Essas outras crianças / These other kids
Quando abraçares teu filho, no conforto doméstico, fita essas outras crianças que jornadeiam sem lar.
Dispões de alimento abundante para que teu filho se mantenha em linha de robustez.
Essas outras crianças, porém, caminham desnorteadas, aguardando os restos da mesa que lhes atiras, com displicência, findo o repasto.
Escolhes a roupa nobre e limpa de que teu filho se vestirá, conforme a estação.
Todavia, essas outras crianças tremem de frio, recobertas de andrajos.
Defendes teu filho contra a intempérie, sob teto acolhedor, sustentando-o à feição de joia no escrínio.
Contudo, essas outras crianças cochilam estremunhadas, na via pública, quando não se distendem no espaço asfixiante do esgoto.
Abres ao olhar deslumbrado de teu filho os tesouros da escola.
E essas outras crianças suspiram debalde pela luz do alfabeto, acabando, muita vez, encerradas no cubículo das prisões, à face da ignorância que lhes cega a existência.
Conduzes teu filho a exame de pediatras distintos, sempre que entremostre leve dor de cabeça.
Entretanto, essas outras crianças, minadas por moléstias atrozes, agonizam em leitos de pedra, sem que mão amiga as socorra.
Ofereces aos sentidos de teu filho a festa permanente das sugestões felizes, através da educação incessante.
No entanto, essas outras crianças guardam olhos e ouvidos quase sempre sintonizados no lodo abismal das trevas.
Afaga, assim, teu filho no trono familiar, mas desce ao pátio da provação onde essas outras crianças se agitam em sombra ou desespero e ajuda-as, quanto possas!
Quem serve no amor do Cristo sabe que a boa palavra e o gesto de carinho, o pedaço de pão e a peça de vestuário, o frasco de remédio e a xícara de leite operam maravilhas.
Proclamas, a cada passo, que esperas, confiante, o esplendor do futuro, mas, enquanto essas outras crianças chorarem desamparadas, clamaremos em vão pelo mundo melhor.
Espírito Emmanuel, do livro Religião dos Espíritos, psicografado por Chico Xavier.
These other kids
When you hug your child, in the comforts of your home, look at those other children who journey homeless.You have plenty of food so that your child stays in line with strength.
These other children, however, walk around, bewildered, waiting for the table scraps that you casually throw at them after the repast is over.
Choose the noble and clean clothes your son will wear, according to the season.
Yet these other children are shivering with the cold, covered in rags.
You defend your child against the elements, under a cozy roof, holding him like a jewel in the cabinet.
However, these other children snooze, stunned, on the public road, when they don't stretch out in the asphyxiating space of the sewer.
You open the treasures of the school to the dazzled gaze of your child.
And these other children sigh in vain for the light of the alphabet, ending up, many times, locked up in the prison cubicle, in the face of ignorance that blinds their existence.
You take your child to the examination of different pediatricians, whenever he shows a slight headache.
However, these other children, undermined by atrocious diseases, agonize on beds of stone, without a helping hand.
You offer your child's senses the permanent feast of happy suggestions, through incessant education.
However, these other children keep eyes and ears that are almost always attuned to the abysmal slime of darkness.
So caress your son on the family throne, but go down to the court of trial where these other children are tossing around in shadow or despair, and help them as much as you can!
Those who serve in the love of Christ know that the good word and the gesture of affection, the piece of bread and the garment, the medicine bottle and the cup of milk work wonders.
You proclaim at every step that you confidently await the splendor of the future, but while these other children cry helplessly, we will cry in vain for a better world.
Emmanuel Spirit, from the book Religion of Spirits, psychographed by Chico Xavier.
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