O mar
Ó mar, estranho mar, gigante insatisfeito,
Tu tens o coração em múltiplas crateras,
Que explodem sem cessar no âmago do peito,
Do teu estranho peito, eterno de outras eras!
Na tua onipotência és único, perfeito!
Tu tens mil mansidões e tens mil sanhas feras;
No grito aterrador revelas o teu feito,
As cruzadas triunfais das títeres galeras!
Quando ruges feroz em meio das tormentas,
Sustentas lutas mil, batalhas incruentas.
E eu sinto-me irmanado à tua dor sombria!
Porque minh’alma assim é um mar todo revolto,
Meu triste coração é um pobre batel solto,
Sem norte a navegar, pela maré bravia!…
Francisco Xavier, versos por ele mesmo, em Chico Xavier, O Primeiro Livro.
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