13 janeiro 2022

Eles antes


“Quando derdes um festim, não convides teus amigos, nem os teus irmãos, nem os teus vizinhos ricos, para que não suceda que também eles te tornem a convidar e te seja isso recompensado.” - LUCAS, 14: 12.

“Por festins deveis entender, não os repastos propriamente ditos, mas a participação na abundância de que desfrutais.” Cap. 13,8.

“Quando derdes um festim, disse Jesus, não convideis para ele os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados”.

Decerto que o Divino Orientador não estabelecia a desistência das relações fraternais,
nem o abandono do culto às afinidades do coração. Considerando, porém, a Humanidade por família única, induzia-nos a observar os irmãos menos felizes, na categoria de credores principais de nossa atenção à maneira de enfermos queridos, que esperam no lar a prioridade de assistência por parte daqueles que lhes comungam o mesmo sangue.

Nas celebrações da alegria, é inútil convocar os entes amados, de vez que todos eles se encontram automaticamente dentro delas. Recorda os que jornadeiam no mundo, sob as algemas de austeras privações e partilha com eles as vantagens que te felicitam a vida.

Se exerces autoridade, é natural te disponhas à sustentação dos companheiros honestos que te apoiam na luta. Antes deles, no entanto, pensa no amparo que deves a todos os que padecem aflição e injustiça.

Obtiveste merecimentos sociais elevados pelos títulos de competência que granjeaste a preço de trabalho e de estudo, e, com semelhantes valores, é razoável te empenhes no reconforto, a beneficio dos que viajam no carro de tuas facilidades terrestres. Antes deles, contudo, atende à cooperação em favor dos que jazem cansados nas prova sem remédio.

Desfrutas extensa possibilidade econômica, na qual é compreensível te devotes a obsequiar os amigos do teu nível doméstico. Antes deles, todavia, socorre os que esmorecem de fadiga e penúria, para quem, muitas vezes, a felicidade reside num
sorriso amistoso ou num prato de pão.

Amealhaste conhecimento e, nos tesouros culturais que adquiriste, é justo te satisfaças, nos torneios verbais de salão, enriquecendo o cérebro dos ouvintes que te respiram as normas superiores. Antes deles, porém, divide a luz que te clareia o mundo mental com os irmãos do caminho, que se debatem ainda, na noite da ignorância.

Jesus não te pede a deserção dos círculos afetivos.

Ele próprio, certa feita, asseverou aos companheiros de apostolado: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o meu senhor; chamo-vos, amigos, porque vos revelei tudo quanto ouvi de meu. Pai”.

Com os amigos, entretanto, consagrou-se primeiramente a aliviar a carga de todos os sofredores, corno a dizer-nos que todos podemos cultivar afeições preciosas que nos alentem as energias, mas à frente dos que choram, nos transes de dolorosas necessidades, é preciso, adotar a legenda - “eles antes”.

Espírito Emmanuel, do livro da Esperança, psicografado por Chico Xavier
 

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