18 setembro 2021

Invocações


Ouviste opiniões contraditórias, referentes às invocações na Doutrina Espírita.

Adversários gratuitos pretenderam insinuar que nos reuníamos, imitando magos e sibilas da antiguidade, a explorar sortilégios e filtros supostamente milagrosos.

Outros, sem analisar-nos os princípios, entenderam acreditar que tomamos os recursos psíquicos para exibições de hipnotismo vulgar, como se categorizássemos os medianeiros da Nova Revelação por jograis e fantoches.

É imperioso anotar, contudo, que toda a formação espírita guarda raízes nas fontes do Cristianismo simples e claro, com finalidades morais distintas, no aperfeiçoamento da alma, expressando aquele Consolador que Jesus prometeu aos tempos novos.

Não admitas, portanto, pudéssemos converter as lições do Mestre em práticas e fórmulas cabalísticas. Todos os ensinamentos do Cristo vibram puros, em nossos postulados, com os amplos desenvolvimentos que a Codificação Kardequiana lhes imprimiu.

Em nossas assembleias, hipotecamos o apreço devido a todas as crenças e confissões.

Respeitamos os irmãos da Cristandade, que, em postura determinada, invocam a Presença Divina e a proteção dos Espíritos santificados, em preces de confiança e cânticos de louvor.

Respeitamos os irmãos do Islamismo que, diversas vezes por dia, invocam a bênção de Alá.

Respeitamos os irmãos do Budismo que, através da liturgia que lhes é própria, invocam a paz de Çakyamuni, o Bem-Aventurado.

Respeitamos os irmãos do Moiseísmo que, por vários preceitos, invocam o amparo do Senhor Todo-poderoso.

Também nós, em nos associando, invocamos a inspiração do Divino Mestre e o concurso dos instrutores domiciliados na Vida Maior, a fim de que possamos orar e estudar a verdade, aprendendo por que oramos e cremos, de vez que, na doutrina Espírita, sem pompas de culto externo e sem rituais de qualquer procedência, somos chamados à fé, capaz de encarar a razão face a face.

Quanto à atitude religiosa que abraçamos, de permeio com as indagações científicas e com as exposições filosóficas da nossa Doutrina Libertadora, ninguém pode olvidar que Allan Kardec, evidenciando a necessidade de aliança entre o raciocínio e o sentimento, nas jornadas do Espírito, iniciou a obra monolítica da Codificação perguntando pela essência de Deus.


Emmanuel, do livro Justiça Divina psicografado por Chico Xavier

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