Igualdade perante o túmulo

823. De onde vem o desejo de perpetuar a própria memória nos monumentos fúnebres?
– Derradeiro ato de orgulho.
823-a. Mas a suntuosidade dos monumentos fúnebres não é, na maioria das vezes, determinada pelos parentes que desejam honrar a memória do falecido, e não por este?
– Orgulho dos parentes, que querem honrar-se a si mesmos. Oh, sim, nem sempre é pelo morto que se fazem todas essas demonstrações, mas por amor-próprio, por consideração ao mundo e para exibição de riqueza. Crês que a lembrança de um ser querido seja menos durável no coração do pobre, porque ele só pode colocar uma flor sobre a sua tumba? Crês que o mármore salva do esquecimento aquele que foi inútil na Terra?
824. Reprovais de maneira absoluta as pompas fúnebres?
– Não. Quando homenageiam a memória de um homem de bem, são justas e de bom exemplo.

Nota – Há quem estranhe a existência do túmulo de Allan Kardec no Cemitério de Père Lachaise, em Paris, visitado pelos espíritas. Outros censuram a visita de espíritas aos túmulos de parentes e amigos. Como se vê, são excessos de zelo que a doutrina não endossa. O túmulo de Kardec, como disse o médium Francisco Cândido Xavier, após visitá-lo: “É uma mensagem permanente de luz”. Quanto aos outros, veja se o item 323. – (N. do T.)

A tumba é o lugar de encontro de todos os homens e nela se findam impiedosamente todas as distinções humanas. E em vão que o rico tenta perpetuar a sua memória por meio de faustosos monumentos. O tempo os destruirá, como aos seus próprios corpos. Assim o quer a Natureza. A lembrança das suas boas e más ações será menos perecível que o seu túmulo. A pompa dos funerais não o lavará de suas torpezas e não o fará subir sequer um degrau na hierarquia espiritual. (Ver item 320 e seguintes).

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