11 maio 2025

Livro d'alma


Senhor! quando eu abri o livro do passado

E busquei soletrar as páginas já lidas,

Quanto gosto de fel, quantas dores sofridas,

Quanta lágrima atroz, do meu sonho orfanado!


O primeiro capítulo era um lustre apagado

Que narrava com ardor, em palavras sentidas

Minha infância feliz, minhas horas floridas,

Meu viver todo em flor, nunca mais olvidado!


E depois era o Abril, era a luz — Mocidade,

Que cantava de um sonho a viril majestade,

Era a estrofe do sol que cantou o Coração!


Mas depois… mas depois era a sombra fugida,

Era a morte do sonho, era a morte da Vida,

A tristeza sem par do esvair da Ilusão!


Francisco Xavier, do livro Chico Xavier primeiro livro.

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