30 novembro 2020

Bilhete Filial


Bilhete filial

Meu querido Paizinho:

Peço a sua benção em meu favor.

Não é novidade a minha palavra nesta carta, por que o carinhoso coração bem conhece que estou mais vivo que nunca.

Estou aqui, porém aproveitando uma oportunidade que os Nossos Benfeitores nos concedem e quero dizer ao senhor e à inesquecível Mãezinha que nossos pensamentos estão unidos.

Desde aquele aniversário em que a dor me atacou violentamente com a separação, tenho mudado muito. Mudado para melhor, a fim de ser mais útil. Se eu pudesse Papai, voltaria para continuar ao seu lado na experiência do mundo.

A saudade aqui é uma aflição muito grande; mas os nossos Instrutores me dizem que o seu caminho de homem de bem não estará sem alegria e sem luz e que eu deveria ter vindo de modo a preparar o futuro com mais proveito.

A vida, Papai, é uma longa caminhada para a vitória que hoje não podemos compreender. E que aqui me ensinam que a dor é o anjo misterioso que nos acompanha até o fim da luta pela perfeição.

O senhor e Mamãe continuem firmes na caridade.

Um dia todos estaremos novamente reunidos numa vida maior.

O desastre, Papai, foi à provação salvadora.

Eu sei quantas lágrimas derramamos juntos; entretanto, quando choramos, com paciência e coragem, Deus transforma nosso pranto em pérolas de luz para a eternidade.

Leva à Mamãe querida o meu beijo carinhoso, com a certeza de estou forte para ser-lhes útil, de algum modo.

Meu abraço do coração para todos os nossos.

Não posso ser mais extenso. Ajudem-me sempre com as orações. E reunindo o senhor e Mamãe num grande abraço, sou o filho reconhecido, cheio de saudade e afeto.


Moacyr, do livro Relicário de Luz, psicografado por Chico Xavier

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