A Pergunta de Timbira

Joaquim Timbira era uma das entidades que se comunicavam frequentemente nas sessões dos irmãos Xavier.

Companheiro espiritual, simples e bom, estava sempre disposto a auxiliar com a sua experiência nos trabalhos, em favor dos obsedados.

Houve uma ocasião em que apareceu uma jovem perseguida por diversas entidades da sombra e, à noite, obsessores, em falanges, tomavam-lhe a boca, derramando fel e veneno em forma de palavras.

José doutrinava os visitantes conturbados.

Iam muitos e muitos vinham.

E o dirigente conversava, conversava.

Numa das reuniões, Joaquim Timbira incorpora-se no Chico e aconselha:

—José, meu filho, convém ensinar o bom caminho aos irmãos sofredores, entretanto, é preciso doutrinar igualmente a médium. É necessário que a mocinha estude, compenetrando-se dos seus deveres.

—Mas não será caridade necessária doutrinar os espíritos infelizes?

—Sim, sim…

—Então? – insistiu José Xavier – penso que estou certo, procurando encaminhar à verdade nossos irmãos vitimados pela ignorância e pelo sofrimento. Devem eles ser atendidos em primeiro lugar.

Joaquim Timbira fez uma longa pausa como quem refletia para responder com segurança e considerou:

—José, toda a caridade feita com boa intenção é louvável diante do Céu, mas que será melhor? Curar feridas ou espantar moscas?

E a pergunta do amigo espiritual ficou gravada por valiosa lição.

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