20 julho 2021

O espírita deve ser


O espírita deve ser verdadeiro, mas não agressivo, manejando a verdade a ponto de convertê-la em tacape na pele dos semelhantes. 

Bom, mas não displicente que chegue a favorecer a força do mal, sob o pretexto de cultivar a ternura. 

Generoso, mas não perdulário que abrace a prodigalidade excessiva, sufocando as possibilidades de trabalho que despontam nos outros. 

Doce, mas não tão doce que atinja a dúbia melifluidade, incapaz de assumir determinados compromissos na hora da decisão.

Justo, mas não implacável, em nome da justiça, impedindo a recuperação dos que caem e sofrem. 

Claro, mas não desabrido, dando a ideia de eleger-se em fiscal de consciências alheias. 

Franco, mas não insolente, ferindo os outros. 

Paciente, mas não irresponsável, adotando negligência em nome da gentileza. 

Tolerante, mas não indiferente, aplaudindo o erro deliberado em benefício da sombra. 

Calmo, mas não tão sossegado que se afogue em preguiça. 

Confiante, mas não fanático que se abstenha do raciocínio. 

Persistente, mas não teimoso, viciando-se em rebelar-se. 

Diligente, mas não precipitado, destruindo a si próprio. 

“Conhece-te a ti mesmo” – diz a filosofia, e para conhecer a nós mesmos, é necessário escolher atitude e posição de equilíbrio, seja na emotividade ou no pensamento, na palavra ou na ação, porque, efetivamente, o equilíbrio nunca é demais. 

André Luiz, do livro Opinião Espírita psicografado por Chico Xavier

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