10 dezembro 2021

Fome e ignorância


Atentos ao impositivo do estudo, a fim de que a luz do entendimento nos ensine a caminhar com segurança e a viver proveitosamente, estabeleçamos alguns confrontos entre a fome e a ignorância – dois dos grandes flagelos da Humanidade.
A fome ameniza o corpo.
A ignorância obscurece a alma.
A fome atormenta.
A ignorância anestesia.
A fome protesta.
A ignorância ilude.
A fome cria aflições imediatas.
A ignorância cria calamidades remotas.
A fome é crise gritante.
A ignorância é problema enquistado.

Em todos os lugares, vemos o faminto e o ignorante em atitudes diversas.
O faminto trabalha afanosamente na conquista do pão.
O ignorante é indiferente à posse da luz.
O faminto reconhece a própria carência.
O ignorante não se define.
O faminto aparece.
O ignorante oculta-se.
O faminto anuncia a própria necessidade.
O ignorante engana a si mesmo.

Qualquer pessoa pode atender à fome.
Raras criaturas, porém, conseguem socorrer a ignorância.
Para sanar a fome, basta estender pão.
Para extinguir a ignorância, é indispensável fazer luz.
Nesse sentido, mentalizemos o Provedor Divino.
Todos nós sabemos que o pão entregue pelos discípulos a Jesus, a fim de ser multiplicado em favor dos famintos, é, aproximadamente, o mesmo de hoje que podemos amassar com facilidade; mas a luz entregue pelo Senhor aos discípulos, para ser multiplicada em favor dos ignorantes, exige perseverança incansável, no serviço do bem aos outros, com espírito de amor puro e sacrifício integral.
Valendo-nos, pois, da conceituação que a fome e a ignorância nos sugerem, concluímos que, na Doutrina Espírita, não nos bastam aqueles amigos que nos mostrem médiuns e fenômenos, para dissipar-nos a inquietação da fome de ver, mas, acima de tudo, precisamos dos companheiros valorosos, com atitude e exemplo, que nos arranquem ao comodismo da ignorância, para ajudar-nos a discernir.

Emmanuel, do livro Seara dos Médiuns psicografado por Chico Xavier

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