Vozes da Morte
No mundo para vós ainda impreciso,
Que a ciência da Terra não pondera,
Eu via a morte, em forma de quimera,
Como um anjo de dor, vago e indeciso.
E murmurei: —“Ó morte, eu bem quisera
Que me desses no Nada um paraíso!…
Porque, anjo na dor, se faz preciso
Da tua espada que nos dilacera?”
E ela disse: —“Sou a própria vida errante,
Vida renovadora e triunfante
Que tudo envolve em luz resplandecente,
Para que eu leve a alma à glória eleita
De ser pura e sublime, alva e perfeita,
É preciso lutar eternamente!”
Espírito Antero de Quental, do livro Palavras do Infinito, psicografado por Chico Xavier.
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