31 julho 2021

Ensejo ao bem


“Jesus, porém, lhe disse: Amigo, a que vieste? – Então, aproximando-se, lançaram mão de Jesus e o prenderam.” – Mateus 26: 50.

É significativo observar o otimismo do Mestre, prodigalizando oportunidades ao bem, até ao fim de sua gloriosa missão de verdade e amor, junto dos homens.

Cientificara-se o Cristo, com respeito ao desvio de Judas, comentara amorosamente o assunto, na derradeira reunião mais íntima com os discípulos, não guardava nenhuma dúvida relativamente aos suplícios que o esperavam; no entanto, em se aproximando, o cooperador transviado beija-o na face, identificando-o perante os verdugos, e o Mestre, com sublime serenidade, recebe-lhe a saudação carinhosamente e indaga: Amigo, a que vieste?

Seu coração misericordioso proporcionava ao discípulo inquieto o ensejo ao bem, até ao derradeiro instante.

Embora notasse Judas em companhia dos guardas que lhe efetuariam a prisão, dá-lhe o título de amigo. Não lhe retira a confiança do minuto primeiro, não o maldiz, não se entrega a queixas inúteis, não o recomenda à posteridade com acusações ou conceitos menos dignos.

Nesse gesto de inolvidável beleza espiritual, ensinou-nos Jesus que é preciso oferecer portas ao bem, até a última hora das experiências terrestres, ainda que, ao término da derradeira oportunidade, nada mais reste além do caminho para o martírio ou para a cruz dos supremos testemunhos.

Emmanuel, do livro Caminho, Verdade e Vida psicografado por Chico Xavier

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