Oração do Natal
Rei Divino, na palha singela, porque te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofuscá-los com a grandeza do Teu Reino?
Soberano da Eternidade, porque estendeste braços pequerruchos e tenros aos pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento te saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?
Certamente, vinhas ao encontro de nosso coração para libertá-lo.
Procuravas o asilo de nossa alma, para convertê-la em harpa nas Tuas mãos.
Preferias esmolar segurança e carinho, para que, em Te amando, de algum modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.
Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse, em torno de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua Glória, mas sim por amigos espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção…
E modificaste, assim, o destino das nações. Colocaste o trabalho digno, onde a escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio assegurava o império do crime, e ensinaste-nos a servir e a morrer, para que a vida se tornasse mais bela…
É por isso que, ajoelhados em espírito, recordando-Te o berço pobre, ofertamos-Te o coração…
Arranca-o, Senhor, da grade do nosso peito, enferrujado de egoísmo, e faze-o chorar de alegria, no deslumbramento de Tua luz!… Conduze-nos, ainda, aos tesouros da humildade, para que o poder sem amor não nos enlouqueça a inteligência, e deixa-nos entoar o cântico dos pastores, quando repetia, em prantos jubilosos, a mensagem dos anjos:
–Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!…
Espírito: Meimei, do livro A Luz da Oração psicografado por Chico Xavier
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