Perguntas sobre as evocações

1. Pode alguém evocar os Espíritos sem ser médium?
 – Todos podem evocar os Espíritos. Se os evocados não puderem manifestar-se materialmente, nem por isso deixam de se aproximar e ouvir o evocador.
2. O Espírito evocado atende sempre ao chamado?
 – Isso depende das suas condições, porque há circunstâncias em que não pode fazê-lo.
3. Quais as causas que podem impedi-lo?
 – Primeiro, a sua própria vontade; depois, o seu estado corpóreo, se estiver encarnado, as missões de que estiver encarregado, ou ainda a falta de permissão para tanto, que lhe pode ser negada. Há também Espíritos que não podem jamais comunicar-se. São os que ainda pertencem, por sua natureza, a mundos inferiores à Terra. Os que se encontram em globos de punição também não podem comunicar-se, a menos que tenham permissão superior, só concedida em caso de utilidade geral. Para que um Espírito possa comunicar-se é necessário que tenha atingido o grau de evolução do mundo em que é chamado, pois do contrário será estranho à cultura desse mundo e não disporá de meios de comparação para exprimir-se. Não se dá o mesmo com os que são enviados em missão ou expiação aos mundos inferiores, pois esses possuem a cultura necessária para responder.
4. Por quais motivos pode ser negada a um Espírito a permissão de se comunicar?
 – Pode ser uma prova ou uma punição para ele ou para quem o chama.
5. Como os Espíritos, dispersos no espaço ou em diversos mundos, podem ouvir as evocações que lhes são dirigidas de todos os pontos do Universo?
 – Frequentemente são prevenidos pelos Espíritos familiares que vos cercam e que vão procurá-los. Mas ocorre nesse caso um fenômeno que e difícil de vos explicar, porque ainda não podeis compreender, o modo de transmissão do pensamento entre os Espíritos. O que posso dizer é que o Espírito evocado, por mais distante que esteja, recebe por assim dizer o impulso do pensamento como uma espécie de choque elétrico, que chama a sua atenção para o lado de onde vem o pensamento a ele endereçado. Podemos dizer que ele entende o pensamento, como na Terra entendeis a voz.
 – O fluido universal é o veículo do pensamento, como o ar é o veículo do som?
– Sim, com a diferença de que o som só pode ser ouvido num raio muito limitado, enquanto o pensamento atinge o infinito. O Espírito no espaço é como o viajante que, no meio de vasta planície, ouvindo subitamente o seu nome se dirige para o lado de onde o chamam.
(12) A comunicação do pensamento à distância está hoje provada pelos próprios métodos das chamadas ciências positivas (ou materiais) graças às pesquisas e experiências parapsicológicas. Bastou um século de progresso científico para que este problema se tornasse mais acessível à compreensão dos homens. O pensamento não conhece limites no espaço e no tempo, o que dá plena validade científica a esse princípio espírita. (N. do T)

6. Sabemos que as distâncias nada são para os Espíritos, mas nos admiramos de ver que respondem, às vezes, tão prontamente ao chamado como se estivessem bem próximos.
 – É que, às vezes realmente estão. Se a evocação foi premeditada, o Espírito recebeu o aviso com antecedência e frequentemente se encontra no lugar antes que o chamem.
7. Conforme as circunstâncias, o pensamento do evocador será ouvido com maior ou menor facilidade?
 – Sem qualquer dúvida. O Espírito chamado com um pensamento de simpatia e benevolência é mais vivamente tocado. É como se reconhecesse uma voz amiga. Sem isso, acontece muitas vezes que a evocação não avança. O pensamento desferido pela evocação toca o Espírito, mas se é mal dirigido se perde no vácuo. Isso acontece também com os homens: se quem os chama não interessa ou lhes é antipático, eles podem ouvi-lo, mas na maioria das vezes não o atendem.
8. O Espírito evocado se manifesta voluntariamente ou é constrangido a isso?
 – Ele obedece à vontade de Deus, o que quer dizer à lei geral que rege o Universo. Não obstante, constrangido não é o termo certo, porque ele julga se é conveniente atender e ainda nisso dispõe do livre-arbítrio. O Espírito superior atende sempre que o chamam com uma finalidade útil. Só se recusa a responder a reuniões de pessoas pouco sérias e que tratam disso por divertimento.
9. O Espírito evocado pode negar-se a atender?
– Perfeitamente. Onde estaria, sem isso, o seu livre-arbítrio? Achais que todos os seres do Universo estão às vossas ordens? E vós mesmos, acaso vos considerais obrigados a responder a todos os que pronunciam o vosso nome? Mas quando assim o digo, refiro-me ao chamado do evocador. Porque um Espírito inferior pode ser constrangido, por um superior, a se manifestar.
(13) O poder do Espírito superior se exerce em benefício do inferior, obrigando-o a se manifestar para o seu próprio bem. O livre-arbítrio é condicionado pela evolução. Quanto mais elevado o Espírito, maior a sua liberdade. É o mesmo que vemos na Terra: os criminosos estão sujeitos a restrições da liberdade que não devem atingir os homens de bem. Nas sessões de desobsessão os Espíritos inferiores são frequentemente obrigados a se manifestarem, para o seu próprio bem e em favor de suas vítimas. (N. do T.)

