09 fevereiro 2021

Mãos pequeninas


Quando afagues teu filhinho no aconchego doméstico, não te esqueças das mãozinhas anônimas, esquecidas no desamparo …  

Flores rodopiando na ventania, assemelham-se a estrelas perdidas na tempestade. 

É todo um mar de sofrimento e angústia que te rodeia …  

Apura a visão para que o aflitivo painel te não passe despercebido. 

Mãos pequeninas de várias cores a se debaterem nas sombras …  

Chegaram à Terra como doces promessas de alegria e lutam por sobreviver à procura do bem. 

Pelo amor à criancinha que te inspira a beleza do lar, acende o lume da bondade e não recuses socorro aos braços minúsculos que te acenam da onda revolta, suplicando piedade e carinho. 

Auxilia esses lírios humanos a se desvencilharem do lodo das trevas para que se desenvolvam ao hálito da luz. 

Dizes que a vida pede amor e esperas um mundo melhor …  

Não negues, assim, a tua migalha de ternura aos anjos que choram no temporal. 

Recolhe as mãozinhas enregeladas no frio do desencanto e, ao calor de tua abnegação, ajuda-as a renascer para a existência, a fim de que possam esculturar o teu sonho de perfeição e grandeza, no esplendor do amanhã …  

Descerra as portas do coração aos filhinhos do berço torturado e protege-os confiante. 

Recorda que, um dia, duas mãos pequeninas, relegadas ao abandono numa estrebaria singela, eram as mãos de Jesus, o Rei Divino, que, ainda hoje, são o nosso refúgio de paz e a esperança do mundo inteiro …  

Emmanuel, do livro Deus Aguarda, psicografado por Chico Xavier

0 Comments:

Postar um comentário