31 março 2021

No templo da carne


O corpo físico é sempre o equipamento de ação que o espírito – romeiro do progresso – é capaz de receber com proveito, consoante as necessidades e méritos que lhe caracterizam a experiência. 

Qual acontece, na esfera humana, em que se atribuirá a cada criatura o instrumento que possa manejar para o bem comum, cada espírito, em se materializando na Terra, usa o veículo carnal que lhe seja adequado à luta imprescindível. 

Entre os homens não se confiará o leme da usina elétrica ao adolescente irresponsável, nem se colocará o explosivo, destinado a cinzelar as formas da natureza, nas mãos da criança, incapaz de apreender-lhe o perigo. 

Ninguém se lembrará de entregar o tesouro da coletividade ao delinquente que a penitenciária recolhe, nem se dará o tribunal à cabeça do analfabeto. 

Assim é que na reencarnação, cada alma detém os recursos que mereceu. 

É por isso que, embora identificados na espécie, não existem dois corpos humanos perfeitamente iguais. 

A justiça funciona para cada ser, na pauta dos prêmios que conquista ou dívidas que amontoa. 

Conserva a tua vestimenta de carne, acima de tudo, o uniforme de trabalho que o Senhor te concede à vida para que te refaças do passado obscuro na direção de luminoso porvir. 

Ainda mesmo agravado de achaques ou deformado por dolorosas mutilações, incompleto ou enfermiço, aleijado ou desagradável à vista, teu corpo é bênção de Deus em teu próprio favor, buril com que te cabe aprender e servir, sofrer e lutar, dignamente, aprimorando a própria alma que, um dia, se quiseres viver no padrão de Jesus, comparecerá, liberada em pleno Céu, na condição de obra-prima. 


Emmanuel, do livro Mãos Marcadas psicografado por Chico Xavier

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