas, reproduzem os nossos clichês da consciência no trabalho impalpável da formação de um corpo novo.

Na câmara uterina, o reflexo dominante de nossa individualidade impressiona a chapa fetal ou o conjunto de princípios germinativos que nos forjam os alicerces do novo instrumento físico, selando-nos a destinação para as tarefas que somos chamados a executar no mundo, em certa quota de tempo.

Nisso não vai qualquer exaltação ao determinismo absoluto, porque ninguém pode suprimir o livre-arbítrio, com o qual articulamos as causas de sofrimento ou reparação em nossos destinos, dentro do determinismo relativo em que marchamos para mais altas formas de emoção e pensamento, na conquista da liberdade suprema.

Pelo transe da morte física, regressamos à Vida Maior com a soma de realizações que nem sempre são aquelas que devêramos efetuar. Em muitas circunstâncias, as imagens trazidas da permanência na carne são fantasmas temíveis, nascidos de nossas próprias culpas, exigindo reajuste e pagamento, a modelarem para os nossos sentidos o inferno torturante em que se nos revolvem as queixas e aflições.

Eis, porém, que a Justiça Fiel, por misericórdia, nos concede o retorno para a bênção do reinício. Retomamos, assim, através do berço, o contato direto com os nossos credores e devedores para a liquidação dos débitos que contraímos, cujo balanço efetivo jaz devidamente contabilizado nas Leis Divinas.

É desta maneira que comumente renascemos na Terra, segundo as nossas dívidas ou conforme as nossas necessidades, assimilando para esse fim a essência genética daqueles que se nos afinam com o modo de proceder e de ser.

Os problemas da hereditariedade, em razão disso, descendem, de forma geral, dos reflexos mentais que nos sejam próprios.
Em verdade, por vezes, abnegados corações, cultivando a leira do amor pelo sacrifício, trazem a si corações desditosos, guardando transitoriamente, nos braços, monstruosas aberrações que destoam do elevado nível em que já se instalaram; contudo, devemos semelhantes exceções ao espírito de renúncia com que fazem emergir das regiões infernais velhos laços afetivos, distanciados no tempo, usando o divino atributo da caridade.

De conformidade com a regra, porém, nosso berço no mundo é o reflexo de nossas necessidades, cabendo a cada um de nós, quando na reencarnação, honrá-lo com trabalho digno de restauração, melhoria ou engrandecimento, na certeza de que a ele fomos trazidos ou atraídos, segundo os problemas da regeneração ou da mordomia de que carecemos na recomposição de nosso destino, perante o futuro.

Espírito Emmanuel, do livro Pensamento e Vida, psicografado por Chico Xavier.


Cradle

Except for the organized plans for special works, in which missionary spirits master the physiological reserves for the creation of reflections of the Superior Life among men, impelling them to greater ascension, every cradle of now portrays yesterday that has passed.

The path we started in a given existence is the extension of the paths we took in those that preceded it.

Scientific research is carried out on Earth, studying biological continuity.

Chromosome nuclei and cytoplasmic vehicles, environmental factors and family genealogies are called by geneticists to the equation of problems of origin and it is natural that from their inquiries remarkable results emerge, which are those that concern morphological characters and the surprises of adaptation.

The scalpel of human observation, however, cannot, for the time being, go beyond the external precinct of the organic constitution, stopping at the examination of conformation and stature, pigmentation and blood group, alluding to bodily affiliation, since the intricacies of psychic heredity are, for the time being, almost entirely inaccessible to the probing of terrestrial intelligence.

It is because the germ cells, by living seeds, reproduce our clichés of consciousness in the impalpable work of forming a new body.

In the uterine chamber, the dominant reflection of our individuality impresses the fetal plate or the set of germinal principles that forge the foundations of the new physical instrument, sealing us the destination for the tasks that we are called to perform in the world, in a certain quota of time. time.

In this there is no exaltation of absolute determinism, because no one can suppress free will, with which we articulate the causes of suffering or reparation in our destinies, within the relative determinism in which we march towards higher forms of emotion and thought, in the conquest of supreme freedom.

Through the trance of physical death, we return to the Greater Life with the sum of accomplishments that are not always those that we should perform. In many circumstances, the images brought from the permanence in the flesh are fearsome phantoms, born of our own faults, demanding readjustment and payment, modeling for our senses the torturous hell in which our complaints and afflictions revolve.

Behold, however, that Faithful Justice, by mercy, grants us the return for the blessing of the beginning. Thus, through the cradle, we resumed direct contact with our creditors and debtors for the settlement of the debts we contracted, whose effective balance is duly accounted for in the Divine Laws.

It is in this way that we are commonly reborn on Earth, according to our debts or according to our needs, assimilating for this purpose the genetic essence of those who are in tune with our way of proceeding and being.

The problems of heredity, therefore, descend, in general, from the mental reflexes that are peculiar to us.
In fact, sometimes, self-denying hearts, cultivating the range of love for sacrifice, bring to themselves unhappy hearts, temporarily keeping, in their arms, monstrous aberrations that clash with the high level in which they have already settled; however, we owe similar exceptions to the spirit of renunciation with which old affective bonds, distanced in time, emerge from the infernal regions, using the divine attribute of charity.

According to the rule, however, our cradle in the world is the reflection of our needs, and it is up to each of us, when in reincarnation, to honor it with work worthy of restoration, improvement or aggrandizement, in the certainty that we were there. brought or attracted, according to the problems of regeneration or stewardship that we lack in the recomposition of our destiny, facing the future.

Emmanuel Spirit, from the book Pensamento e Vida, psychographed by Chico Xavier.

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