16 novembro 2020

Mediunidade e dúvida


Mediunidade e dúvida

Quando a sombra da dúvida se interponha entre o campo de ação e a tua faculdade medianímica, contempla o necessitado que te espera o serviço.

Se fosses o companheiro sob o guante da enfermidade, qual se lâminas de fogo lhe cortassem as vísceras, agradecerias as mãos que se erguessem, generosas, no passe magnético em teu benefício.

Se fosses o irmão que exibe a epiderme em largas feridas, como se envergasse roupa nodoada de chagas, mostrarias imensa gratidão aos dedos que te ofertassem o fluido restaurador.

Se fosses o alienado mental de que tanta gente se afasta, tomada de inquietação, decerto acolherias por bênção do Alto a exortação que te ajudasse a superar o desequilíbrio.

Se fosses a pessoa desesperada, nas últimas fronteiras da resistência, à beira do suicídio ou do crime, revelarias reconhecimento profundo a quem te desse a frase de apaziguamento, sustando-a a queda.

Se fosses pai ou mãe, esposo ou esposa, filho ou amigo da criatura presa nas malhas da obsessão, agradeceria, feliz, a palavra renovadora de quem se expressasse na tarefa do auxílio.

Se fosses o doente, na ansiedade comatosa da despedida, abraçarias por recurso divino a prece amiga de quem te doasse serenidade e esperança para a viagem da morte.

Se trouxesses a dor contigo, não vacilarias em acreditar que o próximo tem a obrigação de estender-te consolo e enfermagem, compreensão e remédio.

O escrúpulo é naturalmente compreensível toda vez que o mal nos espreite os movimentos; contudo, ante o socorro correto à necessidade dos outros, o escrúpulo, quase sempre, é válvula à exaltação da preguiça.

Quem despende mínimo esforço no bem, recebe todo o apoio do Bem Eterno, assim como a tomada humilde e fiel recolhe da usina toda a força de que se mostre capaz.

Se dúvidas do nosso dever de auxiliar os semelhantes, através da mediunidade, observa a obra imensa do Evangelho e pensa no que seria de nós, se Jesus houvesse duvidado de Deus.

Emmanuel, do livro Caminho Espírita, psicografado por Chico Xavier

 

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