10. O evocador dispõe de algum meio para constranger o Espírito a atendê-lo?
 – Nenhum, se o Espírito é igual ou superior a ele em moralidade. – digo em moralidade e não em inteligência, – porque então não tem nenhuma autoridade. Se for inferior, poderá fazê-lo para o seu próprio bem, porque então outros Espíritos o ajudarão. (Ver n° 279).
11. Será inconveniente evocar Espíritos inferiores e será de temer que eles dominem o evocador?
 – Eles só dominam os que se deixam dominar. Quem for assistido por Espíritos bons nada tem a temer, porque se impõe aos Espíritos inferiores e não estes a ele. Os médiuns quando sós, principalmente quando iniciantes, devem evitar essa espécie de evocações. (Ver n° 278)
12. Há algumas disposições especiais para as evocações?
 – A disposição principal é a do recolhimento, quando se deseja a comunicação de Espíritos sérios. Com fé e o desejo do bem há maior capacidade para se evocar Espíritos superiores. Ao elevar a alma por alguns instantes de recolhimento, no momento da evocação, a gente se identifica com os Espíritos bons e os dispõe a se manifestarem.
13. A fé é necessária para as evocações?
 – A fé em Deus, sim. Quanto ao mais, a fé se desenvolverá com o desejo do bem e a intenção de instruir-se.
14. Reunidos pela unidade de pensamentos e intenções os homens se tornam mais fortes para evocar os Espíritos?
 – Quando todos se reúnem pela caridade e para o bem, conseguem grandes coisas. Nada é mais nocivo para o êxito das evocações do que a divergência de pensamentos.
15. É útil o hábito de formar corrente, dando-se as mãos por alguns minutos no começo das reuniões?
 – A corrente é um meio material que não produz a união entre vós se ela não existir nos pensamentos. Mais eficaz, que essas coisas, é a união num pensamento comum, apelando cada qual para os Espíritos bons. Não sabeis o que se poderia obter numa reunião séria, da qual se houvesse afastado todo sentimento de orgulho e de personalismo, reinando um perfeito sentimento de mútua cordialidade.
16. É preferível fazer as evocações em dias e horas determinados?
 – Sim, e se possível no mesmo local. Os Espíritos então comparecem mais à vontade. A vossa constância ajuda os Espíritos a virem comunicar-se convosco. Eles têm as suas ocupações, que não podem deixar de repente para vossa satisfação pessoal. Quando digo no mesmo local não me refiro a uma obrigação absoluta, pois os Espíritos vão a toda parte. Quero dizer que é preferível um local consagrado às reuniões, porque o recolhimento se torna mais perfeito.
17. Certos objetos, como medalhas e talismãs, têm a propriedade de atrair ou repelir os Espíritos, como pretendem algumas pessoas?
 – Pergunta inútil, pois sabeis que a matéria não exerce nenhuma ação sobre os Espíritos. Ficai certos de que jamais um Espírito bom aconselha semelhantes absurdos. A virtude dos talismãs, de qualquer natureza, só existe na imaginação das criaturas supersticiosas.
18. Que pensar dos Espíritos que marcam encontros em lugares lúgubres em horas inconvenientes?
 – São Espíritos que se divertem com os que lhes dão ouvidos. É sempre inútil e frequentemente perigoso ceder a essas sugestões. Inútil, porque nada absolutamente se ganha além de ser mistificado; perigoso, não pelo mal que os Espíritos possam fazer, mas pela influência que isso pode exercer nos cérebros fracos.
19. Há dias e horas mais propícias para as evocações?
 – Para os Espíritos isso é completamente indiferente, como tudo o que é material, e seria supersticioso acreditar na influência dos dias e das horas. Os momentos mais propícios são aqueles em que o evocador esteja menos absorvido pelas suas preocupações habituais, em que o seu corpo e o seu espírito estejam mais calmos.
20. A evocação é agradável ou penosa para os Espíritos? Eles atendem de boa vontade quando os chamamos?
 – Isso depende do seu caráter e do motivo porque o chamam. Quando o objetivo é louvável e o meio é simpático, a evocação se torna agradável e mesmo atrativa. Os Espíritos se sentem sempre felizes com os testemunhos de afeição. Há os que consideram uma grande felicidade poder comunicar-se com os homens e sofrem com o esquecimento destes. Mas, como já disse, isso também depende do seu caráter. Entre os Espíritos existem também os misantropos que não gostam de ser incomodados, cujas respostas se ressentem do seu mau humor, sobretudo quando chamados por criaturas que lhes são indiferentes, pelas quais não se interessam. Um Espírito não tem, muitas vezes, nenhum motivo para atender o apelo de um desconhecido que lhe é indiferente e que age quase sempre movido pela curiosidade. Nesse caso, se ele atende é geralmente em rápidas passagens, a menos que exista um objetivo sério e instrutivo na evocação.
OBSERVAÇÃO – Vemos pessoas que só evocam seus parentes para fazer perguntas sobre as coisas mais vulgares da vida material. Por exemplo: um para saber se alugará ou venderá a sua casa; outro, para indagar do lucro que obterá com sua mercadoria, qual o lugar onde há dinheiro escondido, se tal negócio será ou não vantajoso. Nossos parentes de além-túmulo só se interessam por nós em razão da afeição que lhes conservamos. Se todos os nossos pensamentos se limitam a julgá-los feiticeiros, se só pensamos neles pedindo informações, não podem ter grande simpatia por nós e não devemos nos admirar de que nos demonstrem pouca benevolência.

