Em torno da prece

Na criação não há pedido sem resposta. 
O que parece, por vezes, silêncio e negação em torno da rogativa, é o próprio desinteresse da alma que, quase sempre, entre a inquietação e a leviandade, voeja de solicitação a solicitação. Sem persistência suficiente para alimentar os próprios ensejos no tempo, – de vez que o tempo é o matemático divino que não podemos esquecer ou iludir. 
Atenta, pois, para o que pedes porque se o Senhor sabe aquilo que nos convém, raramente conhecemos, em verdade, aquilo de que necessitamos. 
Todos se prosternam perante o altar da vida e algo suplicam do que consideram material imprescindível à própria felicidade. 
Muitos pedem ouro e recebem a fortuna emoldurada nas garras da aflição. 
Muitos reclamam beleza física e recolhem-lhe os dons de mistura com fel de dolorosas desilusões. 
Muitos imploram o poder humano e apossam-se dele, incorporando, irremediavelmente, pesadelos à própria sorte. 
Muitos rogam a evidência social e escalam-lhe os dourados galarins, passando a respirar o hálito envenenado do desencanto da morte. 
Muitos pedem o louvor da inteligência e adornam-se com a fama, penetrando, contudo, em pavorosos sorvedouros de angústia. 
Acharemos o que buscamos. 
A reação será invariavelmente o reverso da ação. 
Quem deseja sente. 
Quem sente pensa. 
Quem pensa realiza. 
Saibamos, assim, selecionar os nossos impulsos, porquanto a Eterna Bondade estrutura para a nossa existência o programa que mais favoreça a própria edificação. 
Cumpramos nosso dever, puro e simples, onde estivermos, seja no reduto doméstico ou no campo social, à frente dos nossos familiares ou dos nossos desafetos, oferecendo-lhes todo o bem ao nosso alcance, e a obrigação corretamente atendida será o degrau de nossa ascensão aos planos mais altos. 
Por isso mesmo, em qualquer problema da oração, não nos esqueçamos de que a Vontade Sábia e Justa do Pai Celestial, em nosso próprio favor, deve ser executada com o nosso melhor concurso, assim na terra como nos Céus.

Espírito Emmanuel, do livro À Luz da Oração, psicografado por Chico Xavier. 

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