Bem-aventurado Anônimo / Blessed Anonymous
Bem-aventurado anônimo
Ninguém, te viu a mão vigilante e sábia
Quando semeavas a leira escura
Para que todos tivessem pão,
Nem te observou o esforço enorme,
Quando abrias caminho à água distante
Para que a sede não aniquilasse os homens da Terra!
Olhos humanos não te fixaram,
Quando levantaste o companheiro abatido,
Quando suportastes os espinhos dos maus,
Chorando em silêncio para que outrem não chorasse.
Gastaste muitos anos,
Tecendo ninhos para as alheias asas,
Levantando palácios fulgurantes
Que jamais te acolheriam…
De mãos votadas
Ao labor mais humilde,
Traçastes roteiros
Dentro da Natureza agreste,
Ergueste cidades e parques
Para a alegria de todos.
Ninguém te conheceu, nem louvou…
E quase todos
Que se rejubilaram nos benefícios,
Através de teu amor,
Acreditaram que te bastavam
As moedas que lhes sobravam na bolsa
E esqueceram-te para sempre.
Entretanto,
Observas, mudo,
Que os grandes arautos do morticínio
Eram anunciados com ruído
No caminho das nações…
Muitos dos que destruíram as obras do bem
E os que falsearam a verdade
Eram incensados no galarim de fama,
Por milhão de vozes sedentas de poder!…
Bem-aventurado anônimo! Bem-aventurado anônimo,
E quando a morte chegou
A gratidão terrestre não veio socorrer-te,
Ninguém apareceu para enxugar-te o pranto.
Para os irmãos que te deviam
Não passava teu nome de palavra sem eco…
Somente a caridade
Envolveu-te em seu manto…
Mas, ó trabalhador desconhecido!
Para teus ouvidos venturosos,
Soou, na imensidão dos céus,
A frase inesquecível:
—Vem a mim servo bom e fiel!
Num transporte de júbilo indizível,
Reconheceste, então,
A grandeza das vidas pequeninas,
A glória das tarefas obscuras,
Descobriste a ti mesmo nas alturas,
E, atravessando as amplidões divinas,
Abençoastes os dias teus,
À luz do Grande Anônimo que é Deus.
Espírito Alma Eros, do livro Correio Fraterno, psicografado por Chico Xavier.
Blessed Anonymous
Blessed anonymous
No one, saw you the watchful and wise hand
When you sowed the dark row
So that everyone had bread,
Nor did you notice the enormous effort,
When you made way for distant water
So that the thirst would not annihilate the men of Earth!
Human eyes didn't fix you,
When you lifted up your downcast companion,
When you endured the thorns of the wicked,
Crying in silence so that someone else wouldn't cry.
You spent many years
Weaving nests for other people's wings,
Raising gleaming palaces
That they would never welcome you...
With hands voted
To the humblest work,
you traced itineraries
Within the wild nature,
Build cities and parks
For everyone's delight.
Nobody knew you, nor praised you...
Aand almost all
Who rejoiced in the benefits,
through your love,
They believed that you were enough
The coins they had left in their purse
And they forgot you forever.
Nonetheless,
Observe, mute,
May the great heralds of slaughter
were announced loudly
On the way of the nations…
Many of those who destroyed the works of good
And those who falsified the truth
They were incensed in the hall of fame,
By a million power-hungry voices!…
Blessed Anonymous! Blessed Anonymous,
And when death came
Earthly gratitude did not come to your aid,
Nobody came to dry your tears.
For the brothers who owed you
Your name was not a word without echo…
only charity
Wrapped yourself in your mantle...
But, O unknown worker!
To your happy ears,
Sounded, in the immensity of the skies,
The unforgettable phrase:
—Come to me good and faithful servant!
In a transport of unspeakable joy,
You recognized then
The grandeur of little lives,
The glory of obscure tasks,
You found yourself on high,
And, crossing the divine amplitudes,
You blessed your days,
In the light of the Great Anonymous that is God.
Alma Eros Spirit, from the book Correio Fraterno, psychographed by Chico Xavier.
0 Comments:
Postar um comentário