21. Há diferença entre os Espíritos bons e maus no tocante à solicitude com que atendem ao nosso chamado?
 – Há, e muito grande. Os Espíritos maus só atendem de boa vontade quando esperam dominar e enganar; sentem viva contrariedade quando são forçados a se manifestar para confessar as suas faltas e procuram escapar, como o colegial que se chama para repreender. Podem ser constrangidos a manifestar-se por Espíritos superiores, como castigo e para instrução dos encarnados. A evocação é penosa para os Espíritos bons quando chamados inutilmente, por motivos fúteis. Então não atendem ou logo se retiram.
Pode-se dizer que em geral os Espíritos, sejam quais forem, não gostam de servir, como vós, de distração para curiosos. Muitas vezes não tendes outro fim, ao evocar um Espírito, que o de ver o que ele vos dirá ou interrogá-lo sobre particularidades da sua vida que ele não se interessa por vos contar, pois não tem nenhum motivo para vos fazer de confidente. Pensais que vai se expor no banco dos réus para vos agradar? Desenganai-vos, pois o que ele não faria em vida, muito menos o fará como Espírito.
OBSERVAÇÃO – A experiência comprova que a evocação é sempre agradável para os Espíritos quando feita com um objetivo sério e útil. Os bons têm prazer em nos instruir. Os sofredores são aliviados com a simpatia que lhes demonstramos; os nossos conhecidos ficam satisfeitos com a nossa lembrança. Os Espíritos levianos gostam de ser evocados por pessoas frívolas, porque têm a oportunidade de se divertirem à sua custa; não se sentem bem na companhia de pessoas sérias.

22. Os Espíritos necessitam da evocação para se manifestarem?
 – Não. Manifestam-se muito frequentemente sem ser chamados, o que prova que o fazem de boa vontade.
23. Quando um Espírito se manifesta por si mesmo podemos estar certos da sua identidade?
 – De maneira alguma, pois os Espíritos mistificadores o fazem com frequência para melhor enganar.
24. Quando evocamos um Espírito pelo pensamento ele nos atende, mesmo que não haja manifestação pela escrita ou de outra maneira?
 – A escrita é o meio material pelo qual o Espírito atesta a sua presença, mas é o pensamento que o atrai e não o ato de escrever.
25. Quando um Espírito inferior se manifesta podemos obrigá-lo a se retirar?
 – Sim, não lhe dando ouvidos. Mas como quereis que se retire se vos divertis com as suas asneiras? Os Espíritos inferiores, como os tolos entre vós, se apegam aos que gostam de ouvi-los.
26. A evocação em nome de Deus é uma garantia contra a intromissão dos Espíritos maus?
– O nome de Deus não é um freio para todos os Espíritos perversos, mas segura muitos deles. Por esse meio sempre afastais alguns, e muitos mais afastareis se o pronunciardes do fundo do coração e não como fórmula banal.
(14) A palavra Deus, em si, não tem nenhum poder. A palavra é apenas um signo e sua carga emotiva está no conceito, na ideia que ela exprime e portanto no pensamento. Dizê-las em sentir o que ela representa é como articular sons sem sentido. Dizê-la com plena consciência do seu significado e sentindo-a fundamente é ligar-nos a Deus. No plano espiritual o que vale é a vibração psíquica e não a forma verbal, ou segundo Kardec, o fundo e não a forma. (N. do T.)

27. Poderíamos evocar nominalmente muitos Espíritos ao mesmo tempo?
 – Não há para isso nenhuma dificuldade. Havendo três ou quatro mãos para escrever, três ou quatro Espíritos responderiam ao mesmo tempo. É o que acontece quando dispomos de muitos médiuns.
28. Quando muitos Espíritos são evocados de uma vez, com um médium só, qual o que responde?
 – Um deles responde por todos e exprime o pensamento coletivo.
29. O mesmo Espírito poderia comunicar-se ao mesmo tempo, na mesma sessão, por dois médiuns diferentes?
 – Tão facilmente como, entre vós, certos homens ditam muitas cartas de uma vez.
OBSERVAÇÃO – Vimos um Espírito responder ao mesmo tempo, por dois médiuns, as perguntas que lhe faziam, por um em francês e por outro em inglês, sendo idênticas as respostas quanto ao sentido, sendo algumas verdadeiras traduções literais.

Dois Espíritos evocados simultaneamente por dois médiuns podem travar uma conversação. Não necessitando dessa forma de comunicação, desde que leem reciprocamente seus pensamentos, assim o fazem para nossa instrução. Se forem Espíritos inferiores, estando ainda imbuídos das paixões terrenas e das ideias que tiveram na vida corpórea, pode acontecer que briguem e troquem palavrões, que se acusem mutuamente e até mesmo que atirem os lápis, as cestas, as pranchetas, etc., um no outro.
(15) A leitura recíproca do pensamento refere-se aos Espíritos mais adiantados. Os Espíritos inferiores, que brigam e se xingam, estão ainda em condições humanas. É o que se esclarece na resposta à pergunta 30. Kardec e os Espíritos que lhe revelaram a doutrina tomam sempre o Espírito de tipo médio, já liberto da materialidade grosseira, para base de suas respostas sobre a vida espírita. (N. do T.)

30. O Espírito que é evocado ao mesmo tempo em muitos lugares pode responder simultaneamente às perguntas que lhe fazem?
 – Sim, se for um Espírito elevado.
 – Nesse caso o Espírito se divide ou possui o dom da ubiquidade?
 – O Sol é um só e, no entanto, irradia a sua luz por todos os lados, projetando os seus raios à distância sem se subdividir. Dá-se o mesmo com os Espíritos. O pensamento do Espírito é como uma estrela que irradia a sua claridade no horizonte e pode ser vista de todos os pontos. Quanto mais puro é o Espírito mais o seu pensamento irradia e se difunde como a luz. Os Espíritos inferiores são mais materiais, não podem responder a mais de uma pessoa de cada vez e não podem atender à nossa evocação se já foram chamados em outro lugar.
Um Espírito superior, chamado ao mesmo tempo em dois lugares, atenderá às duas evocações se elas forem igualmente sérias e fervorosas. Em caso contrário, dará preferência a mais séria.
(16) A informação dos Espíritos sobre a irradiação do pensamento está hoje cientificamente provada pelas pesquisas parapsicológicas. No tocante à graduação do poder de irradiação, segundo a evolução espiritual, é problema referente ao mundo espírita. Não obstante, podemos verificá-lo na Terra através do alcance intelectual das criaturas, que varia de acordo com o grau evolutivo dos indivíduos na própria escala social. Assim, a imagem feita pelo Espírito Channing, na sua comunicação, corresponde a uma realidade espiritual que podemos constatar na existência terrena. (N. do T.)

OBSERVAÇÃO – Dá-se o mesmo com o homem que, de um mesmo lugar, pode transmitir seu pensamento por meio de sinais que são visíveis de várias direções. Numa sessão da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em que a questão da ubiquidade estava em discussão, um Espírito ditou espontaneamente a comunicação seguinte:

“Discutíeis sobre a hierarquia dos Espíritos quanto a ubiquidade. Comparai-nos a um aeróstato que se eleva pouco a pouco no ar. Enquanto ainda rasteja na terra, só um pequeno círculo de pessoas pode vê-lo; a medida que se eleva o círculo se alarga e quando atinge certa altura é visto por uma infinidade de pessoas. O mesmo acontece conosco. Um Espírito mau, ainda apegado a terra, fica num círculo restrito de pessoas que o veem. Eleve-se na graça, melhore-se e poderá conversar com muitas pessoas. Quando se tomar Espírito superior poderá irradiar como a luz solar, mostrar-se a muitas pessoas e em muitos lugares ao mesmo tempo”.
Espírito Channing.

31. Os Espíritos puros, que já terminaram a série de suas encarnações, podem ser evocados?
 – Sim, mas muito raramente, pois só se comunicam aos corações puros e sinceros, não aos orgulhosos e egoístas. Assim, é necessário desconfiar dos Espíritos inferiores que se arrogam essa qualidade para se fazerem mais importantes aos vossos olhos.
32. Como se explica que os Espíritos de homens mais eminentes atendam tão facilmente, e de maneira tão familiar, ao chamado dos homens mais obscuros?
 – Os homens julgam os Espíritos por si mesmos, o que é errado. Após a morte corporal as posições terrenas desaparecem. A única distinção entre os Espíritos é a da bondade, e os que são bons vão a todos os lugares onde possam fazer o bem.
33. Quanto tempo depois da morte se pode evocar um Espírito?
 – Pode-se evocá-lo no próprio instante da morte, mas como então ele ainda se encontra em perturbação, só imperfeitamente pode responder.
OBSERVAÇÃO – Sendo muito variável a duração da perturbação, não se pode fixar um prazo para a evocação. Não obstante, é raro que o Espírito, depois de oito dias, não esteja suficientemente cônscio do seu estado para poder responder. Às vezes pode fazê-lo muito bem, dois ou três dias após a morte. É possível, em todos os casos, experimentar de maneira prudente.

(17) Nunca se faz a evocação no momento da morte. A pergunta colocou apenas uma possibilidade, que os Espíritos confirmaram. Aliás, o Espírito recém-desencarnado não atenderia se não estivesse em condições e não recebesse permissão dos Espíritos superiores. No caso de atender é porque isso lhe seria benéfico, segundo vemos na resposta à pergunta 34: ajudá-lo-ia a vencer a perturbação. (N. do T.)

34. A evocação no instante da morte é mais penosa para o Espírito do que mais tarde?
– Algumas vezes. É como se vos fizessem levantar em meio do sono, sem estardes completamente acordado. Não obstante, há os que não se mostram, de maneira alguma, contrariados e aos quais a evocação até mesmo ajuda a saírem da perturbação.
(18) As evocações se processam, desde os tempos primitivos, entre todos os povos. Dessa maneira os Espíritos podem citar experiências muitas vezes ocorridas antes da prática espírita moderna. Os casos propriamente espíritas se limitaram a algumas experiências de pesquisa científica. (N. do T.)

35. Como pode o Espírito de uma criança, morta em tenra idade, responder conscientemente, se quando em vida corpórea ainda não tinha consciência de si mesma?
– A alma da criança é um Espírito ainda envolto nas faixas da matéria. Mas liberto da matéria goza das suas faculdades de Espírito, porque os Espíritos não têm idade. Isso prova que o Espírito da criança já viveu. Não obstante, até que esteja completamente liberto pode conservar na linguagem alguns traços do caráter da criança.
(19) A expressão “faixas da matéria” é comparativa, lembrando a criança enfaixada após o nascimento. O Espírito da criança entra no mundo espírita envolvido pelas ligações materiais que o restringiam na condição infantil terrena. O Espírito se refere, nessa resposta, especialmente aos “traços de linguagem” porque trata nesse momento das comunicações orais e escritas. (N. do T.)

OBSERVAÇÃO – A influência corpórea, que perdura mais ou menos no Espírito da criança, as vezes também se nota no Espírito dos que morreram loucos. O Espírito em si mesmo não é louco, mas sabe-se que certos Espíritos acreditam, durante algum tempo, estar ainda neste mundo. Não é pois de admirar que o Espírito do louco ainda se ressinta dos entraves que, durante a vida, se opunham a sua livre manifestação, até que esteja completamente liberto. Esse efeito varia segundo as causas da loucura, porque há loucos que recobram toda a lucidez imediatamente após a morte.

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