16 junho 2025

Diante do bem


Diante de cada dia que surge, reflitamos na edificação do bem a que somos chamados.
Para isso, comecemos abençoando pessoas e acontecimentos, circunstâncias e cousas, para que o melhor se realize.
De princípio costumam repontar, no cotidiano, os problemas triviais do instituto doméstico.
Habitualmente aparece o assunto palpitante da hora, solicitando-nos atenção. Saibamos subtrair-lhe a sombra provável projetando nele a réstia de luz que sejamos capazes de improvisar. Logo após, de imediato, estamos quase sempre defrontados pelos contratempos de ordem familiar.
Renteando com eles, usemos o verbo calmante e conciliador para que as engrenagens do lar funcionem lubrificadas em bálsamo de harmonia.
Mais adiante é o grupo de trabalho com os pontos fracos à mostra.
Abracemos com paciência e alegria as tarefas excedentes que se nos imponha, esquecendo essa ou aquela falha dos companheiros e trazendo a nós, sem queixa ou censura, a obrigação que ficou por fazer. Em seguida é o campo vasto das relações, com as surpresas menos felizes que sobrevenham: o amigo modificado, a trama da incompreensão, a atitude mal interpretada, o irmão que se vai para longe de nós…  
A cada ocorrência menos agradável procuremos responder com os nossos mais altos recursos de entendimento, justificando o amigo que se transforma, desfazendo sem mágoa o emaranhado das trevas, removendo equívocos em pauta e apoiando o colega que se afasta, oferecendo-lhe a íntima certeza com referência à continuidade de nossa estima. Tudo o que existe é peça da vida e se aqui ou além, a deficiência aparece, isso significa que a obra do bem, nessa ou naquela peça da vida está pedindo a nossa colaboração a fim de que lhe doemos o pedaço de bem, que porventura ainda lhe falte.

Espírito Emmanuel, do livro Mãos unidas, psicografado por Chico Xavier.


15 junho 2025

Renovações


TEMA — Renovações inevitáveis da vida.

Pausar para refletir ou refazer.
Nunca estacionar para censurar ou lamentar.

Em toda parte e em qualquer tempo, vemos a vitalidade do Universo a exprimir-se, incessantemente. Árvores lançam fora de si as folhas inúteis e deitam vergônteas novas. Sementes lembrando fragmentos cadaverizados da Natureza são confiadas à terra que as fecunda, transfigurando-as com o tempo em gigantes do plano vegetal.

Em teu próprio corpo, o princípio da ação constante se manifesta; enquanto te guardas independente na esfera dos próprios pensamentos, milhões de células trabalham em teu favor. Alimentas-te e não te preocupas com os fenômenos da nutrição. Dormes e múltiplas operações fisiológicas se efetuam em ti, sem que precises tomar disso imediato conhecimento.

Queiramos ou não reconhecer a verdade, estamos mergulhados no oceano da Energia Divina, tanto quanto o peixe dentro d’água.

Nós, porém, — as criaturas humanas, — somos almas conscientes, erguidas ao regime da responsabilidade pessoal ante os privilégios da razão e, conquanto “existamos e nos movamos em Deus”,  conforme a feliz assertiva do apóstolo Paulo, somos livres para pensar, imaginar, criar e estabelecer, gerando causas e consequências na esfera de nossos próprios destinos. Daí, a necessidade de nos enquadrarmos nos planos do Supremo Pai, quanto à edificação da felicidade de todos, aceitando e abençoando as renovações que se nos façam indispensáveis.

Acreditar na força do bem e cooperar com ela, na sustentação da harmonia geral, é imperativo da Lei Divina, de cuja execução não nos é lícito desvencilhar. Se intimados pelas circunstâncias a necessárias alterações na experiência cotidiana, louvemos a Divina Providência e vejamos como dirigir convenientemente as nossas possibilidades para que se faça o melhor com o nosso auxílio, na obra do progresso e do aprimoramento em nós e fora de nós.

Em quaisquer óbices que nos tentem barrar a jornada evolutiva, procuremos a superação deles, através da ação contínua no bem de todos.

Comparemos a nossa tarefa a um navio lançado ao mar. Tempestades sobrevêm e rochedos surgem, obrigando-nos, muita vez, a mudanças de rumo; no entanto, se cada um de nós se mantém fiel no posto de trabalho a que foi conduzido, com aplicação sincera ao próprio dever, nenhum perigo nos impelirá a desastre, porque, se o homem coopera, Deus opera, e se nós, — a Humanidade, — somos a equipagem na embarcação enorme do mundo, é preciso jamais esquecer que Deus está no leme.

Espírito Emmanuel, do livro Encontro marcado, psicografado por Chico Xavier.

13 junho 2025

Filhos, muito obrigado


Filhos, o Senhor nos abençoe e nos ilumine sempre. O pequenino servidor vos compartilha o banquete de amor, tentando agradecer.

As palavras desaparecem ante as grandes emoções que nos tomam de improviso, como que a imobilizar-nos os sentidos, que se fazem ineptos para qualquer manifestação.

Podemos, desse modo unicamente, dizer-vos:
Deus vos recompense.

Achamo-nos todos na jornada para diante, compreendendo que a meta por atingir nos acena, ainda, muito longe.

Estas palavras muito longe, porém, não significam dificuldade ou aflição, porque os caminhos se nos enfeitam agora em palmas de esperança e caridade, auxiliando-nos a seguir.

Obrigado, meus filhos, pela ternura de vossas lembranças:
Muito obrigado pelas mães que receberam filhos de nossa confiança e de nosso carinho, aguardando quase que exclusivamente em vosso amor o dom de sobreviver, nas provas terrestres e que, em nome de Jesus, adornais de estímulos santos, de modo a se reconhecerem sob a cobertura da Providência Divina;
muito obrigado pelos pais que a luta do dia a dia cansou no trabalho e que encontram, como sempre, em vossa abnegação, a certeza da proteção de Deus;
muito obrigado por aqueles irmãos que a fadiga orgânica situou nas últimas linhas da resistência e que vos recolhem a dedicação e a fraternidade por relíquias da alma na viagem da libertação talvez muito em breve;
muito obrigado pelas criaturas irmãs em necessidade que se vos aproximam da mesa de assistência e carinho, a fim de receberem o pão da solidariedade, adquirindo em vosso gesto a convicção de que nunca estiveram sozinhas no esforço de superação das próprias dificuldades;
muito obrigado pelos doentes que vos procuram buscando o remédio da esperança e da paz e que vos recebem as mãos por estrelas de bênção a lhes clarearem a estrada para o refazimento das próprias forças;
muito obrigado pelos jovens tristes que vos contemplam a atividade, buscando a diretriz pela qual suspiravam, a fim de que a caminhada no mundo se lhes faça menos árdua, no rumo de uma vida melhor, jovens que começaram a existência à maneira de seres torturados pela sede de afeto e que, na ânsia de encontrar a fonte da verdade e do bem, oscilavam entre as requisições da luz e a influência das trevas;
muito obrigado pelas crianças que trazeis de novo da amargura para a alegria, orvalhando-lhes os corações com a bênção de vossa fé trazida em serviço a todos os que caminham nas trilhas da evolução, varando empeços maiores que os nossos;
e muito obrigado por aqueles outros pequeninos que ainda não nasceram, mas que esperam amor e proteção a fim de abordarem o campo da Terra para a execução das tarefas edificantes que lhes dirão respeito no dia de amanhã e que, embora sem voz ainda para expressar-vos reconhecimento, pedem a Deus por vossa felicidade porque conseguistes livrá-los do aborto e lhes amparastes as mãezinhas, tantas vezes, agoniadas e sofredoras, em prece constante para que não venham a perdê-los em razão das necessidades e provações que lhes sitiam a vida.

Obrigado, sim, por tudo quanto dais e por tudo quanto derdes, porque é dando que recebemos.
Obrigado, porque acreditastes na caridade e aceitastes a obrigação de fazer o bem.

As migalhas diminutas que distribuirdes são bênçãos eternas, são luzes que se vos resplenderão nos caminhos de hoje e do futuro indicando-vos a verdadeira felicidade.

Não temos hoje outras palavras senão estas:
muito obrigado.

Agradecemos por todos, principalmente por todos aqueles que a luta humana transitoriamente emudeceu na prova que atravessam.

Eles e nós todos nos regozijamos com a vossa lembrança e repetimos a vós todos:
— Filhos do coração que Deus vos abençoe.

Espírito Bezerra de Menezes, do livro Doutrina e vida, psicografado por Chico Xavier

12 junho 2025

Nossa alma


A nossa alma, quando abandona o invólucro material, muito dificilmente consegue afastar-se plenamente do mundo. Só aqueles que, durante a experiência terrena, puderam operar em si mesmos a perfeita ligação com o Plano Superior, alçam voo a paragens mais belas e mais elevadas que lhes correspondam à grandeza dos ideais no mundo. Para a maioria, porém, a retirada é apenas parcial. Desintegra-se o corpo, mas a alma permanece unida aos entes ou aos objetos que ama.

Espírito Emmanuel, do livro Dicionário da alma.

11 junho 2025

Figurino


À medida que se alteia o padrão cultural, preocupa-se o ser humano com o próprio aspecto. 
É preciso impressionar de maneira agradável. 
E a moda entra em ação para solucionar-lhe o problema. 
Movimentam-se alfaiates e modistas, lojas e gabinetes, agulhas e trenas para o mister da costura. Confecção simples e alta-costura. 
Surgem as criações para inverno e verão, outono e primavera, em linhas especiais segundo sugestões de tempo e clima. 
Combinações e negócios felizes, no mundo, quase sempre se realizam conforme as credenciais do figurino e, por isso, homens e mulheres capricham no concurso de esbeltez e elegância que levam a efeito, cotidianamente, nas ruas. 
Não nos esqueçamos, porém, de que somos igualmente observados no reino da verdade, através do porte espiritual que adotamos. 
Nossos pensamentos são as criações de que se nos veste a personalidade autêntica e, por eles, somos conhecidos, vistos, ouvidos e analisados na Vida Superior, cabendo-nos o dever de buscar em Jesus o modelo das nossas atitudes e decisões. 
Nos círculos terrestres, os requerimentos à autoridade humana, para serem considerados, reclamam primor de apresentação. E, no Mundo Espiritual, muitas vezes, depois dessa ou daquela petição aos Administradores Celestes, temos ouvido, de coração opresso: 
—Filha repare o teu figurino. 

Espírito Scheilla, do livro Mãos Marcadas psicografado por Chico Xavier.