17 setembro 2021

Fé e coragem


Proclamar as próprias convicções, notadamente diante das criaturas que se nos façam adversas, é coragem de fé, no entanto, semelhante afirmação de valor não se restringe a isso. 

O assunto apresenta outra face não menos importante: o desassombro da tolerância pelo qual venhamos a aceitar os outros como os outros são sem recusar-lhes auxílio. 

Cunhar pontos de vista e veiculá-los claramente é sinal de espontaneidade e franqueza, marcando alma nobre. 

Compreender amigos e adversários, simpatizantes ou indiferentes do caminho, estendendo-lhes paz e fraternidade, é característico de paciência e bondade, indicando alma heroica. 

Demonstra a própria fé, perante todos aqueles que te compartilham a estrada, mas não deixe de amá-los e servi-los, quando se patenteiam distantes dos princípios que te norteiam. 

Reportamo-nos a isso, porquanto, junto dos companheiros leais, surgirão sempre os companheiros difíceis. 

Esse de quem esperava testemunhos de amor e bravura, nas horas graves, foi o primeiro que te deixou a sós, nos momentos de crise; aquele, em cujo coração plantaste sinceridade e confiança, largou-te ao ridículo, quando a maioria mudou, transitoriamente, de opinião; aquele outro a quem deste máximo apreço te retribuiu com sarcasmo; e aquele outro, ainda, é o que te criou problemas e inquietações, depois de lhe haveres dado apoio e vida. 

Todos eles, porém, se nos erguem na escola do mundo por testes de persistência no bem. 

A coragem da fé começará sempre através da veemência com que exponhamos as próprias ideias, diante da verdade, entretanto, só se realizará em nós e por nós, quando tivermos a necessária coragem para compreender todos os homens, – ainda mesmo os nossos mais ferrenhos perseguidores, – como nossos verdadeiros irmãos e filhos de Deus. 


Emmanuel, do livro Mãos Marcadas psicografado por Chico Xavier